O Peugeot 208 foi eleito o Carro do Ano na Europa. A segunda geração do hatch compacto da marca francesa foi lançada por lá no ano passado e, nos próximos meses, chegará ao Brasil, agora importado da Argentina.
A liberdade de escolha entre um motor a combustão (gasolina ou diesel) ou elétrico foi um dos destaques que motivaram os 60 jurados de 23 países a premiá-lo. A outra característica determinante foi o seu estilo, que mistura a nova identidade visual da Peugeot - já vista no sedã grande 508, como a grade texturizada, a identificação do modelo na ponta do capô, os faróis com tripla assinatura de LED vertical, simulando as garras de um leão, e a traseira de lanternas horizontais finas e escurecidas, também com três luzes verticais, ligadas por uma faixa preta - com a coluna traseira larga e triangular, inspirada no antigo 205.
O interior manteve o conceito i-Cockpit, no qual o quadro de instrumentos fica acima do volante, e a tela multimídia destacada, do primeiro 208. Só que agora os instrumentos são virtuais e em 3D. Algumas versões têm revestimento em Alcantara.
O Peugeot 208 é equipado, na Europa, claro, com sistema de frenagem de emergência a até 140 km/h, detector de pedestres e ciclistas inclusive à noite, alerta e assistente de mudança involuntária de faixa, detector de veículos em ângulo morto (desde os 12 km/h), reconhecimento de sinais de trânsito (velocidade, Pare e contramão), acendimento e apagão automático de luzes de longo alcance, programador de velocidade ativo, com função que para o veículo e volta a andar de forma automática (se a parada durar menos de 30 segundos) ou mediante o aperto do acelerador, e sistema de estacionamento automático. Alguns destes itens podem chegar aqui.
Lá, ele está disponível com motores a gasolina 1.2 de três cilindros, com 75, 100 e 130 cavalos, este último com turbo, a turbodiesel BlueTech 1.5 de quatro cilindros de 100 cavalos e a elétrica e-208, de 136 cavalos, que tem uma bateria de 50 kwh de capacidade com 340 km de autonomia, podendo ser carregada numa tomada doméstica (leva 16 horas para atingir 100% de carga), a partir de uma Box Wall (carga completa em 5 horas e 15 minutos para a versão trifásica (11 kW) ou em 8 horas para monofásica (7.4 kW) ou usando um terminal de carregamento público (com 80% da carga alcançada em 30 minutos).
O novo 208 fez sucesso na Europa, onde obteve 110.000 encomendas desde a sua chegada ao mercado local em outubro do ano passado. Deste número, 15% são da versão elétrica. Ele é líder de emplacamentos de veículos particulares na França até fevereiro deste ano.
O Peugeot 208 somou 281 pontos dos jurados e quebrou a sequência de vitórias de utilitários esportivos nos últimos três anos, iniciada em 2017, com a atual geração do 3008, também da Peugeot, seguindo com o Volvo XC40 e encerrada no ano passado com o elétrico Jaguar I-Pace. Em segundo, ficou o Tesla Model 3, que ficou com 242 pontos e deixou de conquistar o inédito título da marca norte-americana na história da premiação europeia, que oficialmente se chama Car Of The Year e é apelidada de COTY. Também seria o segundo triunfo consecutivo de um carro elétrico. Em 2011 e 2012, houve uma sequência de um carro elétrico (Nissan Leaf) e um híbrido (Opel Ampera), respectivamente. Outro finalista que não usa combustível fóssil (e nem vegetal) foi o terceiro colocado, o cupê superesportivo Porsche Taycan, com 222 pontos. A Porsche ganhou uma vez em 1978, com o 928.
Carro do Ano 2020: Peugeot 208 - 281 pontos |
Segundo lugar: Tesla Model 3 - 242 pontos |
O Renault Clio deixou de ser o primeiro modelo tricampeão da história (foi o primeiro bi em 1990 e 2006) ao ficar em quarto lugar com 211 pontos. Com dois pontos a menos vem o Ford Puma, agora um utilitário-esportivo-cupê compacto, em quinto. A Ford ganhou cinco títulos e não vence desde 2007 com o monovolume S-Max. Atual Carro do Ano da Autoesporte no Brasil, o Toyota Corolla, que, na Europa, é mais popular como hatch e perua (o sedã só é vendido em alguns países, como Alemanha, Portugal e Holanda), ficou apenas em sexto, com 152 pontos. Os japoneses ganharam em 2000, com o Yaris e em 2005, com o híbrido Prius, aliás, o primeiro do gênero vendido em larga escala e a ganhar o título europeu. A BMW, marca que nunca foi campeã, fecha a classificação dos sete finalistas, com 133 pontos obtidos pelo novo Série 1.
Quarto lugar: Renault Clio - 211 pontos |
Quinto lugar: Ford Puma - 209 pontos |
Sétimo lugar: BMW Série 1 - 133 pontos |
Este foi o sexto título conquistado pela Peugeot na história do COTY. O primeiro foi em 1969, com o sedã 504 (que deu origem à picape vendida no Brasil nos anos 90) e o último, em 2017, com o 3008, vendido aqui, o pioneiro SUV a ganhar a premiação. Com a conquista, a marca francesa do Leão se iguala à conterrânea Renault (que não vence desde 2006 com o Clio) e se torna uma das segundas maiores vencedoras da eleição criada em 1964. A primeira é a Fiat, com nove títulos, mas que não é eleita desde 2008, com o subcompacto 500, que, aliás, acaba de renascer novamente, agora como um carro elétrico.
Todos os campeões:
1964 - Rover 2000 / 1965 - Austin 1800 / 1966 - Renault 16 / 1967 - Fiat 124 (deu origem ao Lada Laika, um dos primeiros importados populares no Brasil) / 1968 - NSU Ro 80 (primeiro carro com motor rotativo Wankel) / 1969 - Peugeot 504 (sua versão picape fez sucesso por aqui nos anos 90) / 1970 - Fiat 128 / 1971 - Citroën GS / 1972 - Fiat 127 (o nosso 147 - BR) / 1973 - Audi 80 (deu origem ao primeiro Passat) / 1974 - Mercedes 450S (I) / 1975 - Citroën CX / 1976 - Simca 1307-1308 / 1977 - Rover 3500 / 1978 - Porsche 928 (único cupê esportivo a levar o título) / 1979 - Simca Horizon / 1980 - Lancia Delta / 1981 - Ford Escort (BR) /1982 - Renault 9 / 1983 - Audi 100 (sua versão reestilizada foi o primeiro Audi importado por Ayrton Senna dez anos depois) / 1984 - Fiat Uno (BR) / 1985 - Opel Kadett (BR) / 1986 - Ford Scorpio (um sedã luxuoso do porte do Fusion) / 1987 - Opel Omega (BR) / 1988 - Peugeot 405 (M) / 1989 - Fiat Tipo (I e BR) / 1990 - Citroën XM (I) / 1991 - Renault Clio 1 (M) / 1992 - VW Golf III (M) / 1993 - Nissan Micra (duas gerações antes do nosso March) / 1994 - Ford Mondeo 1 (I) / 1995 - Fiat Punto 1 (o nosso foi a terceira geração) / 1996 - Fiat Bravo/Brava (BR - O Bravo era a versão duas portas do Brava, que foi fabricado aqui. Ambos antecederam o Stilo e o último Bravo) / 1997 - Renault Scénic (BR) / 1998 - Alfa Romeo 156 (I) / 1999 - Ford Focus 1 (M) / 2000 - Toyota Yaris 1 (primeira geração europeia. O nosso é derivado da segunda geração tailandesa) / 2001 - Alfa Romeo 147 (I) / 2002 - Peugeot 307 (I e M) / 2003 - Renault Mégane 2 (BR na versão sedã) / 2004 - Fiat Panda (inspirou o novo Uno brasileiro) / 2005 - Toyota Prius (que chegou aqui somente a partir da terceira geração) / 2006 - Renault Clio 2 / 2007 - Ford S-Max / 2008 - Fiat 500 (M) / 2009 - Opel Insignia / 2010 - VW Polo (uma geração entre o nosso antigo e o atual) / 2011 - Nissan Leaf 1 (usado no Rio como táxi de forma experimental e depois importado na segunda geração) / 2012 - Opel Ampera/Chevrolet Volt / 2013 - Volkswagen Golf (BR) / 2014 - Peugeot 308 / 2015 - Volkswagen Passat (I) / 2016 - Opel Astra / 2017 - Peugeot 3008 (I) / 2018 - Volvo XC40 (I) / 2019 - Jaguar I-Pace (I) / 2020 - Peugeot 208 (M)
BR - Fabricado no Brasil
I - Importado da Europa
M - Importado do Mercosul ou México
0 Comentários