TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
O Volvo XC90 não foi o primeiro utilitário esportivo de luxo (a honra cabe ao Range Rover, em 1970) e muito menos o primeiro SUV das marcas premium (o papel cabe ao Mercedes ML, em 1997). Mas inaugurou o gênero dentro da marca sueca em 2002, quando ela pertencia à Ford.
Para compensar a demorada renovação, após 12 anos, como um bom uísque Ballantine's, a segunda geração do XC90 inaugura uma nova identidade visual dianteira e uma nova plataforma modular - Scalable Product Architecture (SPA), mas as linhas ainda são conservadoras como as da carroceria antiga.
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Primeiro Volvo projetado sob o controle da chinesa Geely, o XC90 tem grade com as aletas verticais duplas e, depois de um bom tempo, alinhada com os faróis, que agora são espichados. Estes têm luzes diurnas de LED em forma de Martelo de Thor, segundo a próprio Volvo, em homenagem ao Deus nórdico do Trovão. Também alinhada está a seta do remodelado emblema Volvo com a barra diagonal, que está mais para o centro da grade. Este conceito vinha sendo usado nos protótipos da marca, como o Concept State. A lateral, no entanto, tem janelas de desenho bem convencional e não abandonou a saliência na linha de cintura. A traseira manteve as lanternas em formato de vírgula, nascendo na coluna do vidro e se estendendo em maior volume até a tampa do porta-malas tendo uma ponta nos cantos da traseira. O comprimento é de 4.95m e a distância entre-eixos 2,01m.
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O interior está mais refinado, com materiais de altíssima qualidade, como alumínio, madeira e couro. No centro do painel se destaca a grande tela em posição vertical do sistema multimídia, que concentra os comandos do ar condicionado de quatro zonas, do som premium Bowers&Wilkins com 19 alto-falantes, do GPS de última geração da Ericsson e do aplicativo Apple Car Play, que sincroniza todas as funções do iPhone com o veículo (ruim para quem tem Android). Tudo operado por toques na tela e reconhecimento de voz. Aliás, os botões são poucos. O espaço da nova XC90 é para sete pessoas. A terceira fileira, que terá bancos de ajustes elétricos opcionais, acomoda passageiros de até 1,70m. Opcionalmente será oferecido um teto solar elétrico que se estende até a fila do meio.
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Como um bom Volvo não poderiam faltar inovações no campo da segurança. O novo XC90 recebeu três itens inéditos: sistema de frenagem automática em cruzamentos, cintos de segurança que apertam o passageiro na iminência de uma colisão e sistema de proteção para saídas não intencionais da pista. Mas também estão presentes alerta de mudança de faixa involuntária, monitoramento de pontos cegos, leitura de placas de trânsito, câmera de visão noturna com identificação de pedestres e frenagem autônoma (o conhecido sistema City Safety) em baixas velocidades. Não foi informada a quantidade de airbags.
A inovação dos motores está relacionada à preocupação com o meio ambiente e a economia de combustível. A série Drive-E, de quatro cilindros, todas 2.0, é composta pelas versões D5 biturbo a diesel, de 228 cv e 16,7 km/l de consumo; D4, também diesel, de 190 cv e consumo de 24 km/l; T5, a gasolina, turbo, de 254 cv; T6, com turbo e compressor, de 320 cv, e a híbrida T8, com motor 2.0 a gasolina para o eixo dianteiro e um elétrico de 80 cv para as rodas traseiras. A potência total chega aos 400 cv, mas a autonomia só com motor elétrico é baixa. Só 40 km. Mas pode ser carregado na tomada. Todas as versões terão câmbio automático de oito marchas e tração integral. Algumas versões terão como opcional, ajuste elétrico da altura da suspensão.
A nova plataforma SPA |
Antes das versões finais, o novo XC90 terá uma versão de abertura, limitada a 1.927 unidades (correspondentes ao ano de fundação da Volvo), que pode ser comprada pela internet, inclusive no Brasil, desde o dia 3 de setembro, mas só será entregue em maio do ano que vem.
A chamada First Edition terá os motores da T6 e D5 e virá com pintura na cor preto ônix, rodas de 21 polegadas com oito raios (as versões normais terão de 22"), detalhes em madeira no acabamento, bancos em couro Napa na cor âmbar, painel em couro preto e placa numerada (x de 1927) na soleira da porta. Nos Estados Unidos custará US$ 65.900 e a versão básica US$ 48.900. Para o nosso "justo" Brasil a série especial vai custar R$ 397.700. Acessível para quem bebe Ballantine's e outras bebidas ainda mais caras.
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