TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
A importação do México, com cotas limitadas a 12 mil unidades por mês, intimidou a participação do Chevrolet Tracker no selvagem mercado dos utilitários esportivos compactos, disputado no Brasil por Ford Ecosport, Renault Duster, Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008.
Desde 2013, quando chegou, não vendeu mais do que 15 mil unidades. Em abril deste ano foi o quinto mais vendido com apenas 922 unidades. O quarto colocado, o Renault Duster, vendeu 1.932. Somente no final do ano passado ele ganhou a versão mais simples, a LT.
Em dezembro, a GM espera mudar a sua história e o Tracker terá uma segunda chance no mercado brasileiro com uma nova frente.
Tracker 2014 |
Os faróis quadrados e a grade dividida pela barra na cor do carro deram lugar a faróis mais finos e em formato de bumerangue, com iluminação em LED na versão mais cara. A grade principal passa a ser localizada no para-choque, em maiores dimensões. A gravata dourada da Chevrolet agora está no vão entre os faróis, cercada por um friso cromado. O visual ficou mais próximo do novo Cruze e do cupê esportivo Camaro. O desenho das lanternas é o mesmo, só mudando as lentes, que foram reorganizadas, mas o vinco que brota delas até a lateral traseira ficou mais saliente. O para-choque de trás também modernizado.
Por dentro, a renovação visa melhorar o acabamento, muito criticado no primeiro Tracker. O painel tem novo desenho, ficando com a parte superior ligada ao tablier de forma ondulada. Os falsos difusores de ar verticais no centro do painel foram substituídos por saídas de verdade. Nas extremidades, elas trocam o formato circular pelo elíptico. Um friso cromado em U emoldura a parte central. O quadro de instrumentos digital, semelhante ao Onix, Cobalt, Spin, o falecido Sonic e também às motos, ficou mais convencional e ganhou velocímetro analógico. Mas na nova tela de computador de bordo há uma função que mantém a velocidade em movimento em dígitos. O painel das portas, entretanto, aparentemente, não mudou.
Tracker 2014 |
A tela multimídia de 7 polegadas continua em destaque, mas foi aprimorada. Agora ela pode ser espelhada com o smartphone através dos aplicativos Apple Play e Android Auto. O sistema também pode ter roteador wifi, navegador GPS e câmera de visão traseira. Outras novidades em termos de equipamentos são alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, alerta de colisão frontal, alerta de desvio de faixa involuntário e 10 airbags, mas estes itens devem ficar restritos à versão top, que nos Estados Unidos mudou o nome para Premier, mas aqui deve continuar se chamando LTZ.
O novo Tracker terá novidades também no motor, como o novo turbo 1.4 de injeção direta de 153 cavalos do Cruze. A LT deve continuar com o atual 1.8 de 144 cavalos.
O Tracker é um projeto mundial recente da General Motors, que só herdou o nome da versão Chevrolet do velho Suzuki Vitara porque tinha mais apelo, pois o seu nome global é Trax. Os outros modelos da linha são o Buick Encore e o europeu Opel Mokka. O Tracker antigo, fabricado na Argentina, chegou em 2001, deu uma pausa e voltou em 2006 com a mesma cara e a sensação de carro usado 0 km.
Mas a segunda chance do Tracker será com mudanças bem visíveis, mas não radicais, para que ele possa, pelo menos, ser bem lembrado no segmento.
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