A Willys-Overland do Brasil iniciou suas atividades em 1954, montando o Jeep Universal, o veículo que a matriz americana, fundada em 1907, projetou para a locomoção dos soldados na Segunda Guerra Mundial.
Em 1959, com incentivo do governo de Juscelino Kubitschek para impulsionar a indústria automobilística nacional, a Willys começou a produzir o Dauphine, sedã compacto oriundo da Renault francesa, que foi seu primeiro carro de passeio em nosso país.
Finalmente, em 1960, para ampliar o leque de opções da montadora, foi lançado o sedã luxuoso Aero. O nome dos modelos vinham antes da marca e, portanto, ficou mais conhecido como Aero Willys.
O Aero era uma linha de veículos lançada nos Estados Unidos em 1952. Com chassi monobloco e carroceria de duas ou quatro portas, com ou sem coluna central e motor de quatro ou seis cilindros em linha, o modelo tinha estrutura comparada aos modernos aviões a jato, conceito chamado de aeroframe, daí o seu nome. Lá, tinha as versões Lark, Wing, Ace e Eagle. Depois surgiu o cupê Bermuda, cuja frente do modelo 1955 foi adotada no Aero Willys brasileiro, com 85,34% de nacionalização, que só tinha quatro portas.
Foto: Reprodução da internet |
O Aero era uma linha de veículos lançada nos Estados Unidos em 1952. Com chassi monobloco e carroceria de duas ou quatro portas, com ou sem coluna central e motor de quatro ou seis cilindros em linha, o modelo tinha estrutura comparada aos modernos aviões a jato, conceito chamado de aeroframe, daí o seu nome. Lá, tinha as versões Lark, Wing, Ace e Eagle. Depois surgiu o cupê Bermuda, cuja frente do modelo 1955 foi adotada no Aero Willys brasileiro, com 85,34% de nacionalização, que só tinha quatro portas.
Foto do acervo de José Antonio Penteado Vignoli, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde. |
Foto extraída do blog http://aerowillys1961.blogspot.com.br |
No interior, os bancos acomodavam seis pessoas: o motorista e dois caronas na frente e três passageiros atrás. O painel, estofado, era simples, com o velocímetro, que agrupava os marcadores de temperatura, combustível e luzes-espia, além do rádio, cinzeiro e o porta-luvas. As maçanetas e manivelas dos vidros eram cromadas. O volante tinha aros internos cromados. O porta-malas tinha capacidade aproximada para 460 litros.
Fotos do acervo de Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde. |
O câmbio tinha três marchas. O motor era o mesmo do Jeep, com seis cilindros em linha de 2.6 litros, carburação simples, que rendia 90 cavalos de potência. O concorrente principal era o Simca Chambord.
Foto: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada |
Para 1962, o Aero Willys recebeu mudanças de posição de botões e cinzeiro no painel, assim como novas cores (perdia a opção bicolor, em estilo "saia e blusa"), rodas, calotas e frisos nas laterais (passavam de ondulados a contínuos). No entanto, o friso do porta-malas foi eliminado. O espaço interno foi levemente ampliado.
Foto: Gustavo do Carmo, tirada no Encontro de Carros Antigos do Veteran Car Club do Brasil em 2011 |
Foto: Gustavo do Carmo, tirada no Encontro de Carros Antigos do Veteran Car Club do Brasil em 2011 |
Em outubro de 1962 foi apresentado um Aero Willys inteiramente novo, chamado 2600. As linhas arredondadas americanas dos anos 50 deram lugar ao estilo quadrado e reto da nova década, projetado no Brasil (Projeto 213), com friso cromado em toda lateral e outro mais largo na base da coluna lateral. No entanto, chassi, portas e tampas do capô e porta-malas, incluindo maçanetas, eram do velho Aero-Willys.
A frente continuou com faróis redondos posicionados acima do capô. Mas um detalhe que a imprensa especializada não gostou foi a "pestana" na moldura dos faróis, na verdade, uma carenagem mais avançada na parte superior. A grade aumentou, passou a ter frisos horizontais e foi dividida por um pilar que lembra o Palácio da Alvorada em Brasília. O mesmo recurso de estilo já adotado na Rural, nacionalizada três anos antes. Os faróis auxiliares cresceram. A traseira continuou com o estilo rabo-de-peixe, comum nos anos 50, mas já fora de moda na década seguinte. As lanternas eram posicionadas nas barbatanas. O vidro, antes envolvente, agora é recuado. Na base da tampa do porta-malas havia uma série de frisos cromados verticais.
Foto: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada |
Os engenheiros brasileiros ficaram tão orgulhosos que decidiram apresentar o carro no Salão de Paris, um mês antes do de São Paulo.
O Aero-Willys no Salão de Paris 1962 / Foto do acervo de Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde. |
No interior, o quadro de instrumentos passava a ter revestimento em madeira jacarandá e três mostradores. O resto do painel continuou horizontal, com revestimento estofado. Já a suspensão, direção e o motor, cuja cilindrada 2600 passou a batizar a nova geração, continuavam vindo do Jeep. O motor passou a ter dois carburadores e a potência subiu para 110 cavalos.
Foto: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada |
Para 1965 a traseira foi modificada, ficando maior, perdendo cromados e com a extremidade caída, em vez de empinada, como antes, enfraquecendo o estilo rabo de peixe, já fora de moda. Os cromados verticais também sumiram. O para-choque ganhou dois níveis, sendo que o de cima era interrompido para dar visibilidade à placa. Os faróis também perderam a controversa pestana. O câmbio passou a ter quatro marchas sincronizadas. Os freios ficaram menos duros.
Para o ano seguinte, a Willys desafiou o publicitário Mauro Salles a criar uma versão de luxo do Aero, chamada Itamaraty, em homenagem ao Palácio homônimo, sede do Ministério das Relações Exteriores, tanto aqui no Rio de Janeiro, quando era capital, quanto em Brasília.
Foto: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada
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Foto: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada |
Fotos: Rogério de Simone, co-autor do livro Aero-Willys, da série Clássicos do Brasil, Editora Alaúde, onde esta foto foi publicada
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O Itamaraty curto continuou com o mesmo 2.6 de 110 cv. Mas o Executivo recebeu o 3.0 de carburação dupla e 132 cavalos de potência, chamado de 3000. A frente foi modificada, com grade mais baixa, frisos estilizados e faróis auxiliares retangulares e direcionais. Após as 27 unidades, o Itamaraty Standard recebeu essas melhorias do Executivo como o motor mais potente, o ar condicionado, o toca-fitas e a nova frente. O Aero ganhou divisão nas lanternas e quadro com cinco instrumentos no painel.
Em 1967 a Willys-Overland foi comprada pela Ford e os sedãs passaram a se chamar Aero Willys Ford e Itamaraty Ford, além de ter emblemas Ford em cada detalhe do carro. Além disso o Itamaraty teve o jacarandá trocado por imitação de plástico e chegou a receber um motor de 140 cavalos de potência, mas a dupla saiu de linha em 1971, enfraquecida pelas poucas vendas e para abrir espaço para o Ford Galaxie, que viveria mais dez anos. Em onze anos de existência do Aero e cinco do Itamaraty foram produzidas 99.621 e 17.216, respectivamente. Dizem que o destino dos dois sedãs luxuosos da Willys teria sido selado dentro de um Itamaraty, a pedido do presidente mundial da Ford, Henry Ford II, em visita à fábrica brasileira.
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