Em 2014, a AMG, divisão esportiva da Mercedes, apresentou o sucessor do SLS, o AMG GT Coupé. Dois anos depois, surgiu a versão GT-R, ainda mais apimentada, com motor de 557 cavalos (antes variava entre 462 e 510 cv) e nova grade, de aletas verticais. No ano seguinte foi a vez da versão roadster, com teto removível.

No último Salão de Genebra, em março, de olho no sucesso da segunda geração do Porsche Panamera, a Mercedes e a AMG ampliaram a família do seu superesportivo com uma versão de quatro portas e quatro ou cinco lugares. Quatro portas laterais, claro, pois se trata de fastback com a tampa do porta-malas que dá acesso ao veículo, uma quinta porta para o padrão europeu. 




O novo sedã ou cupê de quatro portas ou de cinco, melhor dizendo, é baseado no Mercedes CLS, pioneiro na categoria do mundo, lançado em 2005 e atualmente na segunda geração. Além da carroceria fastback (o CLS tem três volumes), o AMG GT 4 Portas tem a grade semelhante ao GT-R, de filetes verticais e apêndices aerodinâmicos que se movem conforme a velocidade. A traseira também tem um aerofólio retrátil. Outra semelhança além da traseira, só na área envidraçada estreita. 

O AMG GT 4 Portas terá três versões. A primeira, chamada AMG 53 4Matic+ é híbrida, com motor biturbo (um convencional e um compressor elétrico) 3.0 de seis cilindros em linha de 435 cavalos e 53 kgfm de torque, auxiliado por outro elétrico de 22 cavalos e 25,5 kgfm. Acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e alcança os 285 km/h. 


As outras versões, chamadas AMG 63 4Matic+ e AMG 63S 4Matic+ são equipadas com motor V8 4.0, com dois turbos de verdade e sistema de desacoplação de metade dos oito cilindros.  A primeira tem 585 cavalos e 81,6 kgfm de torque, acelerando em 3,4 segundos e chegando aos 310 km/h e a segunda, 639 cv e 91,8 kgfm, com desempenho em 3,2 segundos e 315 km/h. Todos utilizam um câmbio automático de nove marchas e tração integral, sendo que o 63S tem diferencial autoblocante e rodas traseiras que esterçam, opcional nas demais. Os freios podem ser em carbono-cerâmica. 

O esportivo também tem seis programas de condução (Piso Escorregadio, Conforto, Sport, Sport+, Race e Individual), que podem ser selecionados no console e na tela. Separadamente também podem ser ajustados a firmeza da suspensão, som do escapamento e a agilidade do câmbio automático. 


O interior é baseado no CLS, com os dois "tablets" na horizontal unidos, um deles fazendo a função de quadro de instrumentos virtual (na versão de seis cilindros a instrumentação é física) e o outro de sistema multimídia e operacional. Ambos são cobertos por um "toldo" que nasce na parte superior do painel, revestido em couro. Abaixo, quatro saídas de ar circulares imitando turbinas de avião. O acabamento desta seção nas versões V8 é em fibra de carbono, para reduzir o peso do esportivo. O console central, coberto de alumínio, é largo. Os bancos são altos e os da frente são vazados. Atrás, há muito espaço para três passageiros ou os dois das versões com motor V8. 



O AMG GT 4 Portas chegará ao mercado europeu em setembro, em uma edição limitada de lançamento, chamada Edition 1, com pacote aerodinâmico e decorativo AMG, rodas de 21 polegadas pintadas de preto, bancos AMG Performance, tapetes de couro e napa, acabamento em fibra de carbono e detalhes em amarelo, como costura dos bancos e cintos de segurança. Terá a opção de três cores: cinza grafite fosco, cinza grafite metálico e branco. 

O alvo do novo Mercedes é o Porsche Panamera, que deve começar a se cuidar. 

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO