TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


Não é apenas a nova geração do Fit que a Honda reserva como novidade para o Brasil nos dois próximos anos. Além da nova fábrica de Itirapina, no interior de São Paulo, a marca japonesa vai produzir aqui a segunda geração (sexta mundialmente) do sedã Fit e o inédito utilitário esportivo compacto Vezel. Ambos são baseados na plataforma do monovolume e tiveram suas imagens reveladas no mês passado, sendo que o Vezel foi apresentado publicamente no Salão de Tóquio. 



City 

Como foi antecipado em projeções publicadas na internet, o novo City ficou bem parecido com o Fit na grade dianteira quase fechada com a máscara em H (que representa o novo conceito da Honda) e nos faróis espichados. Estes, junto com o perfil, também lembram muito o modelo anterior, mas o fim da janela traseira tem uma empena cega preta igual ao do Hyundai HB20S. A traseira continua lembrando um sedã da BMW, só que agora as lanternas (em LED) são mais retas e com prolongamento na tampa do porta-malas. O conjunto é cortado pela tampa do porta-malas e o friso cromado que liga o par. Felizmente é bem diferente e mais discreto que o Crider lançado na China, antes apontado como o sucessor do nosso City. 


O interior ficou muito parecido com o Honda Fit, com volante multifuncional, quadro de instrumentos (embora tenha três círculos separados e não colados, como no monovolume) unido ao painel central, difusores de ar horizontais bem estreitos e a tela touchscreen da central multimídia, que tem Bluetooth e câmera de ré. O display do ar condicionado digital (que agora tem saída para os bancos traseiros) está alinhado com os botões. Ao lado deste está o botão de partida. 


O comprimento passou de 4,40 para 4,44m e a distância entre-eixos de 2,55 para 2,60m, o que fez aumentar o espaço interno. A capacidade do porta-malas subiu para 510 litros, quatro a mais que o antigo. 

O novo City foi apresentado na Índia, onde terá dois motores 1.5: um a diesel (i-DETEC) e outro a gasolina, que é o mesmo i-VTEC flex usado no modelo atual vendido aqui. Só que o do novo rende 118 cavalos, o que pode indicar um aumento de potência do nosso. 

A fabricação começará no segundo semestre do ano que vem, em Sumaré (SP), com reforço de produção na Argentina. A nova fábrica de Itirapina ficará restrita ao City e ao Vezel, que você verá a seguir. 

Foto: India Auto Blog



Vezel 



Tirando a grade que virou a nova imagem da Honda, o Vezel tem estilo diferenciado, com recorte das janelas em arco e maçaneta da porta-traseira embutida em seu ângulo, para enfrentar a ampla concorrência do Ford Ecosport, Chevrolet Tracker, Citroën Aircross, Renault Captur, Peugeot 2008 e Volkswagen Taigun, além dos ainda desconhecidos modelos da Fiat e da Hyundai. Só os três primeiros já estão no mercado, mas até 2015, quando o Vezel começar a ser produzido na nova unidade de Itirapina, todos já deverão ter chegado. 

O estilo do Vezel também se destaca pelos vincos na lateral (na qual um deles nasce no para-choque dianteiro), no capô e na traseira, alinhado com as lanternas em formato de bumerangue. Ele tem 4,29m de comprimento, 1,77m de largura e 1,60m de altura. 


O painel interno parece bem conservador, mas inova por ter difusores de ar se estendendo horizontalmente em toda a área do passageiro da frente. As saídas para o motorista cercam o quadro de instrumentos, que é mais parecido com o do Fit, com círculo único. O controle do ar condicionado está um nível abaixo e mais recuado em relação a área da tela multimídia. Já o console do assoalho é flutuante. 


Por enquanto o único motor do crossover no mercado japonês é um 1.5 VTEC, com injeção direta, que se torna candidato a se tornar flex por aqui e também equipar o City e o Fit. Lá, ele também terá uma versão híbrida associada ao mesmo propulsor. O câmbio da versão a gasolina será um automatizado de dupla embreagem.  

Não está confirmado se o nome Vezel - que lembra muito o tetracampeão de Fórmula 1, o alemão Sebastian Vettel - será usado também aqui (especulou-se o estranho CR-U), mas caiu muito bem. Só se sabe que ele será mais uma preocupação para os seus concorrentes.