Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação


O futuro sempre esteve presente na Citroën. Não estou fazendo propaganda. Falo do estilo incomum e futurista de vários carros da marca francesa, como os clássicos 2CV e Ami6, o recém-finado C6, o XM, o BX, CX e o DS.

E veio deste último, fabricado entre 1955 e 1975, a inspiração para uma linha de modelos exclusivos e sofisticados que começou com o compacto DS3 (que chegou ao Brasil no ano passado) e o médio-grande DS5, que furou a fila da imigração, passou na frente do médio DS4 (que chega em março) e já está à venda em nosso país desde dezembro custando R$ 124.900.

Com 4,53m de comprimento, 1,87m de largura e 1,51m de altura, o DS5 é mais um Citroën de estilo vanguardista no mercado. Derivado do conceito C-Sportlounge, apresentado no Salão de Frankfurt de 2005, suas linhas estão entre um cupê e uma perua, mas a marca garante que ele é um crossover. A intenção é ser um sedã de luxo.


Na sua carroceria se destaca um par de apliques cromados, um em cada lado, incrustado do farol à coluna do quebra-vento, como se fosse uma espada. No para-choque dianteiro chama atenção um outro par: o de sulcos em formato de colchete abrangendo as luzes de direção e de neblina. O conjunto grade-entrada de ar é característico da marca, assim como os faróis e lanternas traseiras em formato de trapézio e bumerangue, respectivamente. A linha de cintura é em degrau, como no C4 Picasso. Por fim, apesar de estreita nas laterais e na traseira (prejudicando um pouco a visibilidade nas manobras), a área envidraçada é ampla no para-brisa e no teto-solar fixo, o que dá a personalidade ao modelo, que tem a plataforma estendida do Peugeot 3008 e não do C5, como sugere o nome.


O interior é mesmo digno do luxo que propõe. Tem acabamento caprichado, com muito material macio ao toque e bancos com costura interna simulando pulseira de relógio, revestidos de couro natural, extraído de gado bem tratado, tal como as portas. Os detalhes cromados são de aço verdadeiro. Os bancos dianteiros tem aquecimento, massageador (só para o motorista) e ajustes elétricos (também somente o do condutor tem memória). O ar condicionado é digital de duas zonas com saída para os bancos traseiros e o volante tem regulagem manual de altura e alcance, mas poderia ser elétrico. O toque de classe é dado pelo relógio analógico vertical no painel.


Este, aliás, tem desenho envolvente, com tela do sistema multimídia sensível ao toque e seu comando giratório no grande console no assoalho. Há outro no teto, dando um perfil aeronáutico ao DS5 (tem até as luzes de aviso de uso de cinto de segurança), tal como o Head Up display, ou seja, a tela transparente retrátil que recebe a projeção da velocidade e de setas do navegador. 



O gabinete de instrumentos dividiu a cortina do teto de vidro em duas, dando independência de fechamento para motorista e passageiro. Os que vão atrás também podem fechar o teto com a sua lona. Para estes, no entanto, o espaço é um pouco apertado, mesmo com 2,72m de distância entre-eixos. Pelo menos o piso é plano. Todos têm direito a cinto de segurança de 3 pontos (com limitador de esforço) e apoio de cabeça. O porta-malas de 468 litros também é pequeno para o tamanho do carro.



Entre os outros equipamentos se destacam direção hidráulica, som premium com CD-Player, MP3 e entradas USB, navegador por GPS, câmera de ré e faróis de bixenônio direcionais com lavadores e acendimento automático, mesmo modo do limpador do para-brisa e o controlador de velocidade. As rodas podem ser de 17 ou 18 polegadas, mas esta última é uma cortesia e não aumenta o preço do carro. 

Os passageiros do DS5 vão bem protegidos com seis airbags, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuição da força de frenagem), controles de tração e estabilidade, sistema Isofix nos bancos traseiros para cadeirinhas de criança, freio de estacionamento comandado por botão e assistente de partida em aclive. Uma segurança cinco estrelas, de acordo com o Euro NCAP. Mas a frenagem a 80 km/h em 28,1 metros, segundo a revista Quatro Rodas, poderia ser melhor. 

O DS5 é mais um a receber o motor THP 1.6 turbo de injeção direta e 165 cavalos que já equipa o DS3 e os Peugeot 308, 408, 508, 3008, RCZ, Mini Cooper S e BMW Série 1. Além de já banalizado, o bloco ficou fraco para os quase 1.500 kg da perua-cupê. 


Acionado por botão no painel, o propulsor leva o modelo a acelerar de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos, também pela Quatro Rodas. A velocidade final divulgada pela Citroën é de 211 km/h. O câmbio automático sequencial de seis marchas, de mudanças rápidas, ajuda para obter uma retomada de 80 e 120 km/h em 7,2 segundos. O consumo de 8,9 km/l na cidade e 12,5 km/l de gasolina compensa o uso do motor compacto e de grande escala. Também muito agradável é o nível de ruído a 80 km/h em 55,2 decibéis, graças ao acabamento bem montado e isolado acusticamente que eu citei lá em cima. 


Mesmo ocupando o lugar do sedã C5, que deixou de ser importado após 11 anos e duas gerações, e tendo 3 anos de garantia com revisões por preços fixos, o Citroën DS5 será um carro de imagem, que a sua marca espera vender 500 unidades. 

O DS5 é ideal para quem procura conforto, um acabamento de ótima qualidade, ampla visibilidade, visual arrojado e também quer dar uma força às velhas peruas. 


Pontos Fortes 
+ Estilo
+ Acabamento 
+ Visibilidade dianteira e superior
+ Ruído
+ Segurança

Pontos Fracos 
- Motor
- Desempenho
- Falta de uma regulagem elétrica no volante

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência: 165 cv 
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos (Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 211 km/h
Consumo Médio: 8,9 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,53/1,87/1,51/2,73 m
Porta-malas: 468 litros
Tanque: 60 litros
Preço: R$ 124.900