Em 2022, fiz apenas quatro comparativos, três deles duelos. Como só um dos participantes foi lançado este ano (a picape Ford Maverick), mas perdeu o comparativo, o melhor aproveitamento não leva o troféu de Carro do Ano do Guscar. Se levasse, o vencedor seria o Jeep Renegade T270, com aproveitamento de quase 72%, empatado com o Volkswagen T-Cross, mas venceu por ter mais primeiros lugares (5 a 4). Ambos derrotaram o Nissan Kicks. Embora o Renegade com novo motor tenha sido lançado este ano, em fevereiro, o Jeep não é um carro totalmente novo ou com uma reestilização profunda. 

No primeiro duelo do ano, o Toyota Corolla Cross, na versão GR-Sport venceu o Jeep Compass Série S T270 (1.3 Turbo) por 7 a 5. Foi melhor no preço, câmbio, consumo, nível de ruído, porta-malas, assistência e espaço interno. Mas perdeu no motor, desempenho, estilo, acabamento e equipamentos. Os dois empataram somente na segurança. Obteve um aproveitamento de 53,8%, 


O Corolla Cross GR-Sport está custando atualmente R$ 191.690, mas custava R$ 188.490 na época do comparativo, em abril. O Jeep Compass Série S atualmente custa R$ 228.690. Na época do comparativo seu preço era de R$ 210.537. 


A verdadeira versão top do Corolla Cross é a Hybrid, mas não faria sentido compará-lo com o Jeep Compass 1.3 turbo. O Compass 4xe híbrido chegaria no mesmo mês de abril, mas ainda não tinha dados sobre ele e este duelo já estava em produção. Vou tentar realizar o comparativo em 2023, incluindo o Kia Sportage. 
 



O melhor aproveitamento saiu do comparativo feito entre três SUVs compactos, dois deles renovados esteticamente. O único que ganhou novo motor se saiu o vencedor pelo critério de desempate. O Jeep Renegade, que adotou, em fevereiro deste ano, o mesmo motor do irmão maior Compass. Por não ser um modelo totalmente novo ou uma nova geração, o Renegade não leva o título de Carro do Ano do Guscar. 

Com 28 pontos, o Renegade foi o melhor entre os três utilitários compactos no acabamento, espaço interno, motor, desempenho e preço. Empatado em pontos, o T-Cross foi superior no consumo, segurança, ruído e assistência. O Nissan Kicks, terceiro colocado, com 25 pontos, ficou em primeiro no estilo, porta-malas, câmbio e equipamentos. 



Quando o comparativo foi escrito, em julho, o Renegade custava R$ 142.590 na versão Longitude, com pintura metálica a R$ 1.565. A perolizada custava R$ 2.220. O Kicks Exclusive 1.6 estava em R$ 143.990 com pintura metálica a R$ 1.700 e a perolizada R$ 2.850. O T-Cross Highline 1.4 turbo (250 TSI) saía por  R$ 159.930, com as metálicas a R$ 1.410 e as perolizadas a R$ 1.910. 


Atualmente, o Renegade sai por R$ 147.990, mas as cores ficaram mais baratas, por R$ 1.553 e R$ 2.203. O Kicks baixou de preço. Está custando R$ 143.010. O T-Cross está custando R$ 163.510. As cores continuam com o mesmo preço. 




Em agosto, realizei o primeiro comparativo entre elétricos do Guscar. Com estilo mais dentro da atualidade, o Peugeot e-208 venceu o futurista Renault Zoe E-Tech por 7 a 5, obtendo um aproveitamento de 58,3%. 


O compacto da Stellantis se saiu melhor no acabamento, motor, desempenho, consumo, segurança, ruído e equipamentos. Estilo, espaço interno, porta-malas, preço e assistência ficaram o Renault. 


Enquanto o preço do Zoe continua sendo de 240 mil reais, o e-208 aumentou um pouco, passando de R$ 276.990 para R$ 278.051. Em novembro, o e-208 ganhou a companhia, na linha da Peugeot no Brasil, do utilitário esportivo e-2008, construído sobre a mesma plataforma e é a segunda geração do modelo fabricado em Porto Real. 





Único grande lançamento do ano a participar de um comparativo do Guscar, a Ford Maverick parecia não ter concorrentes, pois se saiu maior e mais potente que a Fiat Toro. Mas eu decidi comparar assim mesmo e ela acabou levando uma virada heróica da renovada adversária, que ganhou o mesmo motor 1.3 Turbo dos modelos da Jeep. 

Abriu 4 a 0 pela ordem dos quesitos, vencendo no espaço interno, motor (2.0 turbo Ecoboost), câmbio e desempenho. Mas a Toro enfileirou uma sequência de superioridades na segurança, no ruído, preço, equipamentos e assistência, fechando a conta em 5 a 4. Ambas empataram no estilo, acabamento, caçamba e consumo. 


Mesmo o comparativo ter sido realizado em dezembro, ainda não houve aumento de preços. A Toro Volcano continua custando R$ 169.500 e a Maverick, R$ 240.490. 

A Ford quis fazer uma picape médio-compacta maior e com mais motor que as rivais, mas esbarrou em erros como o preço alto e poucos equipamentos. Pagou pela arrogância. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO