Texto: Gustavo do Carmo
Fotos: Divulgação
Para divulgar a atual geração do Nissan Sentra no Brasil, em 2007, foi criada uma banda fictícia de músicos de meia idade que cantava no refrão "Não tem cara de tiozão, mas acelerou meu coração." De fato, o Sentra ainda tem um estilo bem arrojado, mas que o tempo tratou de transformá-lo em carro de tiozão.
O novo Sentra, apresentado há algumas semanas e que começou a ser fabricado no México esta semana, vai fazer o jingle cair rapidamente no esquecimento. Apesar de moderno e atraente, o sedã médio adotou um perfil bem conservador. No lugar dos faróis verticais, da grade pequena, teto alto, traseira curta e lanternas verticais com lentes prateadas, entraram em cena faróis triangulares, grade ampla e recortada, teto arredondado, traseira longa e lanternas horizontais vermelhas. O interior também ficou mais sóbrio, mas melhorou nas formas e no acabamento.
Outra compensação no novo perfil está no aumento de tamanho (comprimento de 4,62m (+6 cm) e distância entre-eixos de 2,70m (+2cm)), que melhorou o espaço, prometendo superar até o Honda Civic.
Os faróis e lanternas agora têm LEDs. Entre os equipamentos opcionais do mercado norte-americano (México incluído) se destacam acesso sem chave, controle de cruzeiro, volante com controles de áudio, conexão USB/iPod, monitoramento de pressão dos pneus, ar condicionado automático dual zone, sistema de áudio com tela de 4,3 polegadas, teto solar, sistema de navegação, multimídia NissanConnectSM, e bancos em couro. Haverá uma versão esportiva, chamada SR, com aerofólio, spoiler e rodas de liga-leve de 17 polegadas.
A nova geração do Sentra terá motor 1.8 de 132 cavalos. Pouco, para quem tem concorrentes com motor de mesma cilindrada rendendo 144 cavalos. O próprio modelo atual vendido no Brasil tem bloco 2.0 16 válvulas bicombustível de 143 cavalos. As opções de câmbio continuam sendo o manual de seis marchas e o automático continuamente variável (CVT). Outra tropeçada é a oferta dos freios a disco traseiros somente como opcionais.
O novo Sentra já é conhecido na Ásia desde o início do ano. Foi apresentado na China com o nome Sylphy. Aqui no Brasil chega somente no início do ano que vem, importado da planta mexicana de Aguascalientes. O que já é uma boa notícia. A cota de 120 mil veículos para veículos vindo do México, estabelecida no acordo bilateral no início do ano com o país latino-americano, já estourou. Para não pagar imposto de importação e aumentar o preço, o estoque será reposto só no ano que vem, quando a cota recomeça. E já tem carro mexicano faltando no mercado, dominado por eles. O tiozão vai demorar um pouquinho, mas vem.
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