Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


Em 2012 realizei 12 comparativos. Média de um por mês, mas não necessariamente um para cada mês do ano. Foram várias categorias, sendo que os dois últimos foram com os mesmos carros com motorização diferente.

Para escolher o melhor de todos os vencedores fiz a conta do aproveitamento, feita pela divisão dos pontos conquistados pelo campeão pelo resultado da multiplicação do ponto máximo pelo número de itens, que são os pontos possíveis. O link para as matérias de cada vencedor está no título. 






O Fiat Palio ganhou nova geração no final de 2011 após 15 anos com a mesma carroceria e muitos face-lifts. Desde então e até agora é vendido nas versões Attractive, com motor Evo 1.0 e 1.4 de 8 válvulas, Essence com motor E-Torq 1.6 16 válvulas (fazendo papel de luxuosa) e Sporting 1.8 16v, também E-TorQ. Estas duas últimas são as mais completas.

Escolhi a Essence, para disputar com modelos que estão entre os hatches mais acessíveis com motores 1.4 ou 1.6 e os premium. Os adversários foram, em ordem de classificação, Nissan March 1.6 16v, JAC J3 1.3 16v, Volkswagen Fox 1.6 8v, Chevrolet Agile 1.4 8v e Renault Sandero 1.6 8v.

O Palio venceu com 49 pontos, quatro a mais que os empatados vice-campeões March e J3. Foram 12 itens, cujo melhor colocado ganhava 6 pontos. Dos 72 possíveis, o Fiat fez 68% de aproveitamento. Ganhou pela regularidade, pois só venceu dois itens (motor e nível de ruído). Se o comparativo contasse apenas os melhores de cada item, com desempate pelas posições abaixo, o vencedor seria o Nissan March, empatado em vitórias com o Fox, que ficaria em segundo, perdendo pelo número de segundos lugares (2x0).

Este critério adotei até 2011, inclusive numa versão antiga deste comparativo em 2010, com Agile, Fiat Punto, Sandero e o vencedor Fox. O confronto é o mais acessado de todos os tempos do Guscar.




O substituto do Renault Mégane já tinha vencido um comparativo com os mesmos três dos seis adversários em 2011. Além do conterrâneo Peugeot 408, do mexicano Volkswagen Jetta e do nacional Toyota Corolla, foram incluídos os estreantes e também brasileiros Honda Civic e Chevrolet Cruze e o Hyundai Elantra, importado diretamente da Coreia do Sul.

E em 2012 venceu de novo. Somou 78 pontos em 91 possíveis (foram 13 itens, com o câmbio contando pontos). Teve 85,7% de aproveitamento. A diferença para o Hyundai Elantra foi de 23 pontos. O Fluence, na versão mais básica Dynamique, também foi o que venceu mais itens: oito (preço, câmbio, desempenho, segurança, conforto, porta-malas, acabamento e espaço interno). Na época havia também a opção Privilegé. Ambas usam motor flex 2.0 16 válvulas. No final do ano foi lançada a versão esportiva GT, com motor turbo a gasolina de 180 cavalos.




A versão esportiva da segunda geração do Ford Ka, lançada em 2008 e levemente modificada em 2011, única com motor 1.6, venceu o comparativo mais polêmico do ano. O único adversário foi o Fiat 500 Cult 1.4. O duelo terminou em 6 a 5 para o Ford, que foi melhor no preço, motor, desempenho, porta-malas, espaço interno e manutenção. O aproveitamento foi de 50%. Já dos cinco comentários, quatro contestaram o resultado. 




O único comparativo frente-a-frente do ano que terminou empatado envolveu dois sedãs de luxo construídos sobre a mesma plataforma, mas de marcas diferentes. Hyundai e Kia são irmãs, entretanto, no Brasil, suas empresas importadoras (CAOA e Gandini) são grande rivais. 

Promovido para desafiar a novíssima geração do Azera, que trocou as linhas caretas e o estilo anos 90 pela escultura fluída da Hyundai no início do ano passado, o duelo contra o irmão de plataforma Kia Cadenza, lançado na metade de 2011 e já levemente reestilizado no exterior, terminou empatado em 5x5. 

O Azera foi o mais barato, mais econômico de combustível, mais seguro, tem porta-malas maior e mais concessionárias para assistência. O Cadenza foi melhor na potência do motor, desempenho, nível de ruído, acabamento e equipamentos de série. Como os dois ficaram iguais no estilo (cada um com o seu conceito) e espaço interno, o aproveitamento de ambos ficou em menos de 50% (41,6%). 


Utilitários esportivos Compactos 1 - Renault Duster 



Antes da revanche contra o arquirrival Ford Ecosport, o Renault Duster duelou contra o conterrâneo Citroën Aircross, que ainda não tinha sido desafiado desde que foi lançado em 2010. 

E depois de ter vencido a antiga geração do pioneiro utilitário esportivo compacto, o Duster também venceu o Aircross por 6 a 4. O modelo projetado pela romena Dacia foi superior no preço, motor, segurança, porta-malas, manutenção e espaço interno. O Aircross só ganhou em conforto, estilo, acabamento e equipamentos de série. O aproveitamento do Duster Dynamique 1.6 16v foi de 50%. O Duster também tem motor 2.0 e opção de câmbio automático e tração 4x4. Os dois últimos não são oferecidos juntos.


Sedãs Compactos Premium - Fiat Grand Siena Essence 1.6 16v


A versão três volumes da nova geração do Palio cresceu para enfrentar concorrentes maiores do que ele, como Nissan Versa e Chevrolet Cobalt. Mas a versão top de linha Essence 1.6 16v tinha tudo para enfrentar sedãs mais caros, mas compactos como ele. E assim o Grand Siena (como passou a ser chamado) enfrentou o Chevrolet Sonic, o Ford New Fiesta, o Honda City e até o então recém-lançado chinês JAC J5, que deveria estar na faixa dos médios, mas é tão barato (e fraco) que entrou no comparativo.

E o Grand Siena venceu. Mas por apenas um ponto em relação ao City, o segundo colocado, e três a mais que o New Fiesta, o terceiro lugar. Se fosse apenas pelas vitórias venceria com mais folga. O Fiat ganhou cinco itens, especialmente preço e equipamentos (mesmo equipado com os muitos opcionais ainda foi o mais barato), além do nível de ruído, porta-malas e manutenção. Seu aproveitamento foi de 66%.


Minivans Médias - JAC J6 Diamond 2.0 16v



Uma das muitas novidades da Chevrolet em 2012 foi a minivan Spin, em versões de cinco (LT) e sete lugares (LTZ). Desafiei esta última contra as suas duas maiores rivais: a chinesa JAC J6, lançada em 2011, e a veterana Nissan Grand Livina, também com sete lugares e que está no mercado desde 2009.

A Spin ficou apenas em terceiro lugar, com 23 pontos. A vencedora foi a J6, com 27 pontos, apenas um ponto a mais que a segunda colocada, a Grand Livina. Tanto que as duas empataram em número de vitória. A JAC se destacou em estilo, porta-malas, motor (2.0 16v de 136 cv), consumo e frenagem. O aproveitamento da chinesa foi de 75%.


Hatches Médios - Chevrolet Cruze Sport6 LT 1.8 16v


Já o Cruze Sport6, nome oficial brasileiro da versão hatch do médio mundial da General Motors por causa das suas seis marchas, sejam manuais ou automáticas, se saiu muito bem no comparativo contra os seus dois únicos rivais modernos. Ganhou 30 dos 39 pontos possíveis em 13 itens (o câmbio entrou na conta), mas superou o Peugeot 308 (que será reestilizado este ano na Europa) por apenas dois pontos. O bom Fiat Bravo, mais antigo do trio, ficou em terceiro, com 26 pontos.

Com 77% de aproveitamento, o Cruze Sport6 foi o melhor no câmbio, porta-malas, estilo, acabamento e espaço interno.

Vendido em duas versões, LT (R$ 60.980) e LTZ (R$ 75.465), o Cruze Sport não foi o melhor apenas do comparativo. Ele já foi o hatch médio mais vendido de novembro, com 1.824 unidades, ultrapassando o então líder Ford Focus (1.776) e o 308 (1.335).


Sedãs Compactos - Nissan Versa 


Melhor sedã compacto premium do blog em 2012, o Fiat Grand Siena disputou com os seus verdadeiros concorrentes mais baratos. Por isso foi representado pela versão Attractive, com motor 1.4, e... perdeu. Ficou em quarto, à frente apenas do Cobalt de mesma cilindrada.

O vencedor foi o Nissan Versa 1.6 16v, que somou 47 de 60 possíveis, obtendo 78% de aproveitamento e ficando a nove pontos do estreante Toyota Etios 1.5. O Volkswagen Voyage 1.6 ficou em terceiro.

O japonês fabricado no México venceu 7 dos 12 itens. Foi o melhor no preço, motor, desempenho, estilo, acabamento, espaço interno e equipamentos de série. Pena que a sua origem pode atrapalhar as suas vendas.

É que no ano passado o Brasil se sentiu prejudicado pelo grande volume de importação de carros mexicanos, o que estava interferindo na balança comercial. O governo negociou com o país latino-americano e estabeleceu um regime de cotas. O problema é exatamente este: a cota anual já estourou e o Versa, assim como o irmão hatch March, ficou em falta no final do ano. A esperança é que comece a ser fabricado logo na nova fábrica de Resende, aqui no estado do Rio de Janeiro.

Utilitários esportivos Compactos 2 - Ford Ecosport Freestyle 1.6 16v




A alegria do Renault Duster, que conseguiu duas vitórias em comparativos, só durou quatro meses. Em outubro chegou ao mercado, finalmente, a segunda geração do Ford Ecosport e aconteceu o tão esperado revanche do duelo de 2011.

O Ecosport simplesmente devolveu o placar de 7 a 3 pelo qual tinha perdido para o rival. Com 58% de aproveitamento foi superior no desempenho, no consumo, frenagem, estilo, acabamento, manutenção e equipamentos de série. Só perdeu no preço, no porta-malas e no espaço interno. Os dois pequenos utilitários empataram no motor e no nível de ruído.

No final do ano, o novo Ecosport enfim ganhou a tração integral 4WD, exclusiva da Freestyle com motor 2.0 e ao preço de R$ 66.090. Outra novidade que chegou depois foi o câmbio automatizado Powershift, que se diferencia das outras marcas nacionais por ser o primeiro modelo fabricado no país com dupla embreagem. Com seis marchas e três modos de funcionamento, também é exclusivo do motor 2.0, mas nas versões SE (R$ 63.390) e Titanium (R$ 70.890). A Free ficou com a tração 4x4. Em compensação a Titanium ganhou motor 1.6 por R$ 63.990. O Ecosport de segunda geração mais barato é o S, que custa R$ 53.490.


Hatches Compactos 1.0 - Chevrolet Onix LT



Para aproveitar a chegada de três novos hatches compactos em 2012, encerrei o ano comparando cinco modelos em duas versões de motorização diferentes. Coloquei à prova os novatos Hyundai HB20, Toyota Etios e Chevrolet Onix contra os líderes de mercado Volkswagen Gol e Fiat Palio.

Primeiro comparei as versões 1.0, com exceção do Etios, que só existe a partir de 1.3. O japonês fabricado em Sorocaba até que se saiu bem, ficando em terceiro lugar. Mas o grande vencedor da primeira parte do comparativo foi o Chevrolet Onix.

O herdeiro do Corsa derrotou o HB20, fabricado em Piracicaba por três pontos de vantagem. Somou 44 de 60 pontos possíveis, com aproveitamento de 73%. Curiosamente, se o critério fosse o número de vitórias, o Onix trocaria de posição com o tão criticado Etios. O Chevrolet só foi melhor no nível de ruído e na lista de equipamentos de série. Entre os opcionais está o atraente sistema multimídia MyLink, com tela no centro do painel controlado por toque. O Onix 1.0 também é vendido na versão LS, por R$ 29.990. O LT completo sai por R$ 34.990.

Hatches Compactos a partir de 1.4 - Hyundai HB20 Premium 1.6 16v




O Hyundai HB20 chegou querendo abalar o mercado de hatches compactos. Que o seu acabamento interno, inclusive da versão 1.0, está acima da média, não podemos negar. Mas só a versão 1.6 conseguiu vencer o comparativo e derrotar o Chevrolet Onix e Palio 1.4, o Gol 1.6 e o Etios 1.5.

Se a versão 1.0 ficou a três pontos do arquirrival, o HB20 1.6 passeou e somou 50 pontos, 11 à frente do Onix, o segundo colocado. Conquistou oito (mesmo número de vitórias do Renault Fluence entre os sedãs médios) itens: motor (128 cavalos com álcool), desempenho, frenagem, nível de ruído, porta-malas, estilo, acabamento e equipamentos de série. O aproveitamento de pontos foi de 83%, o segundo melhor do ano.

O HB20 1.6 está disponível em quatro versões: Comfort (R$ 36.995), Comfort Plus (R$ 38.995), Comfort Style (R$ 42.995) e Premium (R$ 44.995). As duas últimas podem ter câmbio automático, por R$ 45.995 e R$ 47.995, respectivamente.


O Campeão dos Campeões de Comparativos Guscar 2012 

Renault Fluence, com 85,7% dos pontos. 

2º Lugar - Hyundai HB20 - 83%
3º Lugar - Nissan Versa - 78%
4º Lugar - Chevrolet Cruze Sport6 - 77%
5º Lugar - JAC J6 - 75%