Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação

Mais uma seção do Guscar que volta renomeada: Importados de Ontem agora se chama "Lembra de mim?". A pré-estreia foi com o Peugeot 405. No regresso, o cupê Mazda MX3. 


Este cupê 2+2 japonês de 4,42m de comprimento foi fabricado entre 1991 e 1998, chegando oficialmente ao Brasil dois anos depois do lançamento mundial. Construído sobre a plataforma do sedã Protegé (323 na Europa), o Mazda MX3 chamava atenção pelas suas linhas arredondadas, com a tampa do porta-malas horizontal de vidro envolvente. Completavam o visual futurista para a época os pequenos faróis em gota - bem afastados pelo capô com finíssima grade elíptica -, as lanternas horizontais e o aerofólio traseiro. 

A mesma plataforma e o nome parecido fizeram o MX3 ser confundido como a versão fechada do roadster MX5, popularmente conhecido como Miata. O próprio MX3 também tinha outros nomes no exterior, como Precidia, Eunos e Autozam AZ3. E se o MX5 era apontado como a versão japonesa do Lotus Elan, o MX3 lembrava o alemão Porsche 928 (1978-1995). 


O MX3 não era só um carrinho bonito. Por dentro, tinha painel envolvente, com saídas de ar inclinadas e acabamento caprichado (mas só a partir de 1995, pois o painel original era simples). O habitáculo comportava bem dois passageiros na frente. Porém, atrás, só oferecia conforto para duas crianças ou baixinhos. O porta-malas tinha razoáveis 231 litros. Era bem equipado com ar condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, coluna de direção regulável, rádio toca-fitas (embora já existisse CD em carros na época) e freios ABS.



As opções de motorização eram duas e ambas vieram para o nosso país: uma de quatro cilindros 1.6 16 válvulas e outra de seis cilindros de apenas 1.8 litro e 24 válvulas, o menor V6 do mundo fabricado em série. A 1.6 começou com comando único de válvulas e rendia 88 cavalos. A partir de 1995 ganhou o duplo comando e a potência subiu para 108 cv. A V6, chamada de GS, tinha 130 cavalos e só foi importada entre 1994 e 1995. A 1.6 durou todo o ciclo. O câmbio podia ser manual de cinco marchas ou automático de quatro (pouco importado por aqui). A tração era dianteira. Por causa do seu perfil esportivo e até pela insatisfação com o desempenho insuficiente, o MX3 se tornou um dos modelos mais "tunados" do mundo. 

Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o MX3 1.6 16v é cotado de R$ 8.679 a R$ 16.916. O GS V6 vale R$ 14.384 (1994) e R$ 19.517 (1995).  No mercado brasileiro, o MX3 sofreu com a manutenção cara, por causa do alto preço das suas peças, que ainda eram difíceis de ser importadas. A situação piorou quando a Mazda deixou o Brasil em 2000 e nunca mais voltou. Muitos MX3 foram abandonados. Mas, ao mesmo tempo, as peças duravam muito. Ou seja, o MX3 era bem resistente, mas quando enguiçava...  




FICHA TÉCNICA - MAZDA MX3 1.6 16v 

Motor: Quatro cilindros, transversal, gasolina, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência: 88 cv (comando simples de válvulas) e 108 cv (comando duplo)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,48 segundos (Revista Quatro Rodas, simples) e 10 segundos (duplo)
Velocidade máxima: 174 e 185 km/h (idem)
Consumo: 9,12 km/litro na cidade e 12,52 km/l na estrada (Quatro Rodas) / 9 e 12 km/l
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,42/1,69/1,31/2,45m
Porta-malas: 231 litros
Tanque: 50 litros
Cotação: ver acima

FICHA TÉCNICA - MAZDA MX3 GS V6 1.8 

Motor: Seis cilindros em V, transversal, gasolina, 1.845 cm³, 24 válvulas
Potência: 130 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8 segundos
Velocidade máxima: 203 km/h
Consumo: 8 km/litro na cidade e 10 km/l na estrada