TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS CARRO E QUATRO RODAS (NISSAN SENTRA)



O mercado de sedãs médios não parou desde o último comparativo feito pelo Guscar em julho do ano passado. Mas isso não quer dizer que houve mudanças radicais. Dos seis modelos presentes naquela avaliação, Chevrolet Cruze e Ford Focus ganharam apenas mudanças frontais. A deste último foi mais profunda, enfim uniformizando com o mercado internacional.

Aliás, o Focus não só adotou a frente de grade hexagonal "Aston Martin" como também mudou parcialmente de nome. Agora, a Ford quer que o três volumes seja chamado de Fastback. Deveria ficar de fora, pois os seus concorrentes são sedãs. Mas vamos dar uma chance.

Já o Cruze é como aquele trabalhador praticamente aposentado, mas é chamado para voltar, e se arruma um pouco. Em 2014 eu havia dito que aquele comparativo seria o último com a atual carroceria. Mas só agora ele conheceu a nova geração nos Estados Unidos, que é a que vai substituí-lo aqui em 2017, fabricada na Argentina, e não aquele modelo chinês como tinha dito. Mesmo já desatualizado, também dei uma chance ao Chevrolet.

Além do Focus Fastback Titanium Plus 2.0 Direct Flex e do Cruze LTZ 1.8, também participam o Citroën C4 Lounge Exclusive 1.6 THP, o Honda Civic 2.0 (agora na top EXR, que ainda não tinha sido relançada naquela ocasião), o Toyota Corolla Altis 2.0 e o Nissan Sentra SL. Estes quatro não tiveram mudanças visuais. Aos seis juntam-se o Volkswagen Jetta, agora na versão Highline 2.0 TSI (em 2012, ele participou na configuração Confortline 2.0 8v), e o Renault Fluence, bicampeão dos comparativos de sedãs médios do Guscar (venceu em 2012 e 2011). Ambos regressam após ficarem fora no ano passado. Os dois também ganharam face-lift, sendo que no francês fabricado na Argentina, foi mais visível.

Assim, temos oito modelos comparados (um recorde no blog), quase todos em versão top de linha e com câmbio automático ou automatizado. A exceção é o Sentra, que, para a linha 2016, ganhou a versão Unique, mas eu achei-a tão supérflua que mantive a SL.

Vale lembrar que eu mudei algumas opiniões, com a intenção de corrigir a avaliação e não de prejudicar ou favorecer algum modelo. E os dados de teste são da revista Carro, com exceção do Sentra, que são da Quatro Rodas. No ano passado cinco eram da publicação da Editora Abril. Só o do Civic era da Motorpress. E este comparativo pode ser o último do Cruze (agora sim), Civic, Fluence e Jetta.

8º Honda Civic EXR 2.0 16v FlexOne Automático





O Honda Civic perdeu apenas um dos 40 pontos do comparativo anterior, mas caiu para o último lugar. Houve mudanças de avaliação, versão, equipamentos, preço, fonte dos dados (menos do Civic e do Sentra) e a entrada de dois novos participantes. Se eu for explicar tudo vai tomar muito tempo do leitor. Vamos nos ater à avaliação deste ano.

Já prestes a dar lugar a uma nova geração e se despedindo do Guscar, a nona geração do Civic não ganhou nenhum item. Seu melhor resultado foi o segundo lugar no consumo, mesmo assim, dividido com o Nissan Sentra. Segundo a Carro, o Honda percorre 6,2 km com um litro de álcool na cidade e 12 km/l na estrada. Somando dá 18,2 km/l, ficando atrás apenas do Jetta, que só é movido a gasolina. Depois do consumo, a maior pontuação só vem nos 150 (gasolina) e 155 (álcool) cavalos do motor i-VTEC FlexOne 2.0, que ficou em quarto lugar.

A partir daí só resultados medianos, como o desempenho (0 a 100 km/h em 9,9 segundos, retomada entre 80 e 120 km/h em 7 segundos e velocidade máxima de 190 km/h), porta-malas (449 litros, empatado tecnicamente com Cruze e C4 Lounge), assistência (191 concessionárias), espaço interno (apesar do piso plano) e preço, que na versão EXR é de R$ 90.700 (até o fechamento deste texto).


Na lista de equipamentos estão presentes ar condicionado digital (de apenas uma zona), direção elétrica progressiva, trio elétrico, controles eletrônicos de estabilidade e tração, seis airbags (frontais, laterais e cortina), acendimento automático dos faróis, sistema multimídia com GPS, câmera de ré, CD Player, Bluetooth, volante multifuncional, piloto automático, bancos em couro, engates para cadeirinhas infantis (que não é ISOFIX) e teto solar, só para citar os mais importantes.

Mas as ausências de sensor de chuva, retrovisores externos rebatíveis, sensor de estacionamento no mínimo traseiro e entrada de partida sem chave o jogaram para o último lugar, mesmo o Jetta pedindo vários dos seus itens como opcional.

O Civic obteve mais três últimos lugares. Começando pelo câmbio automático de apenas cinco marchas sem trocas sequenciais, a frenagem de 27,9 metros a 80 km/h e o ruído de 62,9 decibéis a mesma velocidade. O acabamento repleto de plástico duro, apesar da boa montagem, e o estilo já cansado ficaram em penúltimo lugar. 

Que a nova geração do Civic venha logo e nos surpreenda nos próximos comparativos do Guscar.

FICHA TÉCNICA

Origem: Brasil
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.997 cm³, 16 válvulas
Potência: 150 cv (gasolina) e 155 cv (álcool)
Torque: 19,3 kgfm a 4.700 rpm (G) e 19,5 kgfm a 4.800 rpm (A) 
Câmbio: automático de cinco marchas 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,9 segundos (revista Carro, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 7 segundos (Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo: 6,2 km/l na cidade e 12 km/l na estrada (Carro, com álcoool)
Frenagem 80-0 km/h: 27,9 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 62,9 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,53/1,76/1,45/2,69m
Porta-malas: 449 litros
Tanque: 57 litros
Preço: R$ 90.700 (sem pintura extra)
Outras versões: LXS manual (R$ 73.000) / LXS automático (R$ 76.000)
LXR (R$ 80.700)
Cores: Branco Taffeta (única sólida, sem custo) / Azul Denim, Cinza Barium e Iridium e Prata Global (metálicas, R$ 1.200)
Preto Cristal (perolizado, R$ 1.200)


7º Toyota Corolla Altis 2.0 VVTi 16v CVT



Por que será que os líderes do mercado ficaram para trás no comparativo? Tal como o vice Civic, o Corolla, o mais vendido, ficou em penúltimo.

De melhor, só câmbio CVT, a transmissão continuamente variável, que o Sentra e o Fluence também têm. Seu segundo melhor resultado, o espaço interno, definido pela distância entre-eixos de 2,70m, também foi dividido exatamente com esses dois modelos.

O único terceiro lugar que o Corolla conquistou, o estilo, também foi empatado, desta vez com o Citroën C4 Lounge, muito semelhante na lateral ao Toyota, que é mais ousado na frente enquanto o francês tem a traseira mais elegante.

Depois aparecem vários resultados medianos como o quarto lugar em desempenho (9,7 segundos na aceleração, 6,5 segundos na retomada e velocidade de 193 km/h), consumo (6,4 km/l na cidade, 9.6 km/l na estrada e 16 km/l na soma) e porta-malas (470 litros); o quinto no motor 2.0 VVTi (143/154 cv) e no nível de ruído (61,8 decibéis) e sexto em acabamento e penúltimo em equipamentos.

Nestes dois últimos, o painel tem a parte superior revestida em couro, mas a faixa frontal (bege na versão top Altis) que o atravessa e está presente também nas portas é de plástico rígido. As maçanetas aparentam simplicidade.


A lista de equipamentos do Altis tem como destaques exclusivos airbag para joelhos do motorista, banco do motorista com ajuste elétrico e TV digital. Também traz ar condicionado digital, direção elétrica progressiva, trio elétrico, retrovisores rebatíveis eletricamente, luzes diurnas de LED, sensor de luminosidade, entrada e partida sem chave, sistema multimídia, rádio, CD Player, GPS, MP3, Bluetooth e câmera de ré, piloto automático, comandos no volante, encaixe ISOFIX para cadeirinhas infantis e bancos em couro bege. Mas o Corolla perdeu pontos por não ter controles de estabilidade e tração, sensores de chuva e estacionamento (este último vendido como acessório) e teto solar. Além disso, as suas rodas são de 16 polegadas.

O preço de R$ 101.990 (já com aumento de outubro) da versão top é o primeiro defeito do Corolla. Só é mais barato que o Jetta completo. Outro resultado fraco, mas não o pior de todos, foi na frenagem de 26,6 metros, só superando o Civic.

A única última colocação obtida pelo Corolla é culpa da Toyota, que não aumenta a sua rede de 141 concessionárias. 

FICHA TÉCNICA


Origem: Brasil
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.986 cm³, 16 válvulas
Potência: 143 cv (gasolina) e 154 cv (álcool)
Torque: 19,4 kgfm a 4.000 rpm (G) e 20,3 kgfm a 4.800 rpm (A) 
Câmbio: CVT (continuamente variável)
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,7 segundos (revista Carro, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 6,5 segundos (Carro, com álcool) 
Velocidade máxima: 193 km/h (fabricante)
Consumo: 6,4 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Frenagem 80-0 km/h: 26,6 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 61,8 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,62/1,78/1,48/2,70m
Porta-malas: 470 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 93.730 (sem pintura extra)
Outras versões: GLi manual (R$ 69.690) / GLi automático (R$ 79.490) / XEi (R$ 89.490)
Cores: Prata Supernova, Azul Cosmos, Vermelho, Cinza Galáctico e Preto Eclipse (metálicas, sem custo) / Branco Pérola (perolizada, R$ 950) 

6º Chevrolet Cruze LTZ 1.8 16v Ecotec Automático 



Em seu último comparativo, a primeira geração do Chevrolet Cruze só é a mais barata. Custa R$ 84.950 na versão LTZ, equipada com ar condicionado digital, direção elétrica progressiva, trio elétrico, retrovisores rebatíveis eletricamente, seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, luzes diurnas de LED, sensores de chuva, faróis e estacionamento traseiro, entrada e partida sem chave, rodas de 17 polegadas, sistema multimídia com som premium, rádio, CD Player, GPS, MP3, Bluetooth e câmera de ré, piloto automático, comandos no volante, comandos por voz,  encaixe ISOFIX para cadeirinhas infantis, bancos em couro marrom ou preto, entre outros. Um destaque do Cruze é o acionamento do motor por controle remoto e a novidade na linha 2016 é o sistema OnStar, que rastreia o carro em caso de roubo, aciona a emergência e comanda várias funções do carro por meio de um aplicativo no smartphone como as travas e o acionamento do pisca alerta. O Cruze é bem completo, por ter os itens obrigatórios para a sua faixa de preço. Só não tem teto solar, o que lhe tirou pontos e o deixou em quinto lugar.

As 600 concessionárias da Chevrolet deram ao Cruze o segundo lugar em assistência, só perdendo para a Volkswagen. Outro bom resultado foi a frenagem a partir de 80 km/h em 23,9 metros, apenas dez centímetros melhor que o Focus, mas tecnicamente empatado com ele.


O consumo de 6 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada, com soma de 16,1 km/l (igual a do C4 Lounge e do Focus), o ruído de 62 decibéis (empatado tecnicamente com Corolla e Jetta) e a transmissão automática de seis velocidades (que passa a ser de série até na versão LT) ficaram em quarto lugar.

O porta-malas de 450 litros, o espaço interno proporcionado pela distância entre-eixos de 2,69m, a potência entre 140 e 144 cavalos do motor 1.8 Ecotec e o estilo jovial (que na virada do ano ganhou uma mudança na grade, agora com mais frisos cromados e bicuda) ficaram em posição mediana.  

O desempenho, com aceleração em 11,7 segundos, retomada em 8,1 segundos e velocidade de 196 km/h, ficou entre os piores resultados do Cruze. Mas o pior mesmo é o acabamento que, apesar dos detalhes em alumínio e a faixa marrom ou preta no painel, tem muita folga nos encaixes, além do plástico duro.

A primeira geração do Chevrolet Cruze encerra a sua participação em comparativos do Guscar em sexto lugar e a gente espera que a nova geração traga uma melhor classificação.


FICHA TÉCNICA

Origem: Brasil
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.796 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv (gasolina) e 144 cv (álcool)
Torque: 17,8 kgfm (G) e 18,9 kgfm (A) a 3.800 rpm
Câmbio: automático de seis marchas 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,7 segundos (revista Carro, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,1 segundos (Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 196 km/h (fabricante)
Consumo: 6 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Frenagem 80-0 km/h: 23,9 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 62 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,60/1,79/1,48/2,69m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 84.950 (sem pintura extra)
Outra versão: LT (R$ 69.990)
Cores: Branco Summit (sólida, sem custo) / Blue Macaw (metálica, sem custo), Prata Switchblade, Preto Carbon Flash, Cinzas Mond e Aztec (metálicas, R$ 1.500)


5º Nissan Sentra SL 2.0 Flex CVT



O Nissan Sentra empatou em pontos com o Focus Fastback e o Jetta, mas ficou em quarto lugar porque tem apenas o melhor câmbio (o CVT, que também é usado pelo Corolla e o Fluence, sendo que este último utiliza exatamente a mesma caixa de relações contínuas) enquanto o modelo da Ford venceu dois e o Volkswagen, cinco. 

A Nissan lançou, na linha 2016, a versão Unique, também presente no Versa. Só que, ao contrário do sedã compacto, que concentra os itens mais interessantes como os bancos em couro e o sistema multimídia, no sedã médio, a versão é apenas de aparência mais luxuosa.

A Unique do Sentra tem bancos em couro claro, soleira das portas iluminada, rodas de liga-leve de 17 polegadas com desenho diferenciado, alarme ultrassom (desde a básica S é perimétrico), um-toque e antiesmagamento nos quatro vidros (estes dois os únicos que não são de perfumaria) e teto solar, único acréscimo desta versão que entrou na avaliação dos equipamentos. No SL, o teto solar é opcional. Em junho ele custava R$ 2.500 a mais. Considerando este preço, a ex-versão top sobe de R$ 84.990 para R$ 87.490, tornando o Sentra o segundo mais barato (sem o teto empataria com o Cruze em primeiro).

Sentra Unique

O SL tem ar condicionado digital de duas zonas, trio elétrico, rebatimento elétrico dos retrovisores, airbags laterais e de cortina, controles eletrônicos de tração e estabilidade, computador de bordo, direção elétrica progressiva, volante multifuncional, Bluetooth, luzes diurnas de LED, sensor crepuscular, sensor de estacionamento traseiro, entrada e partida sem chave, rodas de 17 polegadas, sistema multimídia com CD Player, tela de 5,8 polegadas sensível ao toque, GPS e câmera de ré, encaixe ISOFIX, piloto automático, bancos em couro preto, banco do motorista com regulagem de altura e coluna de direção com regulagem de altura e profundidade. Mesmo com tantos equipamentos e devendo apenas sensor de chuva, acabou ficando para trás por critérios técnicos de classificação.

O Sentra voltou ficar em segundo lugar no consumo (7,6 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada, total de 18,1 km/l, com álcool, mas empatou tecnicamente com o Honda Civic), no espaço interno dividido com o Fluence e o Corolla, no acabamento bem revestido e no estilo, que voltou a ser tiozão na última reestilização, mas só perde em elegância para o Focus Fastback.

Sentra SL

No nível de ruído de 61 decibéis a 80 km/h e no porta-malas de 503 litros o Sentra ficou em terceiro isolado. Já na frenagem em 25,1 metros a mesma velocidade do ruído ele divide tecnicamente o quarto lugar com o C4 Lounge e o Jetta, embora tenha ficado atrás destes dois por décimos. A rede de 166 concessionárias da Nissan fecha a série de resultados medianos. Superou a pontuação da Citroën porque uma concessionária a mais pode fazer a diferença em uma emergência.

O motor flex de apenas 140 cavalos, independente de combustível, além de menos potente, também foi o culpado por proporcionar o pior desempenho entre os oito. A aceleração foi cumprida em 11,4 segundos, a retomada em 8,7 segundos e a velocidade máxima (de fábrica) é de 186 km/h. Pelo menos o consumo é bom. O Sentra é o único modelo que foi comparado com os dados de teste da revista Quatro Rodas, que não se diferem muito dos da Carro.

FICHA TÉCNICA

Origem: México
Motor: Quatro cilindros, transversal. flex, 1.997 cm³, 16v 
Potência: 140 cavalos
Torque: 20 kgfm a 4.800 rpm
Câmbio: CVT (continuamente variável)
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,4 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,7 segundos (Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 186 km/h (Nissan)
Consumo: 7,6 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool) 
Frenagem 80-0 km/h: 25.1 metros (Quatro Rodas)
Nível de ruído a 80 km/h: 61 decibéis (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,63/1,76/1,51/2,70 m
Porta-malas: 503 litros
Tanque: 52 litros
Preço: R$ 84.990 (SL sem teto solar e pintura extra)
Outras versões: S manual (R$ 69.590) / SV CVT (R$ 75.990) / Unique (R$ 88.490)
Cores: Preto Premium (sólida) / Prata Classic e Azul Grafite (metálicas. Azul não disponível na Unique) / Branco Diamond (perolizada)



4º Ford Focus Fastback Titanium Plus 2.0 Powershift



Mesmo com o estilo mais bonito e próximo ao de um cupê, a lista de equipamentos mais farta, a boa potência do motor, os bons desempenho, frenagem e isolamento acústico, o novo Focus Fastback (o vidro poderia ser integrado à tampa do porta-malas, para fazer jus ao novo nome) acabou ficando em quarto lugar, superando o Nissan Sentra por ter vencido dois itens contra um do japonês fabricado no México, mas perdendo para o também "chicano" Jetta, que ganhou cinco. 

O Focus Fastback Titanium Plus vem equipado com todos os itens que se espera deste porte e presentes nos concorrentes, não necessariamente em todos, como ar condicionado digital, trio elétrico, rebatimento dos retrovisores, seis airbags, controles de estabilidade e tração, direção elétrica, volante multifuncional, piloto automático Bluetooth, faróis bixenônio, sensores de chuva, faróis e estacionamento dianteiro e traseiro, assistente de partida em rampa, entrada e partida sem chave, bancos em couro, teto solar, banco do motorista com regulagem elétrica e sistema multimídia com rádio, CD Player, navegador, câmera de ré e assistência de emergência. Mas se sobressai aos rivais por trazer assistente de frenagem autônomo, sistema de estacionamento automático e controle de torque em curvas.



O motor 2.0 Direct Flex, com injeção direta, mas sem turbo, rende 175 cavalos com gasolina e 178 cv com álcool. A aceleração de 0 a 100 km/h é de 9,5 segundos, a retomada entre 80 e 120 km/h em 6,3 segundos e a velocidade máxima é de 206 km/h. A 80 km/h, ele para em 24 metros e o ruído a mesma velocidade é de 60,4 decibéis. Bons resultados, mas todos ficaram em segundo lugar. A rede de 558 concessionárias da Ford ficou em terceiro.

Já o consumo total de 16,1 km/l (6,4 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada, com álcool) empatou com o Cruze, o C4 Lounge e o Corolla na quarta posição. Este e outros resultados medianos como o acabamento emborrachado no painel, mas repleto de folgas e plástico duro nas portas, o câmbio automatizado de seis marchas e dupla embreagem (Powershift) e o preço de R$ 98.900 (até o fechamento), além da baixa classificação no espaço interno (a distância entre-eixos tem apenas 2,65m como no Jetta) e no porta-malas (o menor volume, com 421 litros) lhe tiraram pontos que custaram ao Focus Fastback uma vitória que poderia embelezar ainda mais a sua rápida traseira. Culpa da matemática.  

FICHA TÉCNICA

Origem: Argentina
Motor: Quatro cilindros, transversal, injeção direta de gasolina ou álcool, 1.999 cm³, 16v
Potência: 175 cv (gasolina) e 178 cv (álcool) 
Torque: 21,5 kgfm (G) e 22,5 kgfm (A) a 4.500 rpm
Câmbio: automatizado de seis marchas e dupla embreagem (PowerShift) 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,5 segundos (revista Carro, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 6,3 segundos (Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 206 km/h
Consumo: 6,4 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Frenagem 80-0 km/h: 24 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 60,4 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,54/1,82/1,43/2,65 m
Porta-malas: 421 litros
Tanque: 55 litros
Preço: R$ 98.900
Outras versões: SE (R$ 77.900) / SE Plus (R$ 81.900) / Titanium (R$ 89.900)
Cores: Branco Ártico e Vermelho Bari (sólidas, sem custo) / Azul Aurora, Cinza Ubatuba e Moscou, Preto Gales, Prata Geada e Viena (metálicas, R$ 1.300) 


3º Volkswagen Jetta Highline 2.0 TSI DSG



Além do Cruze, o Jetta é outro modelo que está voltando aos comparativos do Guscar, após três anos. Em 2011 e 2012 ele participou na versão Comfortline com motor 2.0 aspirado de oito válvulas. E foi com esta motorização que ele passou a ser fabricado em São Bernardo do Campo. SP, e ganhou um novo nível de acabamento, a básica Trendline.

Mas este Highline 2.0 TSI, com turbo e injeção direta de gasolina, continua importado do México, sem nenhuma informação de quando será nacionalizado. Mesmo assim, ele também ganhou o discretíssimo face-lift no início do ano, que não melhorou a sua posição no estilo.

Lançado aqui em 2011, ainda usa a plataforma da sexta geração do Golf. Já foi apresentado um conceito chamado NMC (New Midsized Coupé), mas até agora não surgiu a nova geração do Jetta. Por isso, ele ficou em último lugar no estilo.

O outro pior resultado foi no preço. O Highline básico custa R$ 96.900, o que o colocaria em sexto lugar, mas ficaria em último na lista dos equipamentos. Ar condicionado digital de duas zonas com saída para o banco traseiro, trio elétrico, seis airbags, controles de estabilidade e tração, volante multifuncional, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, sistema multimídia com CD Player, engate Isofix, piloto automático, assistente de partida em rampa, bloqueio de diferencial e rodas de liga-leve são de série. Mas vários itens, presentes de série nos concorrentes, são opcionais no Jetta e estão disponíveis apenas no pacote Premium, como o navegador, o Bluetooth, as luzes diurnas de LED, a regulagem elétrica do banco do motorista e o sistema de entrada e partida sem chave. Este pacote custa R$ 10.270. E ainda tem o teto solar, por R$ 4.210. Completo, o Jetta Highline já dispara como o mais caro, por R$ 112.524. Os retrovisores rebatíveis, os sensores de chuva e luminosidade já aparecem no pacote Exclusive, por R$ 4.600, que também tem bancos aquecíveis, uma exclusividade do Jetta, e interior bege claro. Com todos os opcionais, a lista de equipamentos do Volkswagen pula para o quarto lugar. Se tivesse câmera de ré ganharia pontos como o segundo. Por fim, o espaço interno só não é o pior porque o Focus Fastback tem a mesma distância entre-eixos (2,65m).


O Jetta ficou empatado nos demais resultados medianos. Precisamente, a frenagem de 24,8 metros a 80 km/h é melhor que a do C4 Lounge e do Nissan Sentra. Mas, tecnicamente, divide os pontos com estes modelos. O ruído de 61,9 decibéis a mesma velocidade está apenas um décimo entre o Corolla e o Cruze. Já o câmbio automatizado de seis marchas e dupla embreagem (DSG na Volkswagen), junto com o Focus, fica atrás dos automáticos de verdade do Cruze e do Lounge, mas supera o automático de cinco do Civic.

O Jetta foi o que mais venceu itens. Foram cinco. Tem o motor mais potente, mesmo apenas com gasolina (211 cavalos), é o mais rápido (aceleração de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, retomada entre 80 e 120 km/h em 4,5 segundos e velocidade máxima de 241 km/h), gasta menos combustível (faz 7,6 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada, graças à gasolina), tem o acabamento mais caprichado, com painel emborrachado e boa montagem, e a Volkswagen possui a maior rede de concessionárias (636). O porta-malas de 510 litros ficou em segundo lugar.

Não fossem os resultados medianos, o estilo antigo e o alto preço, o Jetta teria vencido o comparativo. Mas o terceiro lugar no pódio marca um retorno em grande estilo, embora o ex-sedã do Golf já seja um veterano. 

FICHA TÉCNICA

Origem: México
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.984 cm³, 16 válvulas
Potência: 211 cv
Torque: 28,6 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: automatizado de seis marchas e dupla embreagem (DSG) 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 7.4 segundos (revista Carro)
Retomada de 80 e 120 km/h: 4,5 segundos (Carro)
Velocidade máxima: 241 km/h (fabricante)
Consumo: 7,6 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada (Carro)
Frenagem 80-0 km/h: 24,8 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 61,9 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,66/1,8/1,47/2,65m
Porta-malas: 510 litros
Tanque: 55 litros
Preços: R$ 96.900 (Highline básico) / R$ 112.524 (Highline completo)
Outras versões: Trendline (R$ 71.240) e Comfortline (R$ 76.160)
Cores: Branco Puro e Preto Ninja (sólidas, sem custo) / Azul Silk, Cinza Platinum e Prata Sargas (metálicas, R$ 1.144) / Preto Mystic (perolizadas, R$ 1.691)


2º Citroën C4 Lounge Exclusive 1.6 THP Automático



Vencedor do comparativo do ano passado e, pelo seu melhor aproveitamento, Carro do Ano 2015 do Guscar, o Citroën C4 Lounge agora é o vice-campeão. Só venceu no espaço interno, graças à sua distância entre-eixos de 2,71 metros.

A lista de equipamentos da versão Exclusive é completa, com ar condicionado digital dual zone com saída para o banco traseiro, trio elétrico, rebatimento dos retrovisores, seis airbags, controles de estabilidade e tração, direção elétrica, volante multifuncional, piloto automático Bluetooth, faróis bixenônio, sensores de chuva, faróis e estacionamento dianteiro e traseiro, assistente de partida em rampa, entrada e partida sem chave, bancos em couro, teto solar, sistema multimídia com rádio, CD Player, navegador, câmera de ré e monitor de ponto cego nos retrovisores externos, uma exclusividade sua. O ajuste dos bancos é manual, mas também está presente no banco do carona. A única ressalva vai para o fato da tela multimídia não ser sensível ao toque. É o segundo melhor conteúdo, perdendo apenas para o Focus. Custa R$ 89.490, o quarto mais barato.


Em terceiro ficaram o estilo elegante (mas conservador, já um pouco cansado e muito semelhante ao Corolla), a potência de 166 e 173 cavalos do motor 1.6 THP Flex (que deu um cavalo a mais com gasolina e oito com álcool) e o desempenho (8,6 segundos de aceleração, 7,5 segundos de retomada e 214 km/h de velocidade máxima).

Entre os resultados medianos estão o câmbio automático de seis marchas (isso porque há três modelos com CVT, mais moderno), o consumo (6,1 km/l na cidade e 10 km/l na estrada), a frenagem (24,9 metros), o nível de ruído (61,4 decibéis), o acabamento com painel emborrachado, mas algumas partes em plástico e o porta-malas de 450 litros, empatado com o Cruze e o Civic. O pior resultado foi na rede de 165 concessionárias da Citroën, maior apenas que a da Toyota.

Apesar da decepção por ter perdido o título de melhor sedã médio, o Citroën C4 Lounge ainda é um carro moderno, mesmo com o visual já um pouco cansado e com plataforma ultrapassada (já existe a modular usada no novo C4 Picasso).

FICHA TÉCNICA

Origem: Argentina
Motor: Quatro cilindros, transversal, flex, turbo, injeção direta, 1.598 cm³, 16v 
Potência: 166 (G) e 173 cv (A)
Torque: 24,5 kgfm a 1.400 rpm
Câmbio: automático sequencial de seis marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,9 segundos (revista Carro, com álcool)
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,6 segundos (Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 214 km/h (Citroën)
Consumo: 6,1 na cidade e 10 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Frenagem 80-0 km/h: 24,9 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 61,4 decibéis (Carro)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,62/1,79/1,51/2,71 m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 89.490
Outras versões: Origine 2.0 Flex Automático (R$ 69.990)
 Tendance 2.0 Flex Manual (R$ 71.290) / Tendance 2.0 Flex Automático (R$ 76.290)
Tendance 1.6 THP Automático (R$ 82.490)
Cores: Branco Banquise (sólida, sem custo) / Azul Bourrasque, Pratas Aluminium e Moondust e Preto Perla Nera (metálicas, R$ 1.490) / Branco Nacré (perolizada, R$ 1.890)  


1º Renault Fluence Privilége 2.0 CVT


Pela terceira vez o Fluence vence um comparativo de sedãs médios. Nos outros dois em que também participou (2011 e 2012) ele também foi o melhor. Ficou de fora no ano passado, mas voltou em grande estilo (literalmente), com uma frente inteiramente nova, que o uniformizou com a linha Renault mundo afora.

O francês fabricado na Argentina venceu quatro itens. Três deles sozinho, como a frenagem (22,3 metros a 80 km/h, um recorde), nível de ruído (59,1 decibéis a 80 km/h) e o porta-malas de 530 litros. O câmbio CVT ele divide com o Sentra. O Corolla também tem transmissão semelhante. Com estes mesmos modelos ele também tem a segunda maior distância entre-eixos (2,70m).  

O acabamento, com painel de material emborrachado, só ficou atrás do Jetta e do Sentra. No preço e equipamentos ele também ficou na terceira posição. A versão top Privilége custa R$ 88.990 e traz de série teto solar elétrico, faróis de xenônio e luzes diurnas de LED, rodas aro 17, seis airbags, controles de estabilidade e tração, ISOFIX, sistema multimídia com tela de 7 polegadas, GPS, câmera de ré e reconhecimento de voz, sensores de estacionamento traseiro, ar condicionado digital de duas zonas com saída para o banco traseiro, sensores de chuva e luminosidade, piloto automático, retrovisores externos rebatíveis. entrada e partida sem chave (ou cartão, no caso do Fluence), bancos em couro. Só perde em qualidade para o Focus e o C4 Lounge.



A rede de concessionárias de 294 concessionárias é a maior depois das marcas tradicionais (Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen). Fica em quarto porque a marca italiana é a única ausente deste comparativo. Outro resultado mediano, uma posição abaixo, foi no estilo. 

O Fluence ficou muito elegante com a nova frente. Mas a traseira denuncia a idade da carroceria, que é de 2010, lançada aqui no final daquele ano para ser vendida apenas por volta de abril de 2011. Já está em seu final de ciclo de vida. Na Europa, o Mégane, base do Fluence, acaba de ganhar uma novíssima geração, com direito a plataforma modular. 

O desempenho não é tão ruim. Acelera de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos, com retomada entre 80 e 120 km/h em 7.8 segundos e a velocidade de 195 km/h, mais rápido apenas que o Cruze e o Sentra. Um resultado razoável para um motor 2.0 Flex de 140 e 143 cavalos, que só é mais potente que o Nissan, curiosamente o mesmo bloco. Ruim no Fluence só o consumo de 5,4 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada, com álcool no tanque.  

O Fluence manteve pela terceira vez o posto de melhor sedã médio dos comparativos do Guscar, embora no mercado, liderado pelos dois últimos colocados nesta análise, o Renault seja apenas o sexto mais vendido. Está respondida a pergunta que eu fiz lá na apresentação do Corolla: brasileiro só compra carro pelo custo de manutenção. 

Encerro o texto do comparativo fazendo um apelo: o Renault autêntico mais moderno vendido no país - embora o Fluence seja um projeto da sul-coreana Samsung, mas com base no Mégane original de 2009 - já tem cinco anos. Da mesma forma que eu ainda respeito (muito) o Fluence, a Renault poderia dar mais valor ao mercado brasileiro e atualizar a sua linha com franceses de verdade e não romenos derivados da Dacia. Destes eu não falo mais no blog. 

FICHA TÉCNICA 

Origem: Argentina
Motor: Quatro cilindros, transversal, 16 válvulas, flex, 1.997 cm³
Potência: 140 cavalos com gasolina e 143 cavalos com álcool
Torque: 19,9 kgfm (G) e 20,3 kgfm (A) a 3.750 rpm
Câmbio: CVT (continuamente variável)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,4 segundos (revista Carro, com álcool) 
Retomada de 80 a 120 km/h: 7,8 segundos (Carro, com álcool)
Velocidade máxima: 195 km/h (Renault)
Consumo: 5,4 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada (Carro, com álcool)
Frenagem 80-0 km/h: 22,3 metros (Carro)
Nível de ruído a 80 km/h: 59,1 decibéis
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,62/1,81/1,47/2,70 m
Porta-malas: 530 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 88.990 (sem pintura extra)
Outras versões: R$ 73.000 (Dynamique manual) / R$ 78.000 (Dynamique CVT) / R$ 81.790 (Dynamique Plus CVT) / R$ 86.190 (Dynamique GT Line)
Cores: Branco Glacier (sólida, sem custo) / Vermelho Fogo, Prata Étoile, Cinza Quartz, Pretos Ametista e Nacré (R$ 1.600)