Comecei o ano passado analisando a nova geração do Honda Civic, que deixou de ser nacional para ser importado da Tailândia em versão híbrida. Meses depois veio o esportivo Type-R. Chegou custando quase R$ 245 mil, mas agora já está sendo vendido por R$ 259.900.
O Civic Híbrido tem três motores. Dois elétricos e um a gasolina, que é um 2.0 aspirado de injeção direta, rendendo 143 cavalos e 19,1 kgfm de torque a 4.500 rpm, que gera energia para o motor elétrico suplementar, que funciona apenas como um gerador para a bateria de apenas 1,05 kWh, que, por sua vez, fornece energia para o motor elétrico principal, de 184 cavalos e 32,1 kgfm, responsável por movimentar o carro na maior parte do tempo.
O motor a gasolina só entra em ação a partir dos 100 km/h ou em velocidades de cruzeiro, no modo de condução Sport. O carregamento também pode ser feito de forma regenerativa e a intensidade é regulada pelas borboletas atrás do volante, que não operam o câmbio CVT.
Seu estilo ficou mais conservador, com os três volumes mais definidos, embora lembre vagamente a geração anterior de perfil. A frente perdeu os cromados na grade e nos faróis e na traseira, as lanternas em formato de C passaram a ser horizontais. A capacidade do porta-malas caiu de 519 para 495 litros.
A quinta geração do Toyota Prius, primeiro modelo híbrido de série do mundo, continua futurista, mas com linhas mais agradáveis que a anterior geração. Construído sobre a segunda geração da plataforma TNGA-C, o Prius ficou 4,6 cm mais curto (comprimento agora é de 4,53 metros), 2,2 cm mais largo (1,78m) e 5 cm mais baixo (1,42 cm). A distância entre-eixos de 2,75 m ficou 5 cm maior.
No interior, o painel de estilo horizontal segue o conceito adotado pela Peugeot, com o quadro de instrumentos posicionado acima do volante e bem próximo ao para-brisa. A tela multimídia de 12,3 polegadas (opcional, pois nas versões mais simples é de 8 polegadas) é flutuante.
Os fracos motores a gasolina e elétrico do anterior (um 1.8 de ciclo Atkinson a gasolina de apenas 98 cavalos e o elétrico de 72 cv, usados até hoje no Corolla vendido no Brasil, sendo que este é flex) deram lugar a um 2.0 de 151 cv e um elétrico de 163 cv, combinando 223 cv (lembrando que não é a soma). O câmbio é CVT do tipo planetário. A bateria de somente 1,31 kWh agora tem 13,6 kWh. E além do incremento do conjunto mecânico e energético, ainda tem um painel solar no teto, vendido como opcional.
Na Europa, o Prius é vendido somente na versão plug-in, mas nos Estados Unidos ainda tem a versão com carregamento autônomo. Não há previsão de sua vinda ao Brasil.
O Avenger é um crossover mais compacto que o Renegade, podendo até substituí-lo no futuro. Construído sobre a mesma plataforma CMP do Grupo Stellantis, usada também pelo Peugeot 2008, Fiat 600 e o Opel Mokka, tem desenho mais agradável que o irmão maior e mais velho, que é 19 cm mais longo e tem um centímetro a mais na distância entre-eixos. O Avenger lembra até o Compass, inclusive no interior, de tela multimídia flutuante. Mas o novo compacto, que mede 4,08 metros de comprimento e 2,56m de entre-eixos, também é mais jovial, tanto por fora, quanto por dentro, onde tem painel com faixa brilhante na cor amarela ou prata, e com porta-objetos abertos. O espaço interno atrás é suficiente para duas pessoas de 1,80 m. O porta-malas de 380 litros é maior que os 320 litros do irmão compacto mais velho.
Em alguns países, como Espanha e Itália, o Avenger tem opção de motor a combustão, um 1.2 turbo de 101 cavalos. No Brasil, inclusive, ele deve ser lançado no ano que vem, fabricado só com o motor 1.0 turbo do Fiat Fastback. Mas ele foi concebido para ser um carro elétrico, sendo oferecido assim na maioria dos países europeus. O conjunto rende 156 cavalos e a bateria tem 50,8 kWh de capacidade.
O Avenger foi eleito o Carro do Ano na Europa com 328 pontos totalizados de 57 jurados. Em segundo lugar ficou a reencarnação da Volkswagen Kombi, a minivan elétrica ID.Buzz, vendida aqui somente por assinatura, com 241 pontos. Em terceiro, o também elétrico Nissan Ariya, com 211 pontos. Kia Niro (200), Renault Austral (163), Peugeot 408 (149), Toyota Bz4X e Subaru Solterra foram os outros finalistas. Os dois últimos têm a mesma carroceria e ficaram na mesma colocação, com 133 pontos.
O comparativo mais acessado do ano foi justamente o primeiro a ser publicado, entre o Fiat Fastback, Honda HR-V e Volkswagen Nivus, três SUVs compactos com estilo cupê. O vencedor foi o Fastback, que é um hatch derivado do Argo e improvisado como um SUV cupê. É uma verdadeira gambiarra e ainda a segunda, pois a primeira foi o Pulse, um hatch que chamam de utilitário. Mesmo assim venceu o comparativo, totalizando 31 pontos em treze itens, sendo 39 pontos possíveis, obtendo um aproveitamento de 79,5%. Em segundo lugar, com seis pontos a menos, ficaram empatados o Honda HR-V e o Volkswagen Nivus.
O Fastback foi o melhor no estilo, no porta-malas, no motor 1.0 turbo, desempenho, consumo e assistência. Porém, ele ficou em último em segurança e nível de ruído. No câmbio CVT de seis marchas simuladas ele dividiu a vitória com o HR-V.
A versão analisada Impetus, mais completa com motor 1.0 turbo (a verdadeira top Limited Edition tem motor 1.3 turbo), que custava a partir de R$ 145.490 na época do comparativo, hoje já está custando R$ 150.990.
O esportivo mais antigo dos Estados Unidos completou 70 anos de lançamento em 2023. Trata-se do Chevrolet Corvette, que nasceu como um roadster sem capota de linhas arredondadas para concorrer com esportivos europeus após a segunda guerra mundial. Tinha carroceria de fibra de vidro, motor de seis cilindros de 150 cavalos e câmbio automático de apenas duas marchas.
A fibra de vidro era para conter os custos de produção, que deveriam ser baixos, assim como a cor branca única e o estofamento vermelho, além do próprio conjunto mecânico. Mesmo assim, o preço saiu alto e o Corvette quase foi um fracasso. A situação mudou com alguns ajustes, como novos faróis, novas opções de cores e o tão pedido motor V8, embora tivesse demorado a emplacar. Quase saiu de linha. Somente em 1957 o Corvette cumpriu os seus objetivos.
E assim seguiu evoluindo, ganhando novas gerações e motores cada vez mais potentes. A segunda, de 1962, foi um ícone de estilo, com destaque para a frente longa de faróis retráteis, lembrando um tubarão, e os vidros traseiros bipartidos, logo substituídos para melhor a visibilidade. Foi reestilizado novamente em 1968, 1983, 1997, 2005, 2013 e 2019, a geração atual, que se parece mais com uma Ferrari, esportivo com quem o Corvette queria concorrer no início de sua história.
O top de linha da Honda também ganhou nova geração em 2023. E já chegou ao Brasil. Manteve o estilo fastback, mas com nova frente, de grade hexagonal e mais plana, e traseira, com lanternas horizontais, com luzes que cercam o emblema da marca. Ele é praticamente isento de apliques cromados na carroceria. O interior, de painel horizontal, saídas de ar misturadas a uma faixa em formato de colmeia e tela multimídia destacada, foi padronizado com outros modelos da Honda, como o Civic e o ZR-V.
O novo Accord está sendo vendido aqui desde outubro em versão única com motorização híbrida, chamada Advanced, ao preço de R$ 324.900. Tem o mesmo sistema do Civic, com dois motores elétricos, sendo um deles de 184 cavalos e um a gasolina 2.0 de ciclo Atkinson de 146 cv. Ele também tem o Honda Sensing, com itens semi-autônomos como controle de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem para mitigação de colisão, sistema de assistência de permanência em faixa, entre outros.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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