A primeira geração do Opel Meriva foi criada no Brasil, mas a segunda nunca veio para cá. E será esta que dará lugar, na Europa, ao Crossland X.
A impressão que temos é que o Crossland X pode provocar uma briga interna na Opel, que também comercializa o Mokka X (que conhecemos como Chevrolet Tracker, recém-parcialmente reestilizado). Mas as marcas europeias sabem diversificar seus produtos e oferecem várias opções. Elas não fazem a linha "papai pão-duro" daqui, que só oferece um ou outro. Se oferecer dois os vendedores fazem de tudo para empurrar o que eles querem.
Mas, por precaução, a Opel vai posicionar o Crossland acima do Mokka, mesmo o novo modelo sendo menor (4,21m contra 4,27m de comprimento), mais baixo (1,59m contra 1,66m) e com menor distância entre-eixos (2,54m contra 2,55m). Isso porque o Crossland, que utiliza a plataforma do futuro Citroën C3 Picasso, além de ter mais espaço para as pernas dos passageiros de trás e maior porta-malas (410 litros, podendo chegar a 520 se empurrar o banco para frente, contra 356 litros) tem acabamento mais sofisticado, desenho do painel e alguns equipamentos do sedã de luxo Insignia, como faróis de iluminação adaptativa, projeção de informações no para-brisa, carregador magnético como do Chevrolet Cruze, assistente de estacionamento, alerta de colisão e aviso de invasão de faixa, reconhecimento de placas de trânsito, frenagem automática de emergência, entrada e partida sem chave, sistema multimídia IntelliLink, monitoramento de 180 graus na traseira com câmera de ré, OnStar, Android Auto, Car Play, hotspot Wi-Fi, teto panorâmico, entre outros.
A Opel também deu um visual mais jovem ao Crossland e, por isso, deixou o teto de cor diferente do resto da carroceria e emoldurou as janelas laterais com cromado arredondado que vai até a base da coluna D, criando um efeito de flutuação do teto e colunas, lembrando o finado Agile. Mas as linhas são retas, que deixam o Crossland com aparência um pouco desengonçada, por causa da traseira um pouco vertical, embora com vidro envolvente, e o capô longo. Os faróis têm formato trapezoidal invertido e são realçados pelas luzes de LED, assim como as lanternas traseiras horizontais. A grade hexagonal e seus filetes e ornamento cromado são semelhantes ao Insignia, uma identidade da Opel.
Os motores a gasolina serão 1.2, sem turbo com 81 cavalos de potência ou com compressor, que tem opção de 110 e 130 cavalos. O diesel é 1.6 de 99 e 120 cavalos. Ainda não foram divulgadas informações sobre o câmbio, mas a tração será dianteira.
Se não fosse a mudança de nome, os europeus veriam o quarto monovolume se transformando em crossover. Os outros exemplos são o Renault Espace e os Peugeot 3008 e 5008. Os "jipes de shopping" estão roubando espaço das minivans também por lá e não só aqui no Brasil.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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