TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO



Apresentado nos salões norte-americanos de Los Angeles e Detroit, o Mercedes Classe E, em sua quinta geração (desde que assumiu esta denominação, em 1992), foi atualizado em tecnologia autônoma, mas perdeu identidade própria, se tornando simplesmente uma versão alongada do Classe C ou reduzida do Classe S. A plataforma modular Merc MRA foi usada de forma burocrática na Mercedes nestes três sedãs.

Faróis ovalados em full LED, grade pronunciada, perfil alto, lanternas em forma de folha de árvore nos cantos da traseira e tampa do porta-malas com friso cromado são praticamente os mesmos dos irmãos. É preciso fazer um jogo de sete erros para identificar as diferenças entre eles. 


Assim como no face-lift da carroceria passada e no Classe C. há duas versões de grade: a clássica (com filetes finos cromados divididos e o emblema sobre o capô em forma de escultura) e a esportiva (colmeiada, com dois frisos, moldura na cor do carro e a estrela grande no centro). As versões na Europa são básica, Avantgarde, AMG Line, Exclusive e Designo.


Classe C

Classe S

O novo Classe E tem 4,92m de comprimento, 1,85m de largura, 1,47m de altura e 2,94m de distância entre-eixos. O Classe C tem 4,68m/1,81m/1,44m e 2,84m. O S mede 5,11/1,90/1,49/3,04m. O anterior Classe E media 4,88m, 1,85m, 1,47m e 2,87m.




O interior, por sua vez, é igual ao do luxuoso Classe S. O painel retangular tem duas telas de 12,3 polegadas: uma com os instrumentos virtuais e outra com o sistema multimídia, podendo ser invertidas. Mas este sistema é opcional. De série, só uma tela central de 8 polegadas. Abaixo dela fica a faixa com acabamento de madeira ou texturizado, com quatro saídas de ar circulares. Mais abaixo os comandos do ar condicionado, o console contínuo e o touch pad, presente também nos comandos do volante.






O ponto forte do novo Classe E é a tecnologia. A grande atração é o Drive Pilot. O sistema permite que o carro siga o tráfego à sua frente em velocidades até os 210 km/h. Graças às câmeras, sensores e radares que circundam o veículo, o motorista precisa apenas definir a velocidade e distância que quer se manter em relação ao carro da frente. O Classe E assume o resto, sem que o motorista tenha que acelerar, frear ou controlar a direção. É o verdadeiro piloto automático, quase igual a um avião. E quase perto da condução totalmente autônoma. 

O assistente de mudança de faixa também foi aprimorado, bastando o motorista indicar com a seta a faixa em que quer trafegar (direita ou esquerda) e o veículo realiza a manobra autonomamente, caso haja espaço seguro para isso. Tudo isso só funciona em vias bem sinalizadas. Por isso, este sistema não deve vir para o Brasil.



Também fazem parte do pacote tecnológico do novo Classe E a frenagem autônoma de emergência e o alerta de tráfego traseiro e de pedestres. Outra novidade é o estacionamento por controle remoto, como no BMW Série 7, só que através do smartphone, que também informa em tempo real as condições do trânsito.


A motorização inicial das versões civis terá apenas um motor a gasolina (quatro cilindros 2.0 turbo e injeção direta) e dois a diesel (quatro cilindros 2.0 e um V6 3.0 turbo). O primeiro vai usar a nomenclatura E200 e rende 184 cavalos. Um dos diesel também é 2.0, tem 194 cavalos e vai usar a designação E220d. Já o V6 será o E350d e rende 258 cavalos.

Eu falei versões civis porque no Salão de Genebra foi revelado o esportivo AMG E43 4-Matic, com motor V6 3.0 biturbo de 401 cavalos e tração integral. As demais têm tração traseira.  Acelera de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos e tem consumo de 12 km/l. Todos os Classe E são equipados com câmbio automático de nove marchas (9G-Tronic). 





Em breve chegarão o Hybrid, a ser chamado de E350e, com um motor 2.0 a gasolina turbo e outro elétrico, totalizando 279 cavalos, um 2.0 a gasolina de 244 cv, um V6 a gasolina de 333 cv e um diesel de apenas 150 cavalos. 



O Classe E terá três opções de suspensão adicionais além da configuração padrão, incluindo uma esportiva 15 milímetros rebaixada com amortecedores adaptativos. E ainda uma suspensão pneumática opcional com amortecedores ajustáveis eletronicamente. 

O Classe E foi renovado antes dos seus grandes rivais BMW Série 5 e Audi A6, mas depois do Jaguar XF. O Mercedes leva vantagem na tecnologia, mas merecia ter um estilo mais diferenciado, mesmo que os seus concorrentes também sejam clones de seus irmãos em suas marcas.