TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO 


Jornal e programa de TV que são porta-vozes da Fiat, o Vrum, do Estado de Minas, já noticiou. Só falta o anúncio oficial dos italianos de que o sedã médio Viaggio será montado na nova fábrica da empresa em Goiana, interior de Pernambuco, a partir do ano que vem, só iniciando as vendas talvez em 2016. A unidade vai produzir também o Jeep Renegade e futuramente o sucessor do hatch Alfa Romeo Giulietta, dono da plataforma do Viaggio. 

Será uma montagem mesmo, no esquema chamado CKD (Complety Knock Down), com peças totalmente importadas da China, onde o Viaggio foi lançado em 2012. Pelo menos até aprimorar a produção. 





O Fiat Viaggio também compartilha a plataforma com os norte-americanos Dodge Dart e Chrysler 200, marcas que agora são do portfólio da Fiat (fazem parte da nova holding FCA). Ou melhor, o estilo arredondado, com traseira curta e alta e capô longo e baixo, e o interior com painel alto, integrado ao quadro de instrumentos, são idênticos ao dos modelos americanos. Só muda a grade, que é maior e ovalada com os três frisos cromados e o emblema da Fiat, também presente no volante igual.


O motor do Viaggio no mercado chinês é o mesmo 1.4 T-Jet turbinado usado no Punto, no Bravo e recentemente descartado no Linea. Só que além da tradicional potência de 150 cavalos há também uma versão mais contida com 120 cv. O câmbio automatizado é que é inteiramente novo, chamado DDCT (Dual Dry Clutch Transmission ou Transmissão de Dupla Embreagem Seca, sem banho de óleo) com seis marchas, o que deve ter motivado a montagem no início. Também há o tradicional câmbio manual de cinco marchas. Não se surpreendam se ele vier também com o motor E.TorQ 1.8 e o câmbio Dualogic para baratear os custos. 

Na China ele é equipado com faróis e lanternas com LED, freios ABS, EBD, ESP, TCS, seis airbags, rádio CD MP3, sistema multimídia com tela de 8 polegadas, ar condicionado, vidros elétricos, central de comando remota, assistente de saída em subidas e computador de bordo.


O Viaggio será a quarta tentativa da Fiat de liderar o mercado de sedãs médios. Desde que começou a produzir no Brasil, em 1976, a marca italiana comercializou o Alfa Romeo 2300, mas só usou a sua marca em um sedã grande em 1992, com o Tempra, nome mais cotado para batizar o novo modelo por aqui, pois Viaggio tem sonoridade parecida com aquele termo pejorativo referente aos homossexuais. 




Em 1998, a segunda geração dos médios foi o Marea, também fabricado na versão perua Weekend. Já com o representante do segmento atual, o Linea, a Fiat cometeu o erro de usar a plataforma do compacto Punto, o que limitou o seu espaço interno (o Viaggio deve corrigir isso, pois tem distância entre-eixos de 2,70m e comprimento de 4,67m, mas seu porta-malas tem apenas 370 litros) e a capacidade para brigar com o Honda Civic, Toyota Corolla e Chevrolet Cruze. 



Se o Viaggio (ou Tempra ou outro nome que inventarem) der certo, o hatch do modelo, o Ottimo, também lançado na China, pode vir para o lugar do Bravo. Aí se não der é melhor a Fiat desistir e tentar brigar com os grandes com a Alfa Romeo.  



FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, gasolina, turbo, 1.4 l, 16 válvulas
Potência: 120 ou 150 cv
Torque: 21 ou 23,5 kgfm
Câmbio: Automatizado (DDCT) de seis marchas ou manual de cinco
Tração: dianteira
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,67/1,83/1,46/2,70m
Porta-malas: 370 litros
Tanque: 60 litros
Preço estimado:  R$ 75 mil