Sucessor do Escort, o Ford Focus chega à sua quarta geração, justamente no ano em que completa duas décadas de lançamento na Europa. Se o compacto Fiesta, aparentemente, mudou pouco com a reestilização, o médio se tornou um novo carro. A plataforma, chamada C2, é inteiramente nova, com mais rigidez e menos peso.
Começo falando do seu perfil, que ficou menos arredondado e com as janelas laterais com uma caída muito semelhante ao BMW Série 1, com quem o Focus chega a concorrer na Europa, mas o foco mesmo é o Golf, da Volkswagen. A traseira, que ficou com o vidro mais vertical, perde as enormes lanternas em formato de cometa e adota um mais convencional, com prolongamento na tampa do porta-malas. Outra novidade inédita do modelo é a assinatura Focus espaçada no centro, acima da placa. A exceção é a versão Vignale, que tem esta identificação gravada. Na frente, a grade (com aletas que variam de acordo com a versão) teve o hexágono suavizado e está mais estreita, além de dar uma aparência mais bicuda. Os faróis passaram a ser triangulares, ganharam assinatura em LED, que também variam de acordo com a versão, e estão alinhados aos vincos no capô.
Também foram apresentadas imagens da perua SW e do sedã, este pensado para o mercado chinês. A primeira tem as janelas laterais se afunilando em direção a traseira, remetendo a uma shooting brake, aquelas peruas esportivas.
O sedã abandonou o estilo fastback (que batizou até o face-lift vendido no Brasil) para assumir os três volumes bem definidos. O recorte das janelas semelhante ao hatch, o formato das lanternas traseiras, a assinatura horizontal e a frente bicuda, de um certo ângulo, fazem o Focus lembrar um modelo da italiana Maserati.
O sedã abandonou o estilo fastback (que batizou até o face-lift vendido no Brasil) para assumir os três volumes bem definidos. O recorte das janelas semelhante ao hatch, o formato das lanternas traseiras, a assinatura horizontal e a frente bicuda, de um certo ângulo, fazem o Focus lembrar um modelo da italiana Maserati.
Embora, segundo informações, o Focus tenha um acabamento de primeira, com material emborrachado no painel, o desenho deste mostrou-se pouco inspirado e muito semelhante ao do novo Fiesta e até de outras marcas, como a Hyundai e a própria BMW. Culpa da já manjada posição elevada e destacada da tela multimídia.
O espaço interno foi ampliado com o crescimento da distância entre-eixos de 2,65 para 2,70m. A capacidade do porta-malas subiu de 316 para 375 litros. Apesar do aumento do espaço, o comprimento ganhou apenas 1 cm, de 4,36m para 4,37m.
O novo Ford Focus passa a ser equipado com detector de pedestres e ciclistas, frenagem automática de emergência e diversos sensores e câmeras para evitar ou reduzir acidentes, além de auxiliar a estacionar o carro (Active Park Assist), todos integrantes do pacote Ford Co-Pilot 360. Já presente na geração anterior, o controlador automático de velocidade e frenagem (ACC), que acompanha o fluxo do trânsito, pode também funcionar até 200 km/h. Ele funciona combinado ao sistema de leitor de placas e assistente de permanência em faixa.
Também estão presentes o carregador magnético de smartphone, head up display, teto solar panorâmico, abertura da tampa do porta-malas passando o pé embaixo do para-choque e seletor de modo de condução (Normal, Sport, Eco e, nas versões com amortecedores de dureza variável, Comfort e Eco-Comfort), que modificam a resposta do acelerador, o funcionamento do câmbio automático e do piloto automático.
O Ford Pass Connect é um aplicativo de celular que disponibiliza rede wifi, localizador do veículo, controle de autonomia, abertura e partida do carro (desde que tenha câmbio automático). O sistema multimídia Sync 3 tem a tela de 8 polegadas com espelhamento com Android Auto e Apple Car Play.
Praticamente todos os motores oferecidos são tricilíndricos, turbinados, com injeção direta, comando duplo de válvulas e desativação de um dos cilindros. Os movidos a gasolina são o Ecoboost 1.0, com opções de 85, 100 ou 125 cavalos. O Ecoboost 1.5 pode ter 150 ou 182 cavalos. Com diesel tem o 1.5 EcoBlue, de 90 ou 120 cv, e o 2.0 EcoBlue, único de quatro cilindros, com 150 cv.
Na transmissão, além do câmbio genuinamente automático de oito marchas, oferecido nas versões a partir de 120 cavalos, a novidade é a substituição da alavanca tradicional pela rosca giratória no console, semelhante aos utilitários da Jaguar e Land Rover. As versões mais simples são equipadas com um manual de seis velocidades.
Como no Fiesta, as versões do novo Focus serão chamadas de Titanium (com grade com filetes horizontais, como vemos no nosso Focus), Vignale (de aparência luxuosa, com grade com fuligens cromadas), Active (de aparência aventureira, com protetores plásticos nas rodas, para-choques emborrachados, suspensão elevada em 30 milímetros e grade tracejada escura) e ST-Line (suspensão 10 milímetros rebaixada, spoilers, grade em forma de colmeia preta e para-choques mais agressivos).
Focus Vignale |
Focus ST Line |
Devido às condições sócio-econômico-políticas do país e as baixas vendas da agora antiga geração do próprio modelo e seus concorrentes como o Golf e o Chevrolet Cruze Sport6, a fabricação da nova geração na Argentina é incerta e o nosso Brasil é um seríssimo candidato a ficar chupando dedo enquanto os europeus irão desfrutar do novo Focus.
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