TEXTO E MEDIÇÕES: MÁRIO COUTINHO LEÃO | FOTOS: AUDI
"Mais caro e pior, é óbvio!". Quase todas as pessoas com quem tive contato durante a avaliação do A3 Sedan nacional expressaram descontentamento, com direito a palavrões. Talvez essa maioria desconheça o número cada vez maior de marcas que optam por produzir no Brasil, caminho inevitável para a consolidação de suas imagens por aqui. Antes de torcer o nariz e dizer feiúras nas mídias sociais, entenda o que, como e porquê mudou no best-seller da Audi.
Primeiro passo da marca foi reagir a exigência do mercado pela motorização flexível e aumento de força, já que existem motores 1,4-litro turbo mais potentes. O Golf já exibia 140 cavalos no mesmo motor com outra calibração. Também era necessário amenizar os trancos e ruídos da transmissão robotizada, que alguns proprietários diziam parecer "uma caixa de ferramentas chacoalhando" ao trafegar por piso irregular. O resultado foi o aumento de 25% no torque e 23% na potência e a substituição da citada caixa pela convencional de seis marchas da Aisin (propriedade da Toyota) e um conversor de torque.
O consumo aumentou um pouco (a boa média de 14,1 km/litro que conseguimos com o monocombustível em agosto caiu para 13,8 km/litro de gasolina no flex testado esta semana) mas agora há a possibilidade de abastecer com álcool. A relação de autonomia do combustível de cana frente ao derivado de petróleo é de 68%, segundo números do Inmetro, o que reduz o custo do quilômetro rodado. As trocas de marcha ficaram bem mais suaves e inexistem agora os ruídos de transmissão que incomodavam tanto no modelo anterior. O desempenho está ligeiramente melhor, com ganho de 0,6 segundo na aceleração de 0 a 100 km/h e três km/h na velocidade máxima, de acordo com os testes da Audi.
A altura de rodagem está 1,5 centímetro maior e a suspensão traseira deixa de ser multilink e passa à configuração barra de torção. Mais robustez e conforto nas ruas e estradas ruins de todo o País. A estabilidade e o controle direcional permanecem os mesmos de antes e as sutis diferenças só aparecem em uma tocada digna de volta rápida na pista de Interlagos. Recentemente uma revista especializada em preparação levou um A3 Sedan para o travado circuito ECPA em Piracicaba/SP e o tempo de volta (veja o vídeo) ficou entre o do Civic Si e o Sandero RS, carros com nítida vocação esportiva. Por dentro o acabamento é do mesmo nível (impecável) do modelo importado da Hungria, sem perda de equipamentos. Na verdade, houve a inclusão da câmera de ré como equipamento de série, com o preço sugerido de R$99.990 para a versão de entrada Attraction, embora existam lojas ofertando o modelo por R$97.190 nas cores sólidas vermelha, branca ou preta.
Se analisar o carro sem os típicos preconceitos dos paulistas de classe média que infernizam as mídias sociais, há avanços importantes na convivência diária com o carro. Como carro ele se sai muito bem frente às demais opções na faixa dos R$100.000. Como negócio, pense melhor. A manutenção e seguro caros desabonam a compra e apontam para o Toyota Corolla Altis como opção menos agressiva ao bolso.
Números de Fábrica
A3 Sedan Attraction Flex 150cv - 2016
Preço Público Sugerido: 99.990
0 a 100 km/h: 8,8 segundos
Velocidade Máxima: 215 km/h
Consumo Cidade: 7,8 (A) / 11,7 (G) km/litro
Consumo Estrada: 9,9 (A) / 14,3 (G) km/litro
Proporção de autonomia Álcool x Gasolina: 67,9%
0 a 100 km/h: 8,8 segundos
Velocidade Máxima: 215 km/h
Consumo Cidade: 7,8 (A) / 11,7 (G) km/litro
Consumo Estrada: 9,9 (A) / 14,3 (G) km/litro
Proporção de autonomia Álcool x Gasolina: 67,9%
A3 Sedan Attraction 122cv - 2015
Preço Público Sugerido: 91.990
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Velocidade Máxima: 212 km/h
Consumo Cidade: 10,0 km/litro
Consumo Estrada: 11,5 km/litro
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Velocidade Máxima: 212 km/h
Consumo Cidade: 10,0 km/litro
Consumo Estrada: 11,5 km/litro
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