O Kia Sportage foi lançado em 1993 e, como você vê nas fotos, tinha aparência de jipe, muito parecido até com o Suzuki Vitara, com direito a estepe na tampa do porta-malas. Chegou ao Brasil dois anos depois. Posteriormente, ganhou a versão Grand Sportage, mais familiar e de sete lugares. 

A partir da segunda geração virou um utilitário esportivo e passou a compartilhar a plataforma com o Hyundai Tucson, que fez mais sucesso que ele. 

A terceira assumiu um formato crossover, enquanto o primo Hyundai ix35 estava mais para um SUV. 

A quarta quis ser um Porsche, por adotar o mesmo formato dos faróis do Macan e do Cayenne, fora a ousadia dos faróis de neblina em LED dispostos como um quatro cubos de gelo e as lanternas traseiras mais finas e tridimensionais. 

A quinta, recém-lançada, exagerou na ousadia frontal. Continua dividindo a plataforma com o Tucson, que também ousou no estilo, com faróis misturados à grade e lanternas traseiras pontudas. A nova geração do Sportage criou as luzes diurnas de LED literalmente em forma de bumerangue voltada para a lateral, com grade em três níveis. Em compensação, está mais tecnológico com vários recursos de segurança como sensor de presença no banco traseiro e inibidor de colisões com carros em ponto cego, semiautônomo como estacionamento remoto, conectado, com controle do ar condicionado e iluminação pelo celular, e ecológico, com motorização híbrida. 

1a Geração (1993-2004 - No Brasil de 1995 a 2003)

A primeira geração media 4,13 metros de comprimento e 2,65 m de distância entre-eixos. O chassi era da caminhonete Bongo. A tração era traseira com opção de integral temporária.

 Tinha motores 2.0 a gasolina, com comando de válvulas único (rendia 99 cavalos) ou duplo (139 cv), e um 2.2 diesel de 70 cv. O câmbio podia ser manual de cinco marchas ou automático de quatro. Os freios ABS, porém, só estavam no eixo traseiro. Aqui no Brasil, o diesel veio primeiro, com o de gasolina mais potente chegando apenas um ano depois, assim como o câmbio automático. A potência, no entanto, foi reduzida para 65,3 cv no diesel e 128 cv no gasolina.    

Face-lift (1998)

Um face-lift em 1998 mudou a grade dianteira e o painel do interior. A mudança só chegou ao Brasil em 1999, junto com o novo motor 2.0 turbodiesel e injeção direta, que substituiu o 2.2 aspirado. Rendia 87 cv, quatro cavalos a menos que o vendido no exterior.  










O Sportage de duas portas conversível já fazia parte da linha desde o lançamento em 1993 e o Grand Sportage, 25 cm mais comprido e sem estepe na tampa do porta-malas, que ganhou volume, foi lançado em 1996. Mas só o segundo chegou ao Brasil em 1998, trazendo ar condicionado de série. Nos Estados Unidos, ele ganhou airbag para os joelhos do motorista. O motor a gasolina deixou de ser importado em 2001 e a primeira geração completa em 2003.


2a Geração (2004-2009 - No Brasil de 2005 a 2010)



A segunda geração do Sportage passou a ter plataforma monobloco vinda do sedã médio Elantra, da Hyundai, marca conterrânea da Kia que a comprou em 1997, quando a primeira geração recebeu o face-lift de meia vida. Assim, o Sportage teve que esperar a segunda geração, em 2004, para receber a nova plataforma vinda da nova dona, que também lançou com a sua marca o SUV Tucson, que fez mais sucesso.

O comprimento aumentou em relação ao primeiro Sportage quatro portas, passando para 4,35m, mas a distância entre-eixos foi reduzida para 2,63m. O segundo Sportage teve apenas a única carroceria de quatro portas. O jipinho de dois lugares conversível e o Grand não foram renovados.  

Os motores ganharam novidades: além do 2.0 a gasolina de quatro cilindros, que passou a render 142 cavalos graças ao novo comando variável de válvulas (VVT), o Sportage ganhou um V6 2.7, também de quatro válvulas por cilindro, totalizando 24, que entregava 173 cv. O 2.0 usava um câmbio manual de cinco marchas na versão LX e o V6 um automático de quatro. Ambos foram os únicos que chegaram ao Brasil. Desde a segunda geração, nunca mais tivemos Sportage com motor a diesel. Lá no exterior, os chamados "gasóleo" passaram a ter duas opções de potência do 2.0 turbodiesel: 115 ou 143 cavalos, somente com câmbio manual de seis marchas. A tração integral 4x4 foi oferecida aqui inicialmente somente no motor V6 e era sob demanda. Depois, passou a equipar também o 2.0. Já a tração básica mudou do eixo traseiro para o dianteiro.  

Com acabamento mais caprichado que a primeira geração e também o Tucson, o segundo Sportage ganhou itens como  airbags laterais e de cortina, sistema que monitora a pressão dos pneus, controles de tração e de estabilidade, teto solar e piloto automático. Recebeu um face-lift que mudou para-choques, recorte dos faróis, lentes das lanternas, régua da tampa do porta-malas e detalhes da grade frontal em 2009. 

Face-lift (2008)




3a Geração (2010-2015 - No Brasil desde 2010)



O designer alemão Peter Schreyer foi contratado em meados dos anos 2000, mas o seu estilo só chegou ao Sportage na terceira geração, apresentada em 2010. Depois do jipinho aventureiro da primeira geração e do SUV da segunda, o Kia se tornava um crossover de linhas futuristas, onde se destacavam os faróis espichados e a grade com um dente em cima e outro embaixo na moldura cromada, que ganhou o apelido de nariz de tigre ou boca de tigre. As lanternas passaram a ser horizontais com prolongamento na tampa do porta-malas. A plataforma continuou vindo da Hyundai, só que agora do ix35 (que manteve o nome Tucson em alguns mercados). O comprimento aumentou para 4,45 metros e o entre-eixos para 2,64m. 

Em diversos países, o terceiro Sportage tinha várias opções de motores: a gasolina eram o 1.6 de injeção direta de 135 cavalos e três 2.0, sendo dois com injeção eletrônica comum, de 150 cv, outro com 166 cv e um terceiro com turbo, que rendia 261 cavalos e substituiu o V6. Entre os movidos a diesel havia um 1.7 de 115 cv e um 2.0 de 184 cv, ambos turbinados. O câmbio tinha seis marchas, tanto o manual quanto o automático. Mas para o Brasil só veio o motor 2.0 mais potente e o câmbio manual ainda tinha cinco marchas no lançamento. Somente em 2012 ganhou a sexta marcha e o motor passou a ser flex, rendendo 169 cv com gasolina e 178 cv com álcool. Em 2014, o câmbio manual deixou de ser oferecido e, no ano seguinte, foi a vez da tração integral, que era vendida como opcional, pois não fazia sentido num carro tão urbano. Ficou apenas na dianteira. 

Ar-condicionado automático de duas zonas, banco do motorista com regulagem elétrica, chave presencial para acesso e partida do motor, câmera traseira para manobras e dez airbags eram as novidades entre os equipamentos e foram oferecidos aqui somente a partir da versão intermediária das cinco disponíveis. Mas o teto solar só estava na versão top. A direção elétrica e o sistema multimídia com GPS só chegaram em 2012.


Face-lift (2014)

Em 2014, foi lançado um ligeiro face-lift, que só mudou o formato dos faróis de neblina de vertical para horizontal.


4a Geração (2015-2021 - No Brasil desde 2016)




A quarta geração, de 2015, chegou ao Brasil no ano seguinte. Desta vez, Schreyer tornou a grade mais vertical e já no formato do dente de tigre (antes era só a moldura). Os faróis no capô deram um toque de Porsche ao utilitário sul-coreano. Como acontece desde a segunda geração, a plataforma vinha do Hyundai Tucson. O comprimento aumentou para 4,48m e o entre-eixos para 2,67m.

O mercado brasileiro continuou recebendo o Sportage somente com motor 2.0, mas com menos potência, que caiu para 156 cv com gasolina e 167 cv com álcool ante os 169 e 178 cv da geração anterior. O câmbio continuou com a caixa automática de seis marchas e a tração integral manteve-se ausente do nosso país. No mercado externo continuou oferecido com motores a gasolina 1.6 T-GDI, que passou a ter 177 cv,  2.0 turbo, que teve a potência reduzida para 240 cv com a intenção de reduzir o consumo e o 2.4 de 181 cv. Os turbodiesel mantiveram as cilindradas 1.7 e 2.0, mas ficaram mais potentes, respectivamente com 141 e 185 cv. Além do automático de seis marchas oferecido aqui, o Sportage de quarta geração também tinha, em outros países, o câmbio manual de seis marchas e um automatizado de dupla embreagem de sete velocidades para o 1.6 a gasolina e o 1.7 turbodiesel.

O Sportage voltou a ser vendido no Brasil em versões com siglas, como a básica LX e a top EX, embora a Kia as identificasse por códigos. Entre os novos equipamentos destacavam-se o monitor de ponto cego, seletor de modo de condução, alerta de mudança de faixa e alerta de tráfego cruzado na traseira, carregador sem fio para aparelhos, os ganchos ISOFIX, teto solar panorâmico e DVD. No exterior, havia ainda a frenagem automática.  


Face-lift (2018)

As mudanças frontais mais vistosas no face-lift de 2018 foram os novos projetores dos faróis, ainda mais parecidos com os da Porsche e o achatamento e divisão dos cubos de gelo, digo, das luzes de neblina por uma faixa cromada.


Por dentro, ganhou uma tela maior no quadro de instrumentos, novo volante e sistema multimídia de 8 polegadas com Android e Apple.

5a Geração (2021 - No Brasil a partir de 2022)

Agora como presidente do grupo Hyundai-Kia, Peter Schreyer coordenou apenas o estilo da quinta geração, apresentada este ano, que ainda nem chegou ao mercado mundial e sequer no Brasil, para onde está previsto no ano que vem. A boca de tigre ainda existe, mas ficou em segundo plano, ofuscada pela estranha grade frontal escamada e o formato das luzes diurnas de LED em formato de bumerangue invertido que envolve os faróis. A traseira não é tão chocante, mas é moderna, com as lanternas interligadas, acima do novo logotipo da Kia, que aparece também no capô. Por dentro, o painel segue o estilo dos carros da alemã Mercedes-Benz com dois tablets horizontais servindo de quadro de instrumentos e sistema multimídia no lugar daqueles gabinetes de desenho elaborado.

A plataforma agora é modular, mantendo a origem Hyundai, também usada no novo Tucson e na picape Santa Cruz. O carro cresceu ainda mais, indo para 4,66m de comprimento e 2,76m de distância entre-eixos. Na Europa, ele terá uma versão mais curta.

Entre os equipamentos, as novidades são o Kia Pay, que permite o pagamento de pedágio e combustível pelo sistema multimídia e o Kia Connect, que controla o ar condicionado e a iluminação, além de servir de chave para acesso ao veículo também pelo celular. Também não vão faltar carregador sem fio, câmeras dentro do habitáculo para gravação de imagens, bancos aquecidos e sistema de som premium da Harman Kardon, sensor de presença no banco traseiro com alerta na tela multimídia ou no celular, controle de cruzeiro adaptativo baseado em navegação, assistente de manutenção de faixa, assistente para evitar colisões frontais com detecção de pedestres, ciclistas e veículos, assistente de estacionamento remoto, assistente para evitar colisões no ponto cego e monitor de visão do ponto cego.

O novo Kia Sportage terá motorização híbrida recarregável ou não, mas os detalhes como potência, motor a combustão auxiliar e transmissão ainda não foram divulgados. Chegará ao mercado no final do ano ainda somente com o motor 1.6 turbo (T-GDi), que agora terá 180 cavalos, ou 2.0 turbodiesel de 186 cv. O câmbio será manual de seis marchas, automatizado de dupla embreagem de sete e automático de oito, este exclusivo da versão turbodiesel. Pela primeira vez, a tração integral será adaptativa, com leitura do terreno em tempo real e conectada ao motor, transmissão e freios, e a suspensão terá dureza regulável. O seletor de modo de condução já presente na geração anterior, continuará disponível.