Os faróis escamoteáveis já estavam fora de moda nos carros esportivos havia alguns anos. A Ferrari, a Lamborghini e as marcas japonesas já tinham os abandonado. O Chevrolet Corvette não podia ficar cafona.
Por isso, para a sua sexta geração (a C6), o grande esportivo norte-americano rompeu com quatro décadas de tradição e adotou os faróis expostos, que não eram usados desde a linha 1958, a do último face-lift do C1. Desde o C2 Sting Ray, o Corvette tinha faróis que se escondiam no capô e só apareciam quando eram acionados.
Outra quebra de paradigma estético foi a volta da entrada de ar no centro do para-choque, com gradil interno lembrando a primeira geração. Ao redor ficavam os faróis de neblina.
Os principais tinham três refletores dentro de uma lente triangular (formato inédito no modelo). A inspiração foi na Ferrari 360 Modena. As luzes de direção ficavam no para-choque dianteiro. As entradas de ar nos para-lamas laterais continuaram. O vidro traseiro envolvente e o duplo par de lanternas traseiras também. As carrocerias se limitaram ao fastback, targa e conversível, abolindo a hardtop, que só tinha durado um ano na carroceria anterior.
De perfil, o Corvette 2005 ficou muito parecido com o modelo de 1997, mas sua carroceria era totalmente nova, que podia, sim, ser chamada de sexta geração. O C6 era mais curto (4,43m contra 4,56m) e mais estreito (1,84m contra 1,87m) que o C5. No entanto, a distância entre-eixos aumentou (2,68m x 2,65m).
O interior, apesar de confortável, ficou com desenho mais simples, embora muito bem equipado com itens como ar condicionado digital de duas zonas, bancos elétricos, airbags frontais e laterais, som com MP3, GPS e projeção de informações no para-brisa.
O primeiro motor lançado foi o renovado V8, que não era mais o 350 (com 5.7 litros). Passou a ter 6 litros (364 pol), rendendo 400 cavalos e 57,5 kfgm de torque. A aceleração era de 4,2 segundos, mas a velocidade, pela primeira vez, na história do Corvette passava dos 300 km/h (mais precisamente 310 km/h).
No final do ano voltou o Z06, que passou a ter um novo V8 7.0 de 505 cavalos, potência que não era vista desde os anos 60. A sua aceleração era ainda mais rápida: 3,8 segundos e 319 km/h. Quem também voltou em 2008 foi o ZR1, ausente na quinta geração. Por incrível que pareça, o motor V8 era menor, apenas 6.2 litros. Mas a potência era brutalmente recorde: 638 cavalos, para terror das seguradoras. A velocidade passava dos 330 km/h.
Além de mais rápido, o Corvette também vem ficando mais econômico e mais leve. Condição referendada na nova geração, apresentada este ano.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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