Em 2010, a Volkswagen estreou no segmento de picapes médio-grandes com a Amarok. Projetou sozinha, fabricou-a na Argentina, trouxe para o Brasil e fez muito sucesso. Antes disso, só tinha experiência no segmento reproduzindo na Europa a Toyota Hilux com nome de Taro. 

Doze anos se passaram e chegou a hora de produzir a segunda geração. Mesmo com o sucesso da primeira, a Volkswagen foi pedir ajuda à Ford, velha parceira na América Latina (Autolatina) e Europa (Autoeuropa), que atendeu ao pedido e forneceu a estrutura da nova Ranger. 




Apesar de manter o perfil reto, a Amarok foi totalmente renovada. É possível perceber linhas mais musculosas nas exclusivas caixas de roda e caçamba, que agora tem a assinatura em baixo relevo na tampa. As lanternas assumiram formato de colchetes. Na frente, que ficou mais robusta, os faróis cresceram, ficando mais horizontais, com assinatura em LED em forma de C e a grade ficou mais aberta. Aliás, agora há três níveis de entradas de ar: entre os faróis, na divisão entre a grade superior e o para-choque e no próprio. A proteção também forma um X. Vendo rápido, a nova Amarok lembra o conceito Tarok, o projeto de picape médio-compacta da VW, concorrente da Fiat Toro, que ainda não saiu do papel. 

Volkswagen Tarok



A área entre-eixos (distância que cresceu em relação a anterior de 3,10 para 3,27 metros) é a mesma da Ford Ranger (falo da estamparia mesmo, como portas, janelas e teto). O comprimento aumentou de 5,32 para 5,35 metros. 




O interior, quando não adota a filosofia da tela multimídia flutuante, recorre à tela vertical, de 10 ou 12 polegadas, E foi este último o conceito adotado na Amarok e também na Ranger. Mas o painel da picape da Volkswagen é mais robusto, com a área central mais sobressaltada, por exemplo, em relação à zona do carona, que é bem recuada. As saídas de ar centrais são quadradas, mas com molduras trapezoidais verticais e a do lado passageiro é voltada para ele. Os difusores das extremidades também são quadrados. O quadro de instrumentos é eletrônico e pode ter oito ou doze polegadas, de acordo com a versão. O freio de mão agora é eletrônico. 




A Amarok terá cinco versões de equipamento: a básica, a Life, Style, PanAmericana (voltada para o off-road) e Aventura ou Adventure (mais estradeira). Todas têm faróis de LEDs retrovisores elétricos, rádio digital, câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros. A tela multimídia de 12 polegadas é oferecida somente a partir da versão Style, que também tem faróis matriciais IQ.Light. PanAmericana e Aventura têm revestimento em couro nos bancos, bancos com 10 ajustes elétricos e painel e som premium Harman Kardon. Entre os itens de autonomia, cuja distribuição de versões não foi especificada, estão programador de velocidade ativo com assistente em engarrafamentos, sistema de manutenção em faixa e reconhecimento de alguns sinais de trânsito. Mas terá outros 30 sistemas de ajuda ao motorista, também não divulgados.


Serão cinco opções de motorização: quatro a diesel e uma a gasolina. Com diesel serão três de quatro cilindros 2.0 com potências de 150, 170 e 209 cavalos e um V6 3.0 de 241 ou 250 cv (dependendo do mercado). O movido a gasolina será de quatro cilindros com 2.3 litros de capacidade cúbica turbinado e com 302 cv. 

Nas versões V6 e 2.3 a gasolina, o câmbio automático terá 10 marchas, opcional na 2.0 turbodiesel de 209 cavalos. Nas demais, opção de câmbio automático de seis marchas e manual de cinco ou seis velocidades. A tração será sempre integral 4Motion, mas há duas versões: uma permanente e outra variável, com três modos de condução. 


A segunda geração da Amarok aumentou a capacidade de carga para 1.160 kg e a de reboque para 3,5 toneladas. O bagageiro do teto agora comporta 350 kg. A frente mais robusta aumentou o ângulo de ataque para 29 graus e o central e o de saída para 21º. A capacidade de imersão aumentou de 50 para 80 cm.


No ano que vem será lançada uma versão de cabine simples da nova Amarok, que será fabricada apenas na África do Sul. Para a Argentina, corroída pela esquerda, só está previsto um face-lift. Ou seja, nós brasileiros e argentinos só teremos uma gambiarra da primeira geração. Por enquanto, a nova Amarok vai passar longe daqui, mesmo a antiga fazendo sucesso. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO