TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTAS QUATRO RODAS E CARRO (HONDA CIVIC)


O segmento de sedãs médios ganhou novidades entre o final do ano passado e março deste ano, como o Citroën C4 Lounge e as reestilizações do Ford Focus, Nissan Sentra e do Toyota Corolla. Mas faltava a renovação do líder para completar a formação de um novo comparativo, que não é feito desde 2012.

E o tão esperado face-lift do Honda Civic acabou decepcionando. Não só no desempenho na comparação como também no próprio resultado estético. O japonês mudou apenas a grade (que agora é em arco invertido cromado e com tela de colmeia), as rodas de liga-leve e a cor do painel interno. E só. Esperava-se que a traseira, poluída pelo discutível olho de gato, viesse também totalmente renovada como nos Estados Unidos. Nada.

E pensar que eu já elogiei a Honda por atualizar rapidamente os seus carros no Brasil. Não adianta elogiar! Parece até que o Civic chegou atrasado para um encontro, vestido apenas com a camisa, o paletó, gravata e... uma bermuda.

O Civic enfrentou os quatro modelos citados lá em cima e mais o Chevrolet Cruze, que foi renovado na China e está se despedindo, com esta carroceria, dos comparativos do Guscar. Todos foram analisados nas respectivas versões top (o Civic na intermediária) e com câmbio automático (seja convencional, CVT ou automatizado). O C4 Lounge tem motor turbo 1.6 e o Cruze é 1.8. Os demais são 2.0. O Renault Fluence, vencedor dos dois últimos confrontos, ficou de fora porque aguarda o seu face-lift.

A conclusão é que os três líderes do mercado, inclusive o novíssimo Corolla, ficaram para trás, o que me bate uma dúvida: os comparativos servem para alguma coisa ou é o brasileiro que compra mal?


6º Toyota Corolla Altis 2.0 16v



A quinta geração do Corolla vendido no Brasil foi lançada em março e desde então fiquei ansioso para compará-lo com os seus rivais, especialmente o Civic. A decepção no estilo foi bem menor que a do Honda, mas eu esperava linhas mais ousadas na traseira. A frente até agradou e a lateral ficou muito parecida com a do Citroën Lounge.

A frustração maior foi saber que ele ficou em último no comparativo. Ele só venceu no câmbio, que é CVT (ainda assim divide a honra com o Nissan Sentra) e ficou em último na frenagem, na rede de concessionárias (assistência) e no preço, que nem tem uma boa lista de equipamentos para compensar.

Bons Resultados

O câmbio automático do Toyota Corolla é continuamente variável, de sete marchas (CVT) como o do Nissan Sentra e com ele divide a única vitória que obteve no comparativo.

Nos dois itens relacionados ao espaço, o Toyota mostrou ser bom, mas não o melhor. Ficou em segundo na folga para os passageiros do banco de trás (graças ao assoalho agora quase plano) e no porta-malas de 470 litros.


Medianos

O novo estilo é atraente na frente, com a grade curvada que parece invadir os faróis. Mas ficou muito conservador na traseira. Por isso, coloquei-o atrás do Focus e do Civic, que ainda é moderno sem perder a originalidade. 

E com o velho rival japonês o Corolla empatou em terceiro lugar no desempenho. Ficou na mesma posição na retomada entre 80 e 120 km/h em 6,5 segundos enquanto o Civic obteve esta colocação na aceleração de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos. Trocando as provas, ambos ficaram em quarto. O Toyota com 10 segundos na arrancada. Os números do Corolla são da revista Quatro Rodas enquanto o Civic foi testado pela Carro.  

O motor 2.0 Flex Dual VVTi é o mesmo da geração passada, mas ganhou um cavalo. Agora rende entre 143 (gasolina) e 154 (álcool) cv. Ficou em quarto lugar, com um cavalo menos que o rival Civic com álcool e bem distante dos 178 cv do mais potente, o Ford Focus. 

A lista de equipamentos de série da versão topo de linha, Altis, aqui considerada, também é razoável. Ficaria melhor colocada se tivesse controles de tração e estabilidade e sensor de estacionamento traseiro. Ficaria em segundo e com os pontos pularia para o quarto lugar geral. Mas ficou em quarto, atrás do Chevrolet Cruze, que tem os tais equipamentos, embora não tenha airbag para os joelhos e nem banco do motorista com ajustes elétricos. 

O Corolla Altis tem ar condicionado digital, computador de bordo, acionamento dos vidros elétricos por um toque nas quatro portas, bancos em couro, bancos traseiros bipartidos (60/40) com descanso de braço central e porta-copos, controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático), retrovisor interno eletrocrômico, sistema Multimídia, com funções do áudio, navegação, câmera de ré, conexões USB para iPod e similares, dispositivo Bluetooth, DVD e TV Digital, luzes auxiliares em LED, sistema smart entry, sistema de partida sem chave tipo Start Button, ajuste elétrico para o banco do motorista, retrovisores externos eletrorretráteis, acendimento automático dos faróis e os sete airbags (frontais, laterais, cortina e joelho para o motorista).



Resultados Ruins 

Além de dever os reclamados itens, o Corolla conseguiu ser o mais caro dos seis aqui "presentes". Custa R$ 93.730 na versão top (até o fechamento deste post). Quase o mesmo preço de um A3 Sedan básico. O consolo é que se comparado ao modelo premium, o Corolla tem mais equipamentos. 

Mesmo com mais de vinte anos de atuação no Brasil, brigando pela liderança do mercado e com bom atendimento no pós-venda, a Toyota ainda disponibiliza poucas concessionárias para o Corolla. São apenas 141 postos.

O único item em que o Corolla teve culpa pelo pior resultado foi na frenagem de 31,3 metros a 80 km/h, segundo a Quatro Rodas. 

O consumo com álcool de 7,6 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada e o ruído de 61,3 decibéis também a 80 km/h, também medidos pela Quatro Rodas, também não foram bem, mas não ficaram em último. 

O acabamento com muito plástico duro e painel estilo anos 80 ficou empatado com o Honda Civic entre os piores.   

Outras versões

O novo Corolla também é vendido nas versões GLi, com motor 1.8, que custa R$ 67.810 com câmbio manual e R$ 69.990 com o CVT. O XEi 2.0 sai por R$ 81.480.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.986 cm³, 16 válvulas
Potência: 143 cv (gasolina) e 154 cv (álcool)
Torque: 19,8 kgfm (G) e 20,7 kgfm (A)  
Câmbio: CVT (continuamente variável) de sete marchas 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 7,6 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,62/1,78/1,48/2,70m
Porta-malas: 470 litros
Tanque: 60 litros
Preço:  R$ 93.730 


4º Chevrolet Cruze LTZ 1.8 16v 



Não. Eu não digitei o número errado. O Cruze, em seu último comparativo no Guscar com a atual carroceria, já que foi reestilizado na China, ficou mesmo em quarto lugar. Apresentei o Chevrolet primeiro por ele ter menos "quartos lugares" que o Honda Civic (1x2), mas a posição foi tão insignificante que eu decretei empate. 

O quarto lugar foi um resultado heróico para o Cruze, mas é bom que a Chevrolet decida logo lançar a nova geração chinesa por aqui. Senão, ele vai perder mercado. 


Bons Resultados 

Se a menor rede de concessionárias foi um dos itens que tirou pontos preciosos do Corolla acima, no Cruze foi exatamente o contrário. Foi a sua única vitória. A Chevrolet tem 600 pontos de venda. Outro bom resultado do Cruze, só que na segunda colocação, foi no nível de ruído de 58,5 decibéis a 80 km/h.


Medianos 

Foram muitos. Começando pelo acabamento com muito revestimento macio e cromados, mas também muito plástico duro. O porta-malas é de 450 litros, mesma capacidade do Citroën C4 Lounge, mas ambos menores que o do Nissan Sentra e o Toyota Corolla. O câmbio automático de seis marchas também empatou com o modelo francês. E novamente perdem para o CVT dos mesmos japoneses. A lista de equipamentos de série voltou a ficar atrás do C4, mas quem ganhou este item foi o Ford Focus. 

Na versão completa LTZ o Cruze tem ar condicionado digital, direção elétrica progressiva, airbags frontais, laterais e de cortina, controles eletrônicos de estabilidade e tração, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, sensores de faróis e chuva, piloto automático, sensor de presença nas portas, botão de partida, som com 6 alto-falantes premium, rádio, CD Player, MP3, Bluetooth e entradas USB, sistema multimídia MyLink com GPS, câmera de ré, leitor de fotos e comandos por voz para o navegador, o telefone e o som, bancos em couro, volante multifuncional revestido de couro, fixador de cadeirinhas infantis ISOFIX, entre outros. O preço de R$ 85.996 (até o fechamento do post) é razoável e é o tal único quarto lugar que fez com que o Cruze fosse apresentado antes do Civic.


Resultados Ruins

O motor Ecotec 1.8 tem menor cilindrada, mas não é por dowsizing. Com apenas dezesseis válvulas já sente o peso da idade mesmo. Tem a mesma potência com gasolina (140 cv) que o Sentra, mas supera o Nissan porque rende 144 cv com álcool enquanto o japonês rende os mesmos 140 cv. Fica em penúltimo. 

O desempenho sentiu a fraqueza do motor: acelera de 0 a 100 km/h em 11,6 segundos e é o mais lento dos seis, mas empata no item também com o Sentra porque este é o menos ágil na retomada entre 80 e 120 km/h. A marca do Cruze foi de 8,5 segundos. Os dois quando não ficaram em último nas duas provas de desempenho, ficaram em penúltimo. A frenagem de 28,8 metros a 80 km/h só é melhor que a do Corolla. Já o espaço interno também sente o peso dos anos da plataforma do Cruze, mas supera o Focus. 

No consumo não teve jeito. Ficou em último com médias de 6,7 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada com álcool. Vale lembrar que os dados de desempenho, consumo, frenagem e ruído são da revista Quatro Rodas. 

Por fim, o estilo. O Cruze não é feio. Ainda desperta emoções. Mas já tem seis anos de vida na Coreia do Sul e três no Brasil. Além disso, já foi modificado na China. Tá na hora de mudar. E não basta receber o modesto face-lift do mercado norte-americano. Perdeu pelo cansaço. 

Outra versão 

Abaixo da LTZ, o Cruze só tem a LT, que sai por R$ 72.196 com câmbio manual e R$ 75.796 com transmissão automática.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.796 cm³, 16 válvulas
Potência: 140 cv (gasolina) e 144 cv (álcool)
Torque: 17,9 kgfm (G) e 18,9 kgfm (A)  
Câmbio: automático de seis marchas 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,6 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 204 km/h (fabricante)
Consumo: 6,7 km/l na cidade e 9,1 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,60/1,79/1,48/2,69m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 60 litros
Preço:  R$ 85.996 


4º Honda Civic LXR 2.0 i-VTEC



Da decepção com o face-lift do líder de vendas do segmento (ainda está à frente do Corolla no ranking anual) já foi falada. Mas falo de novo. Esperava-se uma nova traseira e o revestimento em couro na parte superior do painel. Porém, foram mantidas as mesmas lanternas com o poluído refletor, o interior só foi pintado parcialmente de preto e as rodas agora têm acabamento diamantado e são de 17 polegadas.

Pelo menos, ele melhorou em relação ao comparativo de 2012. Tinha ficado em último, com sete concorrentes, e agora ficou em quarto, com seis, empatado com o Chevrolet Cruze. Tudo bem que naquela época ele ainda não tinha o motor 2.0 que tem hoje (estava somente com o 1.8, que também foi melhorado nesta nova linha com novo sistema de partida a frio). Mas ainda é um resultado aquém da sua performance no mercado e na satisfação dos seus proprietários.  

Bons Resultados

O Civic foi melhor que os seus concorrentes apenas no preço de R$ 74.900. Só que este valor é da versão intermediária LXR, que tem poucos equipamentos que o deixaram em último neste item. A EXR chega somente em outubro, quando, então, dará para ter uma avaliação real da sua relação custo-benefício. 

O outro bom resultado foi no estilo, mesmo com as críticas ao face-lift. O Civic ainda chama atenção pela sua modernidade. E se tivesse mudado a traseira talvez poderia ter ultrapassado o Focus, que já passou por um face-lift lá fora, mas tem um visual mais moderno que o do Honda. Quem sabe a EXR não traga a novidade? Melhor não sonhar...

Medianos 

Com exceção da rede de 191 concessionárias da Honda, a terceira melhor, os resultados médio-superiores do Civic estão associados ao motor 2.0 i-VTEC Flex Start. Seus 150/155 cv de potência só ficaram atrás do 2.0 de injeção direta do Focus e do 1.6 THP do C4 Lounge. 

No desempenho foi a mesma coisa. E o Civic ainda ficou empatado com o arquirrival Toyota Corolla. Ambos trocaram terceiras e quartas colocações na aceleração de 0 a 100 km/h e retomada entre 80 e 120 km/h. O Honda cumpriu as provas, respectivamente em 9,9 e 7 segundos. A soma do consumo em cidade (6,2 km/l) e estrada (12 km/l) deu 18,2 km/l e ficou apenas um décimo melhor que a do Nissan Sentra. 

Em uma posição abaixo ficaram a frenagem a 80 km/h em 27,9 metros e o espaço interno, bom sem o túnel no assoalho, mas superado pelo Lounge, o Corolla e o Sentra.


Resultados Ruins 

A reestilização de 2012 aumentou o porta-malas do Civic que tinha apenas 390 litros. Agora tem 449, mas ainda é inferior à maioria dos rivais. Só o Focus é menor que ele. O acabamento também é simples para um carro da sua faixa de preço. A linha 2015 só mudou a cor da parte superior do painel, que continua com plástico duro. Divide a penúltima colocação com o Corolla. 

O pior resultado de teste do Civic foi no nível de ruído de 62,9 decibéis a 80 km/h. Já os outros dois pontos fracos foram culpa da Honda: o câmbio automático de apenas cinco marchas (embora tenha borboletas para trocas manuais no volante) e a lista de equipamentos da versão intermediária LXR porque a EXR ainda não está pronta. Ela tem ar condicionado digital, sistema multimídia de apenas 5 polegadas na parte superior do painel com computador de bordo, sistema de som e câmera de ré. Também estão na lista revestimento em couro dos bancos, piloto automático com controle no volante (que também controla o som), sensor de faróis e airbags frontais.

Os dados de teste do Civic são da revista Carro porque a Quatro Rodas ainda não testou a nova linha na sua última edição. Ela deve fazer um comparativo para agosto, mas já é tarde. O Guscar já comparou antes. 

Outras versões 

Por enquanto, além da LXR, o Civic tem a LXS, que custa R$ 65.890 com câmbio manual e R$ 68.890 com o automático. Em outubro chegará a EXR e no início do ano que vem, a esportiva Si com apenas duas portas.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, 1.998 cm³, 16 válvulas
Potência: 150 cv (gasolina) e 155 cv (álcool)
Torque: 19,3 kgfm (G) e 19,5 kgfm (A)  
Câmbio: automático de cinco marchas 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,9 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 6,2 km/l na cidade e 12 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,53/1,76/1,45/2,69m
Porta-malas: 449 litros
Tanque: 57 litros
Preço:  R$ 74.900  


3º Nissan Sentra SL 2.0 Flex



O Sentra, único dos carros deste comparativo fabricado no México e um dos três fora do Brasil, melhorou mais pelo novo padrão de qualidade da Nissan do que pela adoção do estilo "tiozão" da sua linha, totalmente rejeitado na geração anterior. Ficou em terceiro, atrás dos argentinos Citroën C4 Longe e Ford Focus. 

Bons Resultados 

O Sentra foi o primeiro dos seis carros a vencer três ou mais itens no comparativo. Começando pela transmissão CVT, continuamente variável, mesmo sistema usado no Toyota Corolla. Já na frenagem de 25,1 metros a 80 km/h o japonês do grupo Renault reinou sozinho. Mas o destaque, mesmo, vai para o porta-malas de 503 litros, que rompeu a barreira dos 500 para os sedãs médios.

O preço de R$ 75.490 da versão top SL seria um bom resultado. Se ele tivesse tantos equipamentos de segurança como os rivais. É mais caro que o Civic, mas é mais equipado. Proporcionalmente não é muito bom no custo-benefício. Mais detalhes lá embaixo.

Medianos 

Dos resultados medianos o Sentra só ficou em terceiro lugar no espaço interno, que é um dos frutos da nova qualidade da Nissan. Versa e Altima também são bem espaçosos. Mas ainda assim ficou atrás do C4 Lounge e do Corolla. 

Nos demais quesitos ele ficou sempre em quarto: começando pelo acabamento, melhorou em relação ao antigo, mas tem aparência muito simples. Outros "quartos" foram a rede de 166 concessionárias da Nissan, no consumo de 7,6 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada e no ruído de 61 decibéis a 80 km/h.


Resultados Ruins 

A retomada do estilo "tiozão" acabou tirando pontos do Sentra, que só ficou à frente do veterano Cruze. A lista de equipamentos de série também só é melhor que a do Civic: a versão SL, mais completa, tem ar condicionado digital de duas zonas, piloto automático, acabamento em couro, rodas de 17 polegadas (nas outras versões são de 16), sensor de faróis, retrovisor interno eletrocrômico (item que deveria estar na versão básica S), sensor de estacionamento (idem), airbags laterais e de cortina (pelo menos na intermediária SV), assistência de frenagem. retrovisores elétricos rebatíveis, teto solar elétrico, sistema multimídia com tela de 5,8 polegadas câmera de ré e GPS. 

Os piores resultados do Sentra ficaram por conta do motor 2.0 Flex: tem apenas 140 cavalos, independente do combustível no tanque. Ele deixou o sedã médio para trás na retomada entre 80 e 120 km/h em 8,7 segundos, mas conseguiu ser melhor que o Cruze ao acelerar até os 100 km/h em 11,4 segundos. Ficou empatado com o Chevrolet. O Nissan Sentra evoluiu na carroceria. Mas precisa de um motor mais eficiente.

Outras versões 

Sempre com o mesmo motor 2.0, o Nissan Sentra também é oferecido nas versões S por R$ 63.690, com câmbio manual e SV com o CVT e preço de R$ 67.390.


FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal. flex, 1.997 cm³, 16v 
Potência: 140 cavalos
Torque: 20 kgfm 
Câmbio: automático CVT 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,4 segundos (Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: 186 km/h (Nissan)
Consumo: 7,6 km/l na cidade e 10,5 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool) 
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,63/1,76/1,51/2,70 m
Porta-malas: 503 litros
Tanque: 52 litros
Preços: R$ 75.490


2º Ford Focus Titanium Plus 2.0 Duratec DirectFlex



A Ford demorou tanto para lançar a terceira geração do Focus no Brasil que ele já ganhou um face-lift na Europa e nos Estados Unidos, adotando a frente do Fiesta e cia. Assim, o sedã médio já estreia em comparativos do Guscar precisando de uma reformulação. A alegria do brasileiro de ver o seu carro em sintonia com o mercado europeu durou pouco.

Apesar da desatualização instantânea o Focus foi muito bem e faturou o segundo lugar. Graças também ao novo motor 2.0 Direct Flex, ainda da família Duratec, o primeiro com injeção direta para dois combustíveis, e a farta lista de equipamentos da versão top Titanium. No comparativo dos hatches usei o 1.6, que está indisponível para o comprador comum do sedã, e ele ficou em último.

Bons Resultados 

Ar condicionado digital de duas zonas, bancos parcialmente em couro, controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, chave com sensor de presença e botão de partida, acendimento automático dos faróis, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), sistema multimídia (SYNC Media System) com tela de 8 polegadas sensível ao toque, integrando navegador, rádio, CD Player, MP3, Bluetooth, USB, comandos de voz e câmera de ré, sistema de som premium da Sony, sistema de estacionamento automático, sensores de chuva, faróis e estacionamento dianteiro e traseiro, piloto automático, faróis de xenônio, luzes diurnas de LED, banco do motorista com regulagem elétrica, teto solar elétrico, retrovisores externos com rebatimento elétrico. São os itens da versão top Titanium Plus que garantiram uma das três vitórias do Focus, apesar de faltar o airbag para os joelhos. As outras duas foram nos 175 e 178 cavalos do já citado e inédito motor 2.0 com injeção direta para álcool e gasolina e no estilo. Sim, também já falei dele. Apesar da frente já desatualizada ainda tem o estilo mais original e moderno dos seis.

Bons desempenho e consumo são resultado do ótimo motor, embora ambos tenham ficado atrás do Citroën C4 Lounge. A aceleração de 0 a 100 km/h foi feita em 9,4 segundos e a retomada 80-120 km/h em 6,3 segundos. O consumo foi de 7,7 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada, todos obtidos com álcool pela Quatro Rodas.

O acabamento é de qualidade, com vários materiais macios e a rede de 400 concessionárias só perde para a Chevrolet do Cruze.


Medianos

A frenagem de 26,5 metros e o nível de ruído de 60,9 decibéis, ambos a 80 km/h ficaram em terceiro lugar. Aqui, o motor Direct Flex não fez milagres.

Resultados Ruins 

Tudo bem que a nova tendência são os câmbios automatizados e de dupla embreagem. Até modelos da Porsche, Audi, Mercedes e BMW usam a tal caixa de transmissão. Mas não consigo aceitar que o Powershift de seis marchas, usado também no compacto Fiesta, seja melhor que um automático de verdade. Por isso, o Focus ficou atrás do Cruze e do Lounge neste quesito. E também dos CVT do Sentra e do Corolla. Acabou em penúltimo. Se tivesse sete marchas ficaria em segundo.

O preço de R$ 90.890 pedidos por todos os recursos tecnológicos da versão Titanium Plus tornam o Focus bem restrito aos mais endinheirados. Ele só é mais barato que o Toyota Corolla em Altis.

Mas o espaço interno apertado para os passageiros de trás (fruto da menor distância entre-eixos dos seis - 2,65m) e o porta-malas de 421 litros são os maiores problemas do Focus. Um defeito que só será corrigido numa nova geração. O mesmo vale para o Fiesta.

Outras versões 

Todos os Focus Sedan vendidos publicamente no Brasil têm o motor 2.0 e o câmbio automatizado PowerShift. O mais barato é o S, que custa R$ 70.690. O SE sai por R$ 76.790 e o Titanium básico, R$ 82.790. O Focus Sedan 1.6 só é vendido para pessoas jurídicas.

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, injeção direta de gasolina ou álcool, 1.999 cm³, 16v
Potência: 175 cv (gasolina) e 178 cv (álcool) 
Torque: 21,5 kgfm (gasolina) e 22,5 kgfm (álcool)
Câmbio: automatizado de 6 marchas PowerShift 
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9,4 segundos (revista Quatro Rodas, com álcool)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo: 7,7 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada (Quatro Rodas, com álcool)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,53/1,82/1,48/2,65 m
Porta-malas: 421 litros
Tanque: 55 litros
Preço: R$ 90.890


1º Citroën C4 Lounge Exclusive 1.6 THP



Em 2007, quando o Guscar ainda estava no Fotolog, fiz um comparativo entre sedãs médios envolvendo os então recém-lançados Nissan Sentra (na antiga geração), Citroën C4 Pallas, Honda Civic (carroceria anterior, que tinha sido lançada um ano antes) e a última geração do Chevrolet Vectra (já com dois anos de mercado).

O modelo francês fabricado na Argentina venceu com sobras. Depois, fiz mais dois comparativos, deixando de fora o C4 porque já estava desatualizado. Agora, a Citroën volta a participar de um comparativo do blog após sete anos com o C4. Desta vez com o sobrenome Lounge, mas ainda fabricado na Argentina. E volta a vencer. E com sobras. Mais precisamente de onze pontos sobre o Focus, o segundo colocado. Ganhou cinco itens... e não ficou em último em nenhum. Seu pior resultado foi um penúltimo lugar na assistência, avaliada pela quantidade de concessionárias.

Bons Resultados

Três dos cinco itens ganhos pelo C4 Lounge são decorrentes do motor 1.6 THP de 165 cavalos, o único daqui que não é flex e ficou em segundo lugar. Desempenho (aceleração de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e retomada de 80 a 120 km/h em 6 segundos), consumo (9,3 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada) e nível de ruído (58,3 decibéis a 80 km/h). Este último também tem participação do acabamento caprichado com muito material macio e de melhor qualidade. O último item superior foi no espaço interno, deduzido pela maior distância entre-eixos (2,71m). Os outros dois bons resultados foram a frenagem de 25,9 metros a 80 km/h e a lista de equipamentos de série, que perderam apenas para o Nissan Sentra e o Ford Focus, respectivamente.



A versão Exclusive tem de série botão de partida, chave presencial, seis airbags, acendimento automático dos faróis, piloto automático, luzes diurnas de LED, controles de tração e estabilidade, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, navegador com tela colorida, som, bluetooth, MP3, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, bancos e volante em couro, rodas de 17 polegadas e ar condicionado digital dual zone.



Medianos

Com todos esses equipamentos, o C4 Lounge top custa R$ 81.490. Só que os faróis de xenônio e o teto-solar elétrico são opcionais por mais R$ 3.300. O preço vai vai a R$ 84.790 e mantém o terceiro lugar. Apesar do preço mediano, o custo-benefício do C4 é o melhor do comparativo, pois os dois modelos mais baratos do que ele (Civic e Sentra) têm poucos equipamentos.

O câmbio automático sequencial de seis marchas é até moderno, junto com o do Cruze, mas foram superados pelos CVT da Nissan e da Toyota e ficou em posição intermediária, assim como o porta-malas de 450 litros, também empatado com o Chevrolet, e o estilo elegante, mas muito parecido com o Corolla.

Resultado Ruim

O pior resultado do C4 Lounge foi nas 165 concessionárias da Citroën. Uma rede maior apenas que a da Toyota.

Conclusão

Resta saber se o pós-venda e o custo de manutenção vai compensar as qualidades do novo melhor sedã médio do mercado brasileiro e se esta vitória vai enfim fazer com que a Citroën emplaque (literalmente) na liderança do segmento.

Outras versões 

  • Origine 2.0 Manual - R$ 62.490
  • Tendance 2.0 Manual - R$ 66.490
  • Tendance 2.0 Automático - R$ 68.500
  • Exclusive 2.0 Automático - R$ 75.990

FICHA TÉCNICA

Motor: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.598 cm³, 16v 
Potência: 165 cv
Torque: 24,5 kgfm
Câmbio: automático sequencial de seis marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,9 segundos (revista Quatro Rodas)
Velocidade máxima: 214 km/h (Citroën)
Consumo: 9,3 na cidade e 13,5 km/l na estrada (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,62/1,79/1,51/2,71 m
Porta-malas: 450 litros
Tanque: 60 litros
Preços: R$ 81.490 (Exclusive básica) / R$ 84.790 (completa)