TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Além de modernizar totalmente o seu microcarro de dois lugares, o ForTwo, a Smart, do grupo Daimler (Mercedes-Benz), tratou de ampliar a sua linha e relançar o ForFour, de quatro lugares e quatro portas. Os dois foram revelados juntos e serão apresentados publicamente no próximo Salão de Paris, em outubro.
O ForFour (nome que soa como uma onomatopeia, como Fofó) agora é um subcompacto e não mais um hatch compacto, como era a primeira geração produzida entre 2004 e 2006. Se os alvos do modelo antigo eram o Volkswagen Polo, o Opel Corsa, Peugeot 206, Citroën C3, Renault Clio e até o Mini Cooper da arquirrival BMW, o novo encolheu para concorrer com o Renault Twingo, Citroën C1/Peugeot 108/Toyota Aygo, Opel Adam e Volkswagen up! (o europeu porque o nosso foi espichado).
O comprimento caiu de 3,75m para 3,49m. A largura não foi reduzida tão drasticamente: perdeu apenas dois centímetros (1,66m agora). Já a altura subiu de 1,45 para 1,55m e a distância entre-eixos de 2,49m para 2,50m.
A plataforma, aliás, veio do Twingo e o estilo do quatro portas ficou até parecido com o francês, a não ser pela grade e a pintura diferenciada da estrutura, que envolve a base da carroceria, coluna lateral traseira, batente interno das portas e o teto, que é marca registrada da Smart. O projeto é a versão final do conceito FourJoy, apresentado em Frankfurt, no ano passado.
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Renault Twingo / Foto: Gustavo do Carmo |
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Conceito ForJoy |
Vem do protótipo a frente com faróis levemente quadrados (antes em formato de gota) e grade enorme em forma de sorriso, que é a mesma nos dois Smart. Assim como as lanternas traseiras também quadradas (antes eram ovais e duplas) e o desenho do painel interno, que ficou mais moderno com linhas ovais da parte central até a saída de ar do lado do motorista, cortado apenas pelo volante e o quadro de instrumentos em meia lua. O conta-giros é analógico, em arco. O resto é digital. Console central e porta-luvas agora são típicos de um carro normal. O sistema multimídia é destacado, mas preso no console central. Em algumas versões há apenas um suporte para o smartphone (o tipo do celular, não o da marca). As duas saídas do ar do meio agora estão embutidas no painel, que é revestido em tecido, assim como com as portas.
Os bancos traseiros do ForFour ganharam um porta-copos e porta-objetos com tampa entre eles e, para sinalizar que mudou de categoria, os vidros laterais traseiros passam a ser basculantes, mesmo com quatro portas, que abrem a 90º. Uma prática comum dos seus novos concorrentes, exceto o Adam que tem apenas duas. Seu porta-malas tem apenas 185 litros, incrivelmente menor que o do ForTwo, que tem 260 litros, apesar de ter apenas dois lugares e 2,69m de comprimento, mesmo tamanho do anterior. A distância entre-eixos do pequenino é de 1,87m, um centímetro a mais. Já a largura aumentou dez centímetros (de 1,56m para 1,66m), enquanto a altura baixou de 1,56 para 1,55m.
Se o Smart foi um dos primeiros compactos a ter a tecnologia StartStop e os controles de estabilidade de tração, esta terceira geração do ForTwo e segunda do ForFour ganhou itens como assistente de proteção contra vento cruzado, alerta de risco de colisão e alerta de mudança involuntária de faixa. O primeiro é de série e os demais opcionais.
Ar condicionado, trava elétrica por controle remoto, vidros dianteiros elétricos, luzes diurnas de LED, piloto automático e fixação ISOFIX no banco do carona são itens de série desde a versão básica Passion. As outras são a Prime e a Proxy. Bancos aquecidos, volante multifuncional revestido em couro, sistema multimídia de 7 polegadas e som premium JBL com oito alto-falantes são alguns opcionais.
A primeira versão do Four será a limitada Edition 1, que terá as cores cinza grafite (predominante) e laranja, grade e rodas de 16 polegadas esportivas na cor preta, suspensão rebaixada e teto panorâmico com cobertura de lona. Entre os equipamentos estão ar condicionado digital, quadro de instrumentos também digital, sistema de áudio com Bluetooth, pedais de aço escovado, volante e alavanca do câmbio em couro, detalhes em preto brilhante e bancos em tecido preto e laranja.
A nova linha Smart terá duas opções de motores de três cilindros: um aspirado 1.0 de 71 cavalos e outro turboalimentado 0.9 de 90 cavalos. O terceiro tricilíndrico será um 1.0 aspirado de 61 cavalos. O câmbio poderá ser manual de cinco marchas ou automatizado de dupla embreagem de seis. A tração será traseira.
O antigo Smart ForFour não deu certo porque era grande e caro. Este novo será apenas 600 euros mais caro que o ForTwo, que tem preço estimado de 11 mil euros, cerca de 33 mil reais.
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Smart ForFour 2004-2006 |
A Smart surgiu em 1997 e, inicialmente, tinha a fabricante suiça de relógios Swatch como sócia da Mercedes-Benz (o nome vem de S de Swatch, M de Mercedes e mais Art). O carrinho era até exposto como uma caixinha de relógio. Era para ser uma produção franqueada para baratear os custos, trocá-lo de cor e torná-lo mais acessível aos jovens, mas acabou ficando como uma marca jovem de luxo da própria Mercedes.
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1a Geração do Smart: 1998-2007 |
Chegou ao Brasil em
2009, apenas em São Paulo. Os cariocas precisaram esperar seis meses para comprá-lo aqui. Custava R$ 60 mil e o conversível (o mesmo carro com teto de lona removível) R$ 70 mil. Hoje não está custando muito além disso: sai por entre R$ 53,4 e R$ 73,6 mil.
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2a Geração 2007-2014 |
A Mercedes tentou fabricar um utilitário esportivo compacto do Smart chamado ForMore em Juiz de Fora (MG), mas o projeto foi abortado. Na Europa já houve um roadster e um cupê Smart, também já encerrados.
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Smart ForMore: o SUV brasileiro que nunca foi produzido. Foto: Blogauto |
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Smart Roadster e Coupe (2003-2006) |
Agora, além dos novos ForTwo e ForFour, são esperados o novo ForTwo conversível e a versão esportiva Brabus. O conceito ForStars deve dar origem aos novos Coupe e Roadster. No Brasil, os novos Smart só devem chegar no ano que vem, ainda mais premium e caros.
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Conceito ForStars |
Os novos ForTwo e ForFour serão a aposta acessível da marca fashion da Mercedes se modernizar. Pelo menos na Europa, onde os microcarros nunca saíram de moda.
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