LANÇAMENTO - NISSAN ALTIMA

TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO

DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS

Os sedãs médio-grandes não chegam a ter um grande volume de vendas, mas o mercado está cheio deles: Ford Fusion, Volkswagen Passat, Peugeot 508, Citroën DS5, Chrysler 300C, Honda Accord, Toyota Camry, Hyundai Sonata e Azera, Kia Optima e Cadenza. E o Nissan Altima é mais um que acaba de desembarcar no Brasil.

Ele é de uma marca japonesa, mas vem dos Estados Unidos, mais exatamente da fábrica de Smyrna, no Tennessee. Mesmo oriundo de um país sem parceria comercial com o nosso e, assim, pagando imposto de importação, o Altima consegue custar menos de 100 mil reais: R$ 99.800. Na fase de pré-lançamento, contudo, chegou a ser vendido por R$ 72 mil por um dia.

À primeira vista, o Altima é logo confundido com o recém-reestilizado Sentra. É a cara dele, para ser exato. Faróis, grade, recorte das janelas e lanternas traseiras. Tudo lembra o sedã médio e parece a sua versão mais esticada (tem 4,86m de comprimento por 1,83m de largura e 2,77m de entre-eixos), com a diferença de que o Altima não tem o prolongamento das lanternas na tampa do porta-malas. Como um carro voltado para um público mais maduro, que exige uma certa discrição, o estilo combinou melhor com o sedã maior.

O interior tem o refinamento e o luxo que se espera de um carro do seu porte. O painel tem linhas mais retas e conservadoras. O acabamento e os revestimentos são de primeira qualidade. Destaque para os bancos dianteiros com o Zero Gravity, que apesar de anunciado como um produto testado pela Agência Espacial Norte-Americana (a NASA), não passa de um forro com espuma de densidades diferentes que se ajusta melhor ao corpo. Ele também tem aquecimento e o do motorista vários ajustes elétricos, porém, sem memória.

Importado apenas na versão única SL, o Altima tem pacote fechado com detector de ponto cego nas faixas adjacentes, aviso de mudança involuntária de faixa, detector de movimento atrás do carro nas manobras de ré (embora não haja sensores de estacionamento convencionais), controles de tração e estabilidade, controle ativo de subesterço (mantém o carro sob controle em curvas fechadas), faróis de neblina, freios antitravamento (ABS) com distribuição eletrônica de força entre os eixos (EBD) e assistência adicional em emergência, cinto de três pontos e encosto de cabeça para os cinco ocupantes, monitor de pressão dos pneus, ancoragem Isofix para cadeiras infantis, bolsas infláveis frontais, laterais dianteiras e de cortina, ar-condicionado automático com duas zonas de ajuste com saída para a traseira, revestimento em couro, chave presencial para acesso e partida com comando para ligar o motor a distância, câmera traseira para manobras, aquecimento do volante, controlador de velocidade, navegador no painel, retrovisor interno fotocrômico, teto solar com controle elétrico, volante com regulagem de altura e distância e controle elétrico dos vidros, travas e retrovisores. O sistema de áudio Bose inclui rádio/CD, função MP3, entradas auxiliar e USB, tela colorida de 7 pol sensível ao toque, interface Bluetooth e nove alto-falantes. As rodas de 17 polegadas usam pneus 215/55.

O cluster central do quadro de instrumentos pode ser configurado para mostrar uma função de cada vez, como o alerta da pressão dos pneus, a indicação do navegador ou até mesmo mudar a cor do carrinho representado graficamente em 3D.

Assim como a versão de equipamentos é uma só, o Altima tem apenas o motor quatro cilindros 2.5, com bloco de alumínio, quatro válvulas por cilindro com variação do tempo de abertura para admissão e de escapamento e coletor de admissão com geometria variável. A potência é de 182 cavalos e o torque 24,8 kgfm. O câmbio é um CVT, o mesmo X-Tronic de nova geração adotado no Sentra. Tem relações de marcha infinitas, mas simula sete velocidades. Só não tem mecanismo de mudança manual.

O sedanzão nipo-americano acelera de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e retoma entre 80 e 120 km/h em 7 segundos. A velocidade é de 210 km/h. O consumo é de 9,5 km/litro na cidade e 14,5 km/l na estrada, uma vantagem de não ter o motor flex, como o rival Fusion. A frenagem e o nível de ruído, ambos a 120 km/h, são de 60,3 metros e 64,8 decibéis. Com exceção da velocidade máxima de 210 km/h, todos os números da revista Quatro Rodas.

Da concorrência citada lá no primeiro parágrafo, os mais diretos são o Ford Fusion 2.5 Flex (167-175 cv / R$ 96 mil - o único mais barato que ele), o Hyundai Sonata (178 cv / R$ 107 mil), o Kia Optima (180 cv / R$ 108 mil), o Honda Accord EX (175 cv/ R$ 120 mil), ambos 2.4, além do Volkswagen Passat 2.0 turbo (211 cv / R$ 114.500) e o Peugeot 508 (165 cv/ R$ 110 mil), que tem motor 1.6 turbo THP. Frenagem, desempenho e consumo são muito bons, mas o nível de ruído é mediano. Se o espaço no banco traseiro do compacto Versa já é excelente, o do Altima não poderia fugir à regra. Os joelhos ficam bem distantes do encosto do banco dianteiro, mas o túnel central é alto. O porta-malas, entretanto, é pequeno para o tamanho do carro: apenas 436 litros, o menor do segmento.

Com o Altima, a Nissan está voltando ao segmento de sedãs de luxo no Brasil, após uma ausência de mais de dez anos para se dedicar aos utilitários esportivos, picapes e compactos. Até 2002 a marca japonesa importava o Maxima. Nos Estados Unidos, entretanto, o novo modelo já é um veterano. Foi lançado em 1993 e reestilizado em 1998, 2002, 2007 (com face-lift em 2010) e 2013, a quinta geração, que é esta que está sendo lançada aqui.

O Altima é o terceiro veículo mais vendido da sua categoria, atrás do Honda Accord e do Toyota Camry e comercializa 300 mil unidades por ano, mil vezes mais que o lote inicial que chegou ao Brasil. Os americanos também podem comprar uma versão com motor V6 3.5 de 270 cv. Mas aqui ele será considerado um médio-grande, com motor mais simples.

Pontos Fortes

+ Estilo
+ Acabamento
+ Espaço interno
+ Motor
+ Desempenho
+ Consumo
+ Frenagem
+ Preço
+ Equipamentos de segurança

Pontos Fracos

- Porta-malas