TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA CARRO



A primeira geração da Toyota SW4 era chamada de 4Runner e não passava de uma simples versão fechada da Hilux. Os face-lifts seguintes foram moldando a sua personalidade. A segunda, de 2006, já estava com estilo quase próprio. Só o painel ainda vinha da picape. Desde o último face-lift, em 2011, pede até para ser chamada apenas de Toyota SW4. A terceira, lançada mundialmente no ano passado e jà fabricada em Zárate, na Argentina e à venda no Brasil apenas cerca de oito meses depois, enfim conseguiu a emancipação estética.


Faróis e grade são totalmente diferentes. Os primeiros, mais finos, com LED e a entrada de ar mais agressiva, com um par de molduras verticais cromadas em V. Chega até a lembrar um modelo da Lexus, divisão de luxo da Toyota. A SW4 não tem aquela "frente de Corolla" da Hilux. O para-choque também tem desenho pronunciado e o espaço dos faróis de neblina tem proteção cromada. A lateral, apesar de reta, também é bem moderna, com a linha de cintura formando um degrau e colunas escuras. O efeito ficou tão bom que foi estilizado na chave do veículo. Conservadora só mesmo a tampa do porta-malas com lanternas horizontais (mais finas) e faixa cromada entre elas e sobre a placa.



O interior reforça a identidade da SW4, pois o painel é preto e tem desenho diferente da Hilux, com o console central mais vertical e emoldurado por duas barras prateadas e revestidas de couro. O acabamento é de melhor qualidade, com plástico duro, detalhes imitando madeira escura e couro também na cobertura do quadro de instrumentos, portas e bancos. A tela multimídia sensível ao toque de 7 polegadas não está tão flutuante como na picape. Entre o conta-giros e o velocímetro há outras duas barras verticais iluminadas de azul ao redor da tela do computador de bordo. O reloginho anos 80 está mais discreto entre as saídas horizontais do ar condicionado. Há dois porta-luvas (o superior refrigerado) e três porta-objetos no túnel central.





O espaço para as pernas no banco traseiro é muito bom, mas para apenas dois passageiros. O do meio vai ficar incomodado com o ressalto no assoalho e do apoio de braço quando estiver guardado no encosto. Em compensação, todos os passageiros de trás têm saída de ar no teto, ajuste digital da intensidade da ventilação, cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça.



No porta-malas, há dois bancos extras, retráteis, que são mais apropriados para crianças e adultos baixinhos, mas possuem saída de ar condicionado e cinto de três pontos. Quando não estão em uso, ficam pendurados, roubando preciosos litros de capacidade do porta-malas, que é de apenas 500 litros para cinco lugares e 180 litros para sete.



Estranho é que os sete lugares sejam opcionais na SW4 com motor turbodiesel, que é mais caro. Custa R$ 225 mil. Com cinco sai por R$ 220 mil. Este motor agora é um 2.8 quatro cilindros, igual ao da picape e não mais o 3.0 da geração passada. Tem 177 cavalos de potência e 45,9 kgfm de torque. A versão a gasolina, que é mais barata, custa R$ 205 mil, tem os dois bancos extras de série. O motor V6 4.0 tem 238 cavalos e 38,3 kgfm. O câmbio é automático de seis marchas com mudanças manuais na alavanca e no volante nas duas motorizações. A tração é 4x4, com reduzida e desligamento.




Apesar da diferença de preço entre os dois motores, a versão de acabamento é única (SRX) e tem os mesmos equipamentos: rodas de liga-leve de 18 polegadas, ar condicionado digital (infelizmente, de apenas uma zona), sistema multimídia com GPS, TV digital, DVD, câmera de ré, Bluetooth, MP3, modos de direção Power e Eco, seis alto-falantes, abertura elétrica da tampa do porta-malas com memória de altura, acendimento automático dos faróis, piloto automático, banco do motorista com ajuste elétrico de inclinação, distância e altura, retrovisores externos retráteis eletricamente, entrada e partida sem chave, tomada de energia no painel, console e porta-malas, volante multifuncional, airbags laterais dianteiros, de cortina e para o joelho do motorista, assistentes de subida, descida e reboque, bloqueio do diferencial traseiro com acionamento elétrico, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sensores de estacionamento traseiro, assistência de frenagem de urgência, sistema de proteção para pedestres, engate ISOFIX para cadeirinhas infantis, entre outros triviais. Porém, ar condicionado bizona, teto solar, freio de estacionamento elétrico e amortecedor da tampa do capô não estão presentes.


A Toyota SW4 turbodiesel, segundo a revista Carro, acelera de 0 a 100 km/h em 13,8 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 10,4 segundos, tem consumo de 9,6 km/l na cidade e 12,5 km/h, freia a 80 km/h em 28,9 metros e tem ruído de 59,5 decibéis a mesma velocidade. 

Com exceção do ruído e do consumo, todos os dados são piores que o da Chevrolet Trailblazer, sua principal concorrente, que vai ganhar um face-lift nos próximos meses, ou, mais tardar, no ano que vem. Ela também é mais barata. Por enquanto, custa R$ 163.790 com motor a gasolina e R$ 192.090 com o movido diesel. A Carro não mediu o consumo da rival da SW4.

A Toyota pode incomodar apenas por ser mais moderna, mas também enfrentará a concorrência da Land Rover Discovery Sport, que tem preço semelhante (versão a diesel básica chega a ser mais barata) e mais status. No segundo semestre, chega o motor flex de quatro cilindros para aliviar o preço. 


Pontos Fortes 

+ Estilo
+ Acabamento
+ Espaço interno
+ Ruído
+ Equipamentos de série

Pontos Fracos

- Motor 
- Desempenho
- Frenagem
- Porta-malas e seus bancos extras pendurados
- Preço

Origem: Zárate, Argentina
Motor Diesel: Quatro cilindros em linha, longitudinal, 16 válvulas, turbodiesel, common rail e intercooler, 2.755 cm³
Motor Gasolina: Seis cilindros em V, longitudinal, 24 válvulas, gasolina, duplo comando variável, 3.956 cm³
Potência: 177 cavalos (diesel) e 238 cavalos (V6)
Torque Diesel: 45,9 kgfm entre 1.600 e 2.400 rpm
Torque Gasolina: 38,3 kgfm a 3.800 rpm
Câmbio: automático de seis marchas
Tração: 4x2 ou 4X4 com reduzida
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,8 segundos (Diesel - revista Carro)
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,4 segundos (Diesel - revista Carro)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 9,6 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada (Diesel - Carro)
Frenagem 80-0 km/h: 28,9 metros (Diesel - Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 59,5 decibéis (Diesel - Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,80/1,86/1,84/2,75 m
Caçamba: não divulgado
Tanque de combustível: 80 litros
Preços: R$ 205 mil (SRX V6 4.0 7 lugares) / R$ 220 mil (SRX Diesel 5 lugares) / R$ 225 mil (SRX Diesel 7 lugares)
Cores: Branco Polar (sem custo) / Cinza Granito (grafite), Prata Nevoa, Preto Atitude, Marrom Urban: metálicas - R$ 1.100) / Branco Perolizado - R$ 1.800