TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


O Renault Talisman será apresentado no próximo Salão de Frankfurt, mês que vem. Irá substituir o Laguna e o Latitude, por sua vez, o sucessor do velho, estranho e mal-sucedido Vel Satis, este herdeiro do saudoso Safrane.

O novo sedã top da marca francesa também se junta ao Clio IV, ao Mégane III hatch e aos crossovers Captur, Kadjar e Espace na linha de autênticos Renaults que o brasileiro terá que babar de inveja, pois o nosso país foi condenado a só vender modelos projetados pela Dacia e Samsung (o Fluence).


Agora com quatro portas (e não mais cinco, como eram o Laguna e o antigo Talisman chinês, este derivado do Samsung SM7), o novo modelo de grande porte foi projetado sobre a mesma plataforma modular do Espace, chamada CMF (Common Module Family). Sua carroceria tem 4,85m de comprimento, 1,87 de largura, 1,46 de altura e 2,81 de entre-eixos.

O estilo é uma evolução do conceito já usado no monovolume. A grade se abre em U no para-choque, é rasgada pelo logo Renault na parte de cima e complementada por quatro frisos cromados na parte interna. Ela quase se funde com os faróis horizontais e finos. A novidade estética são as luzes diurnas de LED no para-choque, alinhadas às presentes nos faróis, formando um colchete quando acesas. O visual deve ser usado na nova geração do Mégane, a ser apresentado no ano que vem.


A lateral tem linhas fluídas do tipo cupê de quatro portas e chega a lembrar o maior sedã da Jaguar, o XJ. Na traseira, as lanternas horizontais têm um prolongamento bem fino, também em LED, que se aproximam do losango acima da assinatura do modelo.


O painel tem tela multimídia na posição vertical de 8,7 polegadas (haverá também versões com telas de 7 polegadas horizontais e de 4,5 pol), cercada pelas saídas de ar também verticais. As das extremidades são horizontais trapezoidais. O acabamento pode ser de madeira, alumínio ou couro. O quadro de instrumentos mistura mostradores digitais (velocímetro) e analógicos (conta-giros) em formato de meia-lua e separado dos indicadores de temperatura da água e combustível por uma estrutura de parênteses. O volante tem três braços e base achatada. Destaque para o porta-malas de 608 litros, capacidade rara num sedã grande. 

As versões de acabamento se chamarão LIFE, ZEN, BUSINESS, INTENS e INITIALE PARIS, esta última bem luxuosa, com detalhes de acabamento exclusivo, couro Nappa, janelas laminadas, carpete especial, rodas de 19 polegadas e a exclusiva pintura metálica Preto Ametista.


Na lista de equipamentos do Talisman estarão presentes piloto automático adaptativo, frenagem de emergência, aviso de aproximação de veículos em ângulo morto nos retrovisores, alerta de mudança involuntária de faixa, assistente de estacionamento, câmera de ré, projeção de informações (velocidade, leitura de placas de trânsito e indicações do GPS) em lâmina transparente (o conhecido head up display) e o configurador MultiSense que modifica o funcionamento da direção, motor, câmbio automático, informações do quadro de instrumentos, som do motor, iluminação ambiente e amortecedores. Estes últimos em cinco funções: Neutro, Eco, Confort, Sport e uma personalizada pelo usuário.


Também estarão disponíveis bancos com aquecimento, ventilação e massagem, além do sistema multimídia R-Link2 com tela sensível ao toque ou por gestos, som surround da Bose de 13 alto-falantes. 

A linha de motores será composta pelo 1.6 TCe a gasolina com 150 ou 200 cavalos, um 1.5 dCi de 110 cavalos e o 1.6 dCi de 131 ou 160 cavalos, estes dois últimos a diesel. O câmbio automatizado de dupla embreagem terá sete marchas para os motores a gasolina e seis para os diesel. Destaques para as quatro rodas direcionáveis do sistema 4Control, que estreou no Espace.


O novo Talisman é a arma da Renault para enfrentar o sucesso da nova geração do Volkswagen Passat, o seu irmão Skoda Superb, o Ford Mondeo (aqui chamado de Fusion) e o rival francês Peugeot 508, que deixou de ser importado aqui, mas está firme e forte lá na Europa. 

Talisman no Brasil, por enquanto,  só os amuletos da sorte (que a gente vai precisar muito) ou a música composta por Michael Sullivan e Paulo Massadas, que fez muito sucesso nos anos 80 e 90, nas vozes, respectivamente de Elson do Forrogode e Leandro e Leonardo.