Texto originalmente publicado em 12 de agosto de 2023, sem edição e atualização

Com nome de caça militar, o Renault Rafale quer caçar olhares por onde passa. E seu estilo SUV-cupê cumpre o seu papel. O Rafale realmente é muito atraente com seu teto de caída arredondada, traseira pontuda como um aerofólio e frente reta cheia de vincos, que é mais uma a ostentar o novo símbolo da Renault. Os vincos também dominam a lateral, dando um dinamismo tão aerodinâmico quanto o avião que lhe "empresta" o nome.


Com 4,71 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,61 m de altura e 2,74 m de entre-eixos, tem o porte do Peugeot 408, que agora também é um cupê.  Ele também vai concorrer com o Cupra Formentor, o Alfa Romeo Stelvio, o Mercedes GLC Coupé, o Audi Q5 Sportback e o BMW X4. A plataforma CMF-CD está na terceira geração e é a mesma do Austral (sucessor do Kadjar) e do Espace, que agora é um SUV autêntico, além dos Nissan Qashqai e X-Trail. Na prática, o Rafale é a versão cupê do novo Espace. 

Novo Renault Espace

Pena que o interior não tenha tanta personalidade. É praticamente o mesmo do crossover elétrico Mégane E-Tech, do Austral e do Espace (neste caso é compreensível, já que é derivado deste último), com tela multimídia vertical e curva (de 10 ou 12 polegadas), praticamente unida ao quadro de instrumentos eletrônico horizontal (de 12,3 polegadas), separados apenas pelo difusor de ar.  Mas, de qualquer forma, lembra uma cabine de avião. Tem até um manche no console, que não teve a funcionalidade divulgada. 


Instrumentos e multimídia têm alta definição. A primeira tela tem quatro opções de instrumentos virtuais e a segunda opera com o sistema Android Automotive. O teto solar é panorâmico com escurecimento do vidro automático, sem persiana, ao toque de um botão e até por comando de voz. A tecnologia vem da aviação e é usada no Boeing 787 Dreamliner, mas já tinha chegado aos carros antes, nos elétricos BMW iX e Porsche Taycan.  


Os bancos da versão Espirit Alpine podem ter o logotipo da divisão esportiva iluminado. Um detalhe é que não haverá revestimento em couro: só de Alcantara. O espaço interno no banco traseiro é bem amplo. O porta-malas tem capacidade para 530 litros, segundo o site espanhol Km77. Um volume maior que o dos seus concorrentes, perdendo apenas para os 545 litros do Mercedes GLC Coupé. 

Além do head up display colorido e do sistema de iluminação ambiente automática, o Rafale é equipado com faróis matriciais de LEDs, programador de velocidade ativo, frenagem automática de emergência em cidade, inclusive de ré, sistema de manutenção em faixa, um conjunto de câmeras que geram uma vista perimetral do veículo e outros 27 sistemas sistemas de assistência ao motorista e eletrônica de bordo com inteligência artificial, que auxilia o motorista ao volante com dicas.  


O Rafale é um utilitário híbrido. As versões iniciais têm motor 1.2 turbo de 130 cavalos, associado a dois motores elétricos. O principal tem 70 cavalos e 20,9 kgfm. O segundo, de 25 cv e 5,1 kgfm de torque, serve como gerador de arranque, para fazer as trocas do câmbio automático sem marchas definidas e carregar a bateria de 2 kWh e 400 volts, pois não é plug-in. A potência combinada é de 200 cavalos. O consumo médio é de 21,3 km/litro. Não foram divulgados dados de desempenho.  


No ano que vem, será lançada a versão plug-in, com 300 cavalos de potência combinada, garantida por mais um motor elétrico no eixo traseiro, dando-lhe tração integral. Terá direção nas quatro rodas e ajuste do chassi. O Rafale será fabricado em Palencia, na Espanha, mesma planta que produz o Espace e o Austral. Sua vinda para o Brasil é praticamente impossível. 

Avião Caudron C430 Rafale 1934

Caça Dassault Rafale atual

O trocadilho da abertura do texto foi feito com o atual caça Rafale. Mas o avião homenageado, na verdade, foi um monolugar de corrida, lançado em 1934 para bater recordes de velocidade e que tinha motor desenvolvido pela Renault em parceria com a Caudron. O avião atual participou de concorrência para a Força Aérea Brasileira (FAB), mas o governo corrupto petista (é até pleonasmo juntar as duas palavras) da ex-presidente Dilma, preferiu o sueco Gripen, em 2013.   


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO, COM INFORMAÇÕES DA REVISTA QUATRO RODAS E DO KM77.COM  

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