Foram cinco gerações sob o controle e a infra-estrutura da General Motors, sem contar as duas últimas edições do Kadett, que no Reino Unido já tinha o nome usado em quase toda a Europa desde 1991. Agora, a sexta versão do Opel/Vauxhall Astra é a primeira da história do modelo médio a utilizar a plataforma EMP2 do grupo Peugeot/Citroën, nova dona das marcas alemã e britânica e que agora também é sócia da Fiat-Chrysler dentro do grupo Stellantis. 


O estilo de linhas retas, coluna C lateral larga e lanternas traseiras finas horizontais foi criado para se assemelhar ao maior rival, o Golf. Mas acabou ficando mais parecido com outro modelo do grupo Volkswagen: o Audi A1, pois a coluna C é inclinada para frente e o teto preto e o aerofólio no vidro traseiro criam a sensação de que ela é flutuante.


Opel Kadett D (1979-1984)

Chevrolet Kadett brasileiro (equivalente ao Opel Kadett E - 1984-1991)

Opel Corsa 2020


No canto da janela, há um pequeno aplique preto canelado que faz uma sutil homenagem às tais duas últimas gerações do Kadett. O Astra também lembra a atual geração do irmão menor Corsa, que também já foi projetada pela PSA. Só que a frente do compacto ainda tem a filosofia estética antiga. 


A do novo hatch médio tem o novo estilo Vizor, lançada na segunda geração do crossover compacto Mokka e depois no face-lift do Crossland (sucessor do Meriva já apresentado aqui no Guscar antes da alteração), em que a grade é ligeiramente inclinada para dentro. 



Os faróis do Astra têm luzes diurnas que emolduram metade da lente. O sistema Intellilux, novidade da geração passada, que consiste em luzes matriciais adaptativas, foi aprimorado e agora tem 168 elementos de LED (84 em cada farol). Na traseira, as já citadas lanternas finas também são de LED e a assinatura aparece espaçada no centro, abaixo do emblema Opel, ambas em preto em vez de cromado. 


Se por fora o Astra ficou pouco parecido, por dentro, o conceito do painel é o mesmo do Golf: com dois tablets horizontais, um deles servindo de quadro de instrumentos. A Opel chama o interior minimalista de Pure Panel. A diferença está no formato da moldura e na tela multimídia mais voltada para o motorista no ex-General Motors. As saídas de ar do carona são contínuas. A originalidade do novo Astra está no volante de braço inferior fino. Na verdade, o braço tem até a largura convencional, mas o friso cromado em contraste com o preto brilhante cria essa impressão Já o console sem alavanca de câmbio nas versões automáticas, uma nova tendência em vários modelos, lembra o Citroën C4, que também usa a mesma plataforma EMP2, assim como a terceira geração do Peugeot 308. 



O novo Astra mede 4,37 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,47 m de altura e 2,67 m de distância entre-eixos. Em comparação com a geração anterior, é praticamente o mesmo comprimento (apenas 4 milímetros a mais), 5 cm a mais na largura e 1 cm a mais no entre-eixos. Só a altura que foi reduzida em 1 centímetro e meio. Assim, o espaço interno não deve mudar muito. Já o porta-malas agora tem 422 litros, 52 litros a mais. 




O painel do Astra não é minimalista só no estilo. Há o mínimo de botões possíveis, presentes apenas abaixo da tela multimídia e no volante. O novo hatch médio terá ar condicionado digital, carregador sem fio, sistema multimídia com Android e Apple com comando de voz em linguagem coloquial, head up display, bancos dianteiros (aliás, 12 cm mais baixos para deixarem a condução e acomodação mais esportiva) com ajuste elétrico, banco do motorista com ventilação e massagem e todos os lugares com aquecimento. 


Entre os itens de segurança e semi-autonomia estão o sistema IntelliDrive 2.0, formado por cinco câmeras, cinco sensores de radar e de ultrassom na frente e atrás, controle de cruzeiro adaptativo com função Stop & Go, detecção de ponto cego de longo alcance, câmera IntelliVision com visão de 360 ​​graus para facilitar as manobras de estacionamento, reconhecimento estendido de sinais de trânsito, Cross-Traffic traseiro, alerta que avisa da presença de veículos na traseira, e sistema que mantém o carro no centro da pista.


A sexta geração será a primeira do Astra a ter opções a combustão, híbridas, e totalmente elétrica. Esta última, já oferecida no Corsa, no Peugeot 208 e no Citroën C4, porém, só será lançada em 2023. Cinco anos depois, em 2028, todos os carros da Opel serão elétricos. 

Na fase de lançamento na Europa, no início do ano que vem, serão oferecidos apenas os motores convencionais, a gasolina ou a diesel, e a propulsão híbrida plug-in (carregável na tomada) com duas opções de potência, como no Peugeot 308. 


Com gasolina, o motor será o 1.2 turbo de três cilindros, com opção de 110 ou 130 cavalos de potência, que nada mais é que o conhecido PureTech do Peugeot 208 vendido na Argentina (já que o nosso usa o arcaico 1.6 aspirado). O diesel é o 1.5, também turbinado, de 130 cavalos. 


Já o híbrido combina um motor elétrico de 110 cavalos com um 1.6 turbo direto com duas opções de potência: 150 ou 180 cavalos. A potência combinada é de, respectivamente, 180 ou 225 cv. A bateria de íon de lítio de 12,4 kWh fornece uma autonomia de 56 km e pode ser carregada em menos de duas horas com um carregador de bordo de 7,4 kW, oferecido como cortesia. 



O câmbio automático de oito marchas (com uma minialavanca) é de série nas versões híbridas e opcional nas movidas a diesel e no de gasolina mais potente. O manual de seis marchas é padrão em todas as motorizações a combustão, sendo que o movido a gasolina de 110 cv não tem a opção do automático. 

A nova linha Astra também terá a perua Sport Tourer no ano que vem. Mercados sul-americanos como Chile, Colômbia, Equador e Uruguai já vendem o Corsa e o Astra provavelmente vai chegar lá também. Já aqui no Brasil... Prefiro não comentar. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO