Lançamento Nacional - Ford Maverick (1.988)



A verdadeira rival da Fiat Toro chegou ao Brasil em versão única, chamada Lariat FX4, com motor 2.0 Turbo Ecoboost de 253 cv. A Maverick, que homenageia o cupê dos anos 1970, também é maior, mais espaçosa e bem mais cara que a concorrente ítalo-pernambucana. Acabou perdendo um comparativo no final do ano para a rival. Em 2023, vai ganhar uma versão híbrida.




A ID.Buzz é um inédito modelo elétrico que foi buscar inspiração estética e conceitual na Kombi, mas não é a Kombi. Faz parte da linha composta pelo hatch médio ID.3, o SUV ID.4 e o cupê ID.5. 

Seu estilo monovolume remete à primeira geração da Transporter, como a nossa Kombi é chamada na Europa, conhecida como T1. A pintura é "saia e blusa" e o V da Kombi é representado pela junção do para-choque com o capô. As saídas de ar na coluna, que lembram a T2 são apenas adesivos. Os amplos vidros também fazem referência à segunda geração, assim como as portas corrediças, que são o único elo funcional entre as duas versões. 


Medindo 4,71 metros de comprimento, é menor que a atual geração da Transporter, conhecida como T7 (mínimo de 4,98 m). 

O interior é minimalista como a Kombi, só que com muito mais tecnologia, como quadro de instrumentos digital e tela multimídia. 


Traz recursos como sistema de estacionamento semi-automático com memória de distância e manobras, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, detector de fadiga do motorista, assistente que ajuda a evitar obstáculos ou impactos movendo levemente o volante e um sistema que combina o programador de velocidade ativo com o sistema de manutenção em faixa, que torna a direção praticamente automática, levando a nova van elétrica da Volkswagen ao nível 4 de autonomia. E o motorista nem precisa ligar a seta quando muda de faixa. O sistema faz tudo automaticamente.


A ID.Buzz tem um único motor montado na traseira, que rende 204 cavalos e 31 kgfm de torque (o mesmo do ID.3 e do ID.4). A capacidade líquida da bateria é de 77 kWh e a autonomia, ainda não confirmada, pode chegar aos 500 km. Pode ser carregada a 80% em meia hora nos postos de energia.


Infelizmente, a ID.Buzz começa a ser oferecida apenas com cinco lugares e não sete, como deveria ter uma minivan desse tamanho. Mas ela ainda terá uma versão de entre-eixos maior, com os dois lugares extras. Pelo menos, o espaço interno deve ser o seu principal atrativo. Também terá uma versão furgão, só para cargas. 




Os norte-americanos ganharam um Honda HR-V maior que o voltado para o mercado global, onde se insere o nosso país. Mede 4,56 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,62 m de altura e 2,65 m de entre-eixos, enquanto que o vendido aqui tem 4,33 m, 1,79 m, 1,59 m e 2.61 m.

O estilo também é mais arredondado, lembrando um Porsche Cayenne comum, diferente da caída cupê do modelo mundial. Grade e faróis também são mais pronunciados e maiores, respectivamente.


Quem gostou terá uma boa notícia e quem não gostou uma má. É que o HR-V norte-americano virá para o Brasil com o nome de ZR-V e será lançado agora em 2023. Vai concorrer com o Corolla Cross e o Jeep Compass. 

Embora a Honda tenha padronizado o estilo do seu interior, o ZR-V está mais próximo do Civic do que do HR-V comum. E a plataforma vem do sedã médio-grande, enquanto o nosso é derivado do City (do Fit também, mas este não vem mais para o Brasil). 


Nos Estados Unidos, o HR-V (ou ZR-V) só tem motor 2.0 16 válvulas de 158 cavalos e tem itens como tela multimídia de nove polegadas e o Honda Sensing, pacote que inclui assistência em engarrafamentos. reconhecimento de placas de rua, sistemas de controle de cruzeiro adaptativo e manutenção de faixa, detector de ponto cego, tráfego cruzado e controle de frenagem em velocidade baixa. 


A nova Amarok agora compartilha a plataforma e portas e janelas com a Ford Ranger. Ficou maior e mais robusta. 

O interior ganhou painel com área central destacada e tela multimídia vertical. O quadro de instrumentos passou a ser virtual. 


Será equipada com recursos de autonomia como programador de velocidade ativo com assistente em engarrafamentos, sistema de manutenção em faixa e reconhecimento de alguns sinais de trânsito.

Na mecânica, terá motores 2.0 turbodiesel, V6 3.0 turbodiesel e 2.3 a gasolina. O câmbio automático terá 10 marchas em algumas versões e seis marchas em outras, além de manual de cinco ou seis marchas. A tração será sempre integral 4Motion com versões permanente e variável, com três modos de condução. 


Infelizmente, a nova Amarok não será vendida no Brasil e nem na Argentina. Para nós latinos, está reservado um face-lift gambiarra. 




O maior e mais luxuoso sedã da BMW ganhou uma nova geração em 2022. Mas depois de 21 anos, a nova geração do sedã voltou a criar polêmica com a grade exageradamente grande (gerando memes na internet de que, no futuro, só haverá a grade nos BMW) e os faróis em dois níveis (luzes diurnas no alto, com cristais Swarovski opcionais, e refletores nos para-choques), recurso estético de gosto duvidoso já visto no Jeep Cherokee, Fiat Toro e até no atual Renault Kwid, que deixaram a frente do novo sedã de luxo bem estranha.


O interior não é chocante, mas já está banalizado com o recurso da bancada horizontal com quadro de instrumentos e sistema multimídia dispostos em duas telas também horizontais e curvas. Até o Série 3 adotou este formato em seu face-lift.

No caso do Série 7, a bancada é elevada, para terminar na cobertura das duas telas, que têm 12,3 e 14,9 polegadas. O interior também é iluminado nas faixas do painel, portas e sob o console central. Claro que o acabamento tem materiais de alto padrão como couro, alumínio e plásticos emborrachados.

Mas o que importa no BMW Série 7 é o luxo e o conforto, principalmente para quem vai atrás, que é geralmente o proprietário. Ele e seu acompanhante têm, à disposição, tela de cinco polegadas e meia nos braços das portas (em substituição aos tablets) para comandar diversos recursos do carro como iluminação, temperatura do ar-condicionado, abertura ou fechamento das cortinas (teto, laterais e traseira), porta-luvas e a TV.


E por falar em TV, é, simplesmente, uma tela de 31,3 polegadas 8K, com Amazon Fire TV, que está instalada no teto do veículo. fazendo da traseira do habitáculo uma verdadeira sala de cinema. Mas quem quiser, pode ver algo diferente do companheiro de banco traseiro, inclusive com som independente (há dois fones bluetooth).


Em relação ao som, o sistema dos Série 7 é um Bowers & Wilkins com 18 alto-falantes e 655 watts. No entanto, como opcional, a BMW oferece ainda um sistema da mesma marca, com 36 alto-falantes (quatro deles embutidos nos encostos de cabeça), efeito 4D e 1.965 watts.

O novo Série 7 é um carro automático. A começar pelas portas, que se abrem sozinhas ao toque de um botão, e ainda têm sensores que interrompem a abertura ou fechamento em caso de obstáculos (carros e paredes). A automação continua no sistema de estacionamento, na manutenção em faixa e na condução em estradas, podendo o motorista tirar as mãos do volante em velocidades de até 126 km/h. Há ainda alertas visuais e sonoros, de condições de tráfego cruzado, riscos de colisão traseira e controle e prevenção de aproximação frontal, entre outras funções.


O novo Série 7 tem motores 3.0 de seis cilindros em linha a gasolina, com duas opções de potência (290 cv na 735i e 385 cv na 740i), e turbodiesel (304 cv na 740d) e V8 4.4 turbo de 551 cv (760i). Todas têm motor elétrico de 48 volts, câmbio automático de oito marchas e tração integral. 


Há versões híbridas recarregáveis (plug-in), combinando motor elétrico com 3.0 turbo seis cilindros em linha, de 497 cv (750e) e 579 cv (760e), e a totalmente elétrica i7, de 551 cv e 625 km de autonomia, chamada xDrive60. Chega ao Brasil este ano. 
 




O comparativo de SUVs compactos, realizado em julho, foi o segundo mais acessado do ano. Comparei apenas o Nissan Kicks 1.6, o Jeep Renegade T270 e o Volkswagen T-Cross 250 TSI (1.4 Turbo).


E o vencedor foi o Renegade, que deu a primeira vitória para a Jeep num comparativo do Guscar. Graças ao novo motor 1.3 turbo, terminou empatado em pontos com o T-Cross, mas desempatou na frente por ter vencido mais itens. 

Além do motor mais potente, o utilitário fabricado em Pernambuco se destacou no desempenho, preço, acabamento e espaço interno. Ficou atrás no estilo, no porta-malas e no consumo. 


Com os mesmos 28 pontos, o T-Cross foi o melhor no consumo, na segurança, ruído e assistência. No acabamento e no preço, ele foi o pior.

Em terceiro ficou o Nissan Kicks, com 25 pontos, se destacando no estilo, porta-malas, câmbio e equipamentos. 





Um dos lançamentos mundiais de 2022 foi o do Mégane E-Tech, um crossover elétrico inédito que resgatou o nome da linha média da Renault, que teve quatro gerações e não deve ter a quinta
.

O Mégane foi lançado originalmente como hatch em 1995 e desde a primeira geração, a família cresceu com um cupê, o sedã, conversível e o monovolume Scénic. 



Foi reestilizado em 2002, com estilo polêmico, muito reto e de vidro traseiro recuado e tampa traseira arredondada saliente, quando ganhou o título de Carro do Ano europeu no ano seguinte, e depois recuperou as linhas arredondadas em 2008, mas voltou a ter linhas retas em 2015, ano da geração atual, que ganhou um face-lift em 2020. 


O cupê foi substituído pela carroceria de quatro portas, mas nas versões RS e RS Trophy, com motor 1.8 turbo de 300 cavalos. 


O Mégane foi vendido no Brasil, com o nome original nas duas primeiras gerações, a primeira de 1998 a 2005, nas versões hatch e sedã, fabricada na Argentina, e de 2006 a 2010, produzida aqui no país, no Paraná, nas versões sedã e perua Grand Tour. A terceira geração foi representada pelo sedã Fluence, mais uma vez fabricado na Argentina, de 2011 a 2019. O monovolume Scénic foi fabricado em São José dos Pinhais na primeira geração, importado direto da França na segunda e depois não veio nunca mais. 


Aguardamos a vinda do novo crossover Mégane E-Tech elétrico.
 





O primeiro comparativo entre carros totalmente elétricos do Guscar foi o texto mais lido do ano, daí eu ter escolhido o segundo comparativo de maior audiência, o dos SUVs compactos, como o representante da sua respectiva seção.

Em agosto, coloquei frente a frente o realista Peugeot e-208 GT contra o futurista Renault Zoe. E venceu o modelo com estilo mais contemporâneo da marca da Stellantis. 


O e-208 GT venceu por 7 a 5, sendo o melhor no acabamento, motor, desempenho, consumo, segurança, conforto (nível de ruído) e equipamentos. O Zoe foi superior no estilo, espaço interno, porta-malas, preço e assistência.
 



TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO