Mesmo reestilizado, o Ford Ecosport, que neste ano completou uma década de produção, já não tem mais sossego. Não bastasse a ofensiva do Citroën Aircross, do Renault Duster, do velho Hyundai Tucson e dos chineses Chery Tiggo e Lifan X60, o primeiro utilitário esportivo pequeno de carroceria própria ganhou o que pode ser o seu maior rival: o Chevrolet Tracker.
Mas a briga, por enquanto, será tímida e só deve esquentar no ano que vem, pois o Tracker chegou do México somente na versão LTZ, com motor Ecotec Flex 1.8 16v tração dianteira e um único pacote de opcionais, composto por airbags laterais e de cortina e teto solar elétrico, que aumenta o preço do carro para R$ 75.490. O modelo básico é anunciado por R$ 71.990.
O Tracker vem equipado com rodas de liga leve de 18 polegadas, ar condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, trava elétrica do porta-malas, chave tipo canivete com controle remoto de destravamento das portas e do alarme, piloto automático, bancos em couro sintético, ajuste lombar elétrico e regulagem manual de altura para o do motorista, coluna de direção com regulagem em altura e profundidade, computador de bordo, o sistema multimídia MyLink (que, além de integrar o rádio, reproduzir fotos e músicas, conectar com o celular através do Bluetooth, tem câmera traseira), faróis de neblina, air bag duplo frontal e freios ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem).
Com 4,25m de comprimento, 1,78m de largura e 2,55m de distância entre-eixos, o Tracker se posiciona em porte entre o Ecosport (4,24m, 1,76m e 2,52m) e o Duster (4,31m, 1,82m e 2,67m). Seu desenho é reto, mas os faróis e lanternas que espalham para os lados, os vincos, os para-lamas salientes e os para-choques robustos dão uma aparência arredondada e moderna ao segundo grande concorrente do Ford Ecosport. Ele lembra o grandalhão TrailBlazer de perfil e o velho Captiva (que agora só vem na versão 2.4) na traseira. A frente, como sempre, tem o DNA Chevrolet. O vidro traseiro parece envolvente, mas há um aplique de plástico na lateral, simulando o efeito. Ele também lembra o Ssangyong Korando, mas o coreano é maior e só é vendido aqui com motor a diesel.
O interior do Tracker é bem acabado e com montagem correta, apesar do excesso de plásticos duros. O painel segue o estilo do hatch Sonic, seu irmão legítimo de plataforma GSV, com saídas de ar centrais retangulares horizontais e falso par vertical. Já as das extremidades são circulares, no formato turbina de avião. A área central do tablier, do assoalho ao porta-objetos no alto, com quina arredondada, lembra o sedã médio Cruze vendido na Europa (o nosso é antigo). A tela do MyLink é sensível ao toque. O quadro de instrumentos, com conta-giros analógico e velocímetro digital azul, é o mesmo do Sonic e dos bastardos brasileiros da plataforma como o Onix, Prisma, Cobalt e Spin. O espaço interno é muito bom para as pernas, apesar do túnel do assoalho alto. O porta-malas tem apenas 306 litros. Parece maior, mas só supera em volume o do Ecosport (296 litros).
O motor Ecotec Flex 1.8 16v é o mesmo do Cruze e rende 140 cavalos com gasolina e 144 cv com álcool. O câmbio automático de seis marchas já é de segunda geração e tem botões de mudanças manuais na lateral da alavanca. Com o conjunto, o Tracker acelera de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 8 segundos e alcança velocidade máxima de 189 km/h. O consumo urbano é de 6,4 km/l e o rodovíário de 9,2 km/l. A frenagem a 120 km/h é feita em 66 metros e o ruído na mesma velocidade é de 64,8 decibéis. Os números são da revista Quatro Rodas. Comparado ao Ecosport, Duster e Aircross, o Tracker só perde em desempenho e consumo para o Ford, enquanto que tem o melhor ruído e a pior frenagem.
Em breve virá a versão LT, que deve ter o motor 1.6 do Sonic, o mesmo câmbio manual de seis velocidades da linha Chevrolet e menos equipamentos de série. A justificativa oficial da marca foi para testar o mercado, mas podemos deduzir que foi por causa da cota de importação para veículos do México.
Em breve virá a versão LT, que deve ter o motor 1.6 do Sonic, o mesmo câmbio manual de seis velocidades da linha Chevrolet e menos equipamentos de série. A justificativa oficial da marca foi para testar o mercado, mas podemos deduzir que foi por causa da cota de importação para veículos do México.
O projeto do Tracker é mundial, mas ele tem versões específicas para a Europa (onde é chamado de Opel Mokka), Estados Unidos e Canadá (como Buick Encore), com acabamento superior. No México é chamado de Chevrolet Trax e também é vendido na Europa. Para o Brasil e a Argentina, foi aproveitado o nome Tracker, que batizava a antiga geração do Suzuki Grand Vitara com o logotipo Chevrolet, que foi comercializado aqui entre 2001 e 2010. Pelo menos o antigo Tracker era um SUV de verdade porque este novo ainda não vem com tração 4x4 e nem controles de estabilidade e tração, mas vai precisar, porque o Ecosport e o Duster têm e podem continuar tranquilos na liderança do mercado.
Pontos Fortes
+ Estilo
+ Acabamento (montagem)
+ Motor
+ Nível de ruído
Pontos Fracos
- Preço
- Frenagem
- Faltam controle de estabilidade e tração
FICHA TÉCNICA - CHEVROLET TRACKER LTZ
Motores: Quatro cilindros, transversal, flex, 1.796 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv (gasolina) e 44 cv (álcool)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,3 segundos (Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 189 km/h (fabricante)
Consumo: 6,4 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,25/1,78/1,65/2,55 m
Porta-malas: 306 litros
Tanque: 53 litros
Preços: R$ 71.990 (LTZ básico) / R$ 75.490 (LTZ completo)
0 Comentários