A Peugeot vai realizar o sonho de entrar no segmento de picapes médias no Brasil, e brigar com Toyota Hilux, Ford Ranger e Volkswagen Amarok, a partir do ano que vem, com a Landtrek, um modelo projetado em parceria com a Changan. 

Na verdade é uma Kaicene (submarca da fabricante chinesa) F70 com o leão da marca francesa na grade (em formato de teia de aranha, moldura cromada e a assinatura Peugeot no topo), tampa da caçamba e volante. Faróis e lanternas com assinatura em LED serão usados nas versões mais caras.


A Landtrek começará a ser vendida no México e em alguns países da África no segundo semestre deste ano e vai chegar aos mercados da América Central e do Sul em 2021. A tendência é que seja importada do Uruguai.


A versão de cabine dupla mede 5,33 metros de comprimento, 1,96m de largura, 1,87m de altura e 3,18m de distância entre-eixos. Mas ela também deverá ter versões voltadas para o trabalho, de cabines dupla, simples e sobre chassi, com grade, para-choques e maçanetas pretas.


O interior tem painel com a tela multimídia de 10 polegadas (com Android Auto, Apple Car Play e HD interno de 10 GB) destacada no alto e a parte central hexagonal, que integra as saídas de ar horizontais, os interruptores lado a lado e o console onde fica a alavanca de câmbio, levemente voltadas para o motorista. Porém, apesar de ser eletrônico, o quadro de instrumentos não fica em posição superior ao volante, como nos modelos de passeio da Peugeot, mas convencionalmente atrás do volante de três braços (que aparenta ter apenas dois) com base achatada.


A Landtrek deverá ser equipada com seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, controle de descida e controle de reboque, além de banco traseiro bipartido e sistema de monitoramento em 360 graus com visão 3D.


A motorização por aqui deve ser unicamente turbodiesel, sendo um 1.9 de 150 cavalos para as versões de trabalho e um 2.0 de 180 cv para as mais luxuosas. No exterior, ela também terá motor a gasolina, provavelmente um 2.4 de 211 cavalos. O câmbio deverá ser manual ou automático de seis marchas, com modos manual, Sport ou Eco. A tração 4x4 deverá ser restrita a versões mais completas. 


O ângulo de ataque, dependendo da versão, é de 29 ou 30º, o de saída, 27 ou 26º, o central, 25º, a inclinação lateral de 42º e a profundidade máxima de 600 mm.

Se por um lado, a Landtrek vai marcar a estreia da Peugeot no segmento de picapes médias no Brasil, por outro, a marca francesa voltará a ter uma experiência com picapes em geral, que foi boa com a caminhonete derivada do antigo sedã 504, mas ruim com a compacta Hoggar, derivada do hatch 206. 

Eu torço muito para que a Peugeot Landtrek venha realmente para o Brasil. Pois o Guscar já apresentou, aqui nesta mesma seção Em Breve no Brasil, dois modelos que nunca chegaram: a Renault Alaskan e a Mercedes Classe X, derivadas da Nissan Frontier. A picape alemã, inclusive, sairá de linha no exterior. Mais um "furo" (no sentido de erro e não de saliência, viu, esquerdistas?) de reportagem e eu paro de falar de picapes na seção Em Breve no Brasil. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO