A quarta geração do Fiat Panda, chamada de Grande Panda, foi concebida para ser um carro elétrico de baixo custo, mas também terá motorização a gasolina e híbrida. Bem diferente da anterior geração, lançada em 2011, tem linhas retas e altas, com frente e traseira inspirados no Panda original, de 1980.


Fiat Panda 1980

Com 3,99 metros de comprimento, 1,76 m de largura e 1,57 m de altura, os faróis são retangulares, preenchidos por pixels que se iluminam apenas em alguns pontos, formando um X. A grade fechada também tem pontinhos que cercam o logo Fiat, que foi deslocado para o lado direito. Aparentemente são apenas estampas, pois vão se afinando a medida que se aproxima do emblema. A lateral se destaca pela linha de cintura alta, o nome do carro escrito em baixo relevo, as colunas largas e as rodas de 17 polegadas lembrando um X. O recorte das janelas é completado por um aplique hexagonal. A traseira truncada tem lanternas verticais flutuantes, interligadas por um friso escuro na base da tampa do porta-malas. A iluminação é feita por traços verticais e um ponto no centro, quase um X também. A assinatura da Fiat está em baixo relevo no lado esquerdo. 


Fiat Panda 1980

No interior, as linhas retas só estão presentes nas saídas de ar retangulares verticais das extremidades e horizontais no centro e no miolo do volante achatado em cima e embaixo. Isso porque o painel tem cantos arredondados, lembrando a geração anterior do 500. A área que envolve o quadro de instrumentos digital de 10 polegadas e a tela multimídia de 10,2 polegadas também é oval, inspirada no circuito italiano de Lingotto. Na curva do lado direito há uma lente amarela. O acabamento tem detalhes aparentemente imitando aço escovado e madeira. O habitáculo acomoda cinco pessoas e o porta-malas tem capacidade para 361 litros. 

Fiat Panda 1980

O Grande Panda chegará à Europa provavelmente no fim do ano, fabricado na Sérvia, inicialmente apenas com motor elétrico de 113 cavalos e 44 kWh de bateria, carregada na tomada localizada atrás do emblema Fiat dianteiro. Para a autonomia são esperados 320 km. O objetivo é custar menos de 25 mil euros e concorrer com o Renault 5, o Citroën C3 da própria Stellantis e, lógico, os elétricos chineses. Futuramente terá versões híbrida e somente a gasolina.


Apesar do Panda original ter inspirado o estilo do nosso conhecido Uno, o novo Fiat Grande Panda é bem europeu mesmo, com direito a cores vivas que não vendem bem por aqui. Mas, pelo menos, na plataforma, que é a mesma do Citroën C3, vai dar origem ao sucessor das nossas gambiarras Argo, Pulse e Fastback. Eu escrevi este texto já acreditando que este estilo "pixelizado" não virá para cá. O nosso país não merece tanta ousadia. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO