Após 22 anos, a picape compacta Fiat Strada mudou, enfim, de geração, ganhando novo estilo de carroceria, inspirado na média Toro, e uma plataforma mais ou menos nova. Ela foi pioneira em seu segmento na cabine estendida (1999), na cabine dupla de duas (2009) e três portas (2013). Agora, ela volta a inovar como a primeira picape compacta de cabine dupla e quatro portas.

A Strada foi lançada em 1998, derivada da primeira geração do Palio. As primeiras versões tinham motores 1.5 e 1.6 de oito e dezesseis válvulas. Com o tempo foi ganhando motor Fire 1.4, um 1.8 de oito válvulas oriundo da Chevrolet, as respectivas versões bicombustível, os E.TorQ 16 válvulas 1.8 e 1.6 (este de vida curta) e, agora na nova geração, o 1.3 Firefly.

Nos modelos estrangeiros, esta seção História em Fotos do Guscar costuma mostrar fotos de cada geração. Mas como, só agora, a Strada chegou à segunda versão de carroceria, os tópicos serão mostrados por fases, representados pelos quatro face-lifts (um deles de traseira) que ganhou ao longo desses 22 anos, incluindo a frente original e a nova geração.




Primeira geração (1998) - Primeira fase (1998-2002)




A Fiat Strada original foi lançada em outubro de 1998 em três versões: Working, com motor 1.5 Fiasa de 76 cavalos, voltada para o trabalho, Trekking 1.6 8v de 92 cavalos, com visual aventureiro, e LX 1.6 16v de 106 cavalos, mais luxuosa. Esta última versão oferecia, como opcionais, ar condicionado, airbags dianteiros e freios ABS, numa época em que os dois itens de segurança ainda não eram obrigatórios.


Em 1999, a Strada começou a inovar com a primeira cabine estendida numa picape compacta, que chegou como opção para as versões Working e LX. A novidade tinha os seus prós e contras. Se adicionou mais 30 centímetros de espaço e 300 litros de capacidade atrás dos bancos, por outro lado, impediu o recuo total dos bancos e a acomodação de uma moto na caçamba, o que acontecia na cabine simples. Em 2000 foi lançada a série especial MTV, que durou três meses, com motor e equipamentos da LX.


Segunda fase (2002-2004)







O primeiro face-lift da linha Palio foi lançado no final de 2000, mas, na Strada, a nova frente com faróis translúcidos e grade menor, ambos retangulares, só foi adotada no início de 2002. A traseira continuou a mesma, mas as lanternas ficaram mais transparentes. No arranjo das versões, a Working continuou com motor 1.5 e opção de cabine estendida. A LX passou a ter apenas a cabine estendida, assim como a nova Adventure, com quebra-mato, que substituiu a Trekking. LX e Adventure vinham só com o motor 1.6 16v, que passou a ser oferecido posteriormente como opcional também na Working. O 1.6 de oito válvulas, usado na Trekking, saiu de cena junto com a versão. No final daquele ano, o motor 1.6 16v era trocado pelo 1.8 Powertrain 8v de 108 cavalos vindo da General Motors, a versão LX saía do mercado e a versão básica passava a ter motor Fire 1.3 de 67 cavalos com painel da primeira fase.





Terceira fase (2004-2008)





A terceira fase da Fiat Strada passou a contar com a frente de faróis ondulados de máscara escura e grade do tipo ralador. O quebra-mato da versão Adventure passou a ser embutido no para-choque, na verdade, são alguns buracos na parte escura, e os faróis auxiliares foram para a base do para-choque, em dois pares. O motor 1.8 passou a ser Flex, com potência variando entre 106 (com gasolina) e 110 cv (com álcool).



 Em 2005 voltava a versão Trekking, primeiro com motor 1.8 e depois com o motor Fire 1.4 Flex e 80/81 cv. Entre agosto de 2006 e abril de 2007 foram lançadas duas séries especiais baseadas sobre a Adventure: primeiro a Try On, marca de acessórios esportivos, e depois a Original Adventure, ambas sobre a cabine estendida e com motor 1.8. Na lista de equipamentos se destacava o viva-voz por Bluetooth. 


Quarta fase (2008-2013)




Com o terceiro face-lift na linha Palio, os faróis passaram a ser amendoados e maiores, com duplo refletor (na verdade, vieram do sedã Siena, pois o Palio só teria dois refletores em 2009) e a grade retangular escura, vista apenas na versão Trekking. A versão Adventure, tanto na Strada, quanto na perua Palio Weekend, passou a ter dois filetes cromados perfurados. A traseira ganhou prolongamento nas lanternas e baixo relevo na tampa da caçamba. 








A versão Trekking tinha carroceria com cabine simples ou estendida e duas opções de motores: 1.4 (que passava a render 85 e 86 cv) e 1.8 (com potência aumentada para 112 e 114 cv). A Adventure só tinha o motor 1.8 e se diferenciava da Trekking, além da grade, pela moldura das rodas mais reta. Por dentro trazia bússola e inclinômetro sobre o painel. A Fire 1.4 permaneceu com a frente do modelo 2005, o motor 1.4 de potência antiga, o painel da segunda fase e os para-choques da anterior Adventure. 








Duas novidades marcaram a versão aventureira: o bloqueio de diferencial, ainda mecânico, chamado Locker e a cabine dupla, lançada somente em 2009, ainda sem portas traseiras, mesmo assim sendo mais uma inovação no segmento, que levou quatro anos para ser imitada pela rival Volkswagen Saveiro. A picape ganhou espaço para mais dois passageiros atrás, com bancos dianteiros que voltavam rapidamente para a posição original após rebatidos, mas o volume da caçamba caiu de 830 para 580 litros. E o sistema Locker, de série na cabine estendida, passou a ser opcional na cabine dupla. Em compensação, a Strada ganhou o seu primeiro título de Picape do Ano pela revista Autoesporte na eleição de 2010. 




Ao longo do ciclo de vida da quarta fase da Strada, a versão Working voltou ao mercado no final de 2009 com nova frente de faróis com refletores simples do Palio e o motor 1.4 revigorado. Em 2010, a mesma ganhou opção de cabine dupla, além da simples e estendida. Em julho daquele mesmo ano, na linha 2011, entrava em cena o motor E.TorQ 1.8 16v, com 130 e 132 cv, no lugar do antigo GM Powertrain 1.8 de oito válvulas, inicialmente apenas para a Adventure, depois para o resto da linha. 






Em dezembro de 2010 foi lançada a versão Sporting 1.8 16v, com rodas de 16 polegadas diamantadas, faróis escuros e teto solar. Em 2011 a versão Adventure ganhou a opção do câmbio automatizado Dualogic, uma caixa manual com embreagem única eletrônica que permitia trocas automáticas. 







A linha 2013 teve pequenas mudanças frontais, como uma espécie de tiara na grade da Trekking e a redução para uma aleta na grade da Adventure, com o para-choque ficando mais robusto e em plástico fosco, e o motor 1.6 16v para a versão Trekking, além da cabine dupla para todas as versões e a série especial Mangalarga Marchador para as versões Trekking e Adventure. 


Quinta fase (2013)









A quarta reestilização da Strada, na linha 2014, concentrou-se na traseira, que ganhou tampa da caçamba mais saliente, lanternas traseiras horizontais e novo recorte do vidro vigia da cabine estendida. A frente das versões mais simples também mudou, com para-choques e grade mais saliente em plástico escuro. A Adventure pouco mudou na dianteira. A grande atração desta quinta fase foi a terceira porta para a cabine dupla, representando mais uma inovação para a Strada, que a Saveiro até agora não tem. Somente em 2013 a Volks receberia a cabine dupla. Esta nova porta da Strada tinha abertura para trás e somente com a porta dianteira aberta. Foi eleita pela segunda vez, em 2014, como a Picape do Ano pela Autoesporte. 


Entre 2014 e 2015 foram lançadas os pacotes especiais Dark para a Trekking e Adventure, Hard Working e Adventure Extreme, esta última com central multimídia. 




Em 2018, para se alinhar ao padrão da média Toro, foi lançada a versão Freedom 1.4, com cabine dupla e meses depois com cabine simples. A cabine estendida foi aposentada. Com o lançamento da nova geração, agora em 2020, a versão antiga permanece em produção em versão única chamada de Strada Hard Working, antes com opção de cabine dupla, mas agora apenas com cabine simples e motor 1.4 EVO. 


Segunda geração (2020)




Em março foi apresentada para a imprensa privilegiada, para chegar ao mercado em abril, a nova geração da Fiat Strada, a segunda após 22 anos! Mas veio a pandemia do vírus comunista chinês (Covid-19) e ela só chegou ao mercado no final de junho. 




Com estilo frontal inspirado no subcompacto Mobi e a lateral e traseira inspiradas na Toro, a nova Strada inovou pela quarta vez ao ser a primeira picape compacta com cabine dupla de quatro portas de abertura convencional. Agora ela oferece três lugares no banco de trás, com direito a apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos para o passageiro do meio e gancho ISOFIX para cadeirinhas infantis, que agora são obrigatórios. 

A segunda geração da Strada também é vendida com cabine simples, chamada de Plus, por se posicionar entre a simples comum e a antiga estendida. 





A nova Strada está sendo vendida nas versões Endurance, com cabines simples e dupla e o velho motor 1.4 EVO, Freedom, também com as duas cabines e motor 1.3 Firefly, e Volcano, com o motor 1.3 e somente em cabine dupla. 

É equipada com airbags laterais (só na cabine dupla), controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e uma central multimídia por espelhamento com Android e Apple, mas cometeu deslizes no acabamento, na falta de equipamentos mais sofisticados como um ar  condicionado digital, na ausência de um câmbio automático (é prometido um CVT para o ano que vem) e na adoção de um motor 1.3 (de 101 e 109 cv de potência) como top de linha. Mas a nova Strada representa uma grande inovação para quem ficou 22 anos com a mesma carroceria. Só espero que ela evolua em equipamentos, acabamento e motorização nos próximos anos.