LANÇAMENTO - TOYOTA HIACE


Para enfrentar as vans de grande porte do mercado, como Mercedes Sprinter, Fiat Ducato, Peugeot Boxer, Citroën Jumper, Ford Transit e Renault Master, a Toyota trouxe da Argentina a Hiace. A pronúncia ideal pode ser "Raice", "Ráiace" ou "Raieice", mas eu prefiro pronunciar "Iace" ou "Riate". Afinal, estamos no Brasil. 

Pronúncias a parte, a Hiace tem o DNA da Hilux. Plataforma, câmbio automático de seis marchas, tração traseira e o motor 2.8 turbodiesel de 174 cavalos vêm da picape média. Até a linha de montagem na fábrica de Zárate é a mesma. 

A Hiace é vendida na Argentina desde 2019, ano em que foi lançada a atual geração, que só agora está chegando ao Brasil. No Japão, a história é bem mais antiga: surgiu em 1967 e está na sexta geração. No nosso sabotado país, que sempre recebe os carros com atraso, o estilo já aparenta desgaste após seis anos: o desenho da frente, apesar de imponente, é discreto, com faróis halógenos (não há luzes de LED) retangulares "zangados" e duas faixas cinza no meio da grade. Na lateral, a janela tem uma inclinação na parte da frente. Os pneus têm rodas de aço e calotas. Atrás, a tampa e o vidro são planos e as lanternas são verticais. 


No interior, o painel também já demonstra o peso da idade: reto, com cantos vivos, quadro de instrumentos físico e analógico e tela multimídia (sem espelhamento com Android e Apple) de 9 polegadas embutida em um gabinete. A alavanca do câmbio também vai incorporada ao tablier. Não há nenhuma faixa em tecido ou revestimento em material macio. 


A Hiace começou a ser vendida na versão de passageiros, chamada DX 15+1, ou seja, com quinze passageiros além do motorista. Os bancos são fixos e têm alças de apoio em cada um deles, exceto nos últimos de trás, que podem ser rebatidos e até retirados, desde que desparafusados, o que dá o maior trabalho. A Toyota não divulgou a capacidade para bagagem. Todos os passageiros de trás têm saídas de ar condicionado, que é item de série. Na frente, o encosto do banco ao lado do motorista é rebatível, formando uma mesa de trabalho com porta-copos. 


Os 174 cavalos do motor podem parecer fracos, mas é mais potente que todas as suas rivais. Só a Sprinter, com os seus 170 cv chega perto. A Transit tem 165 cv, a Citroën Jumper e a Renault Master rendem 150 cv e a Fiat Ducato e Peugeot Boxer, 140 cv. A van da Ford é a única com opção de câmbio automático, no caso tem 10 marchas. 


A versão única custa R$ 364.990 e só é vendida na cor branca. Não tem ADAS, ou seja, equipamentos de condução semi-autônoma, presentes na Transit. Os únicos itens de segurança são três airbags (frontais e de joelho para o motorista), assistente de partida em rampa, controles de tração e estabilidade e cinto de segurança de três pontos em todos os lugares. A Hiace também tem alarme com imobilizador, trava elétrica, entrada USB, volante com comandos do áudio, telefone e computador de bordo, vidros elétricos dianteiros, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré. O pareamento do sistema multimídia com o celular é só com o Bluetooth. Ou seja, uma lista de equipamentos muito simples. 


Comparada aos rivais citados no início do texto, em versões similares ao da Toyota, a Hiace é mais cara que a Sprinter (cerca de R$ 349 mil) e a Transit (R$ 354.900) e ainda leva desvantagem nos equipamentos. Em compensação, é mais barata que o trio da Stellantis (Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citroën Jumper), que é importado da Itália, mas vai ser montado no Uruguai, na mesma planta da Transit, e custa R$ 384.990. A van japonesa fabricada na Argentina também custa menos que a Renault Master (R$ 385.990), única nacional do mercado. No mês que vem chegará a versão furgão e a ambulância depende de homologação.

Você, leitor, percebeu que este texto de lançamento não tem a habitual análise dos outros carros apresentados no Guscar. É que ainda não tenho um teste da Hiace e a Quatro Rodas não costuma testar na pista as grandes vans para comparação. Apesar da grande oferta de modelos, o segmento é quase ignorado pela imprensa. 

Mas deu para concluir que o motor e o câmbio são os únicos pontos fortes da Hiace, que tem um preço mediano, mas uma lista modesta de equipamentos de série. E ainda o seu estilo de seis anos já pede uma atualização. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO 
FOTOS: DIVULGAÇÃO 

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