TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO

O renovadíssimo Golf também chegou ao Brasil na versão GTI, a partir de R$ 94.990. A sigla é sagrada na Volkswagen, tanto na Europa quanto aqui.


O novo GTI agora usa motor 2.0 TSI, com turbo, injeção direta de gasolina e potência de 220 cavalos. O câmbio é automatizado DSG de seis marchas. Tem uma velocidade a menos que o Highline 1.4 porque o torque de 35,7 kgfm exigiu uma embreagem especial, banhada a óleo.

O visual dianteiro é mais agressivo que no Highline. O para-choque da frente é maior e tem uma entrada mais profunda nas extremidades, com três frisos que sugerem garras. Os faróis de neblina são verticais e foram divididos em três por esses frisos. Tanto a grade principal, no para-choque, quanto a auxiliar, entre os faróis, têm forma de colmeia. Não faltaram a plaqueta GTI em letras cerifadas no canto esquerdo e o friso vermelho na base da grade superior, como no primeiro Golf GTI de 1976.

O interior é ainda mais sofisticado e se difere do Highline pelo painel preto e volante com miolo redondo (o básico tem formato triangular e o painel é cinza, com opção de bancos em couro bege). Por causa do estepe fino de emergência, o porta-malas do GTI é maior que o Highline, que tem apenas 313 e estepe comum.



A lista de equipamentos de série é praticamente a mesma do 1.4. O esportivo também traz freios ABS com EBD, controles de tração e estabilidade, bloqueio eletrônico de diferencial, sete airbags (2 frontais, 2 laterais, 2 de cortina e 1 de joelho), alerta de perda de pressão dos pneus, sistema start-stop, ar condicionado digital de duas zonas com saída para a traseira, bancos dianteiros com ajuste de altura e lombar, piloto automático, computador de bordo, descansa braço dianteiro e traseiro com porta-copos (o traseiro com acesso ao porta-malas), direção elétrica, volante com borboletas para troca de marcha (que o Highline DSG básico também tem), comandos do som, computador de bordo e piloto automático, espelho retrovisor interno anfiofuscante, sistema multimídia com tela de 5,8 polegadas e entradas para cartão, sensor de aproximação e Bluetooth, trio elétrico, freio de estacionamento eletrônico, sensores de chuva e faróis, alarme por controle remoto, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. O GTI só tem a mais faróis e lanternas de neblina com iluminação em LED e rodas de 17 polegadas.

O GTI também tem os pacotes opcionais, só que apenas dois: o Exclusive e o Premium. O Exclusive eleva o preço para R$ 110.990 e incorpora itens da Elegance do Highline, trazendo assim a seleção do modo do perfil de direção entre Normal, Eco, Esporte e Individual, sistema de navegação com comando de voz e três anos de atualização gratuita dos mapas, faróis de xénon com regulagem dinâmica de altura e iluminação em LED, abertura das portas e partida do carro por botão, sem chave e revestimento interno e dos bancos em couro com aquecimento dos bancos dianteiros.

Com o Premium, o preço chega a absurdos R$ 125.990 e ele passa a ter bancos dianteiros com ajuste elétrico, detector de fadiga, sistema de proteção ativa para os passageiros, câmera de ré com sistema Park Assist, que estaciona sozinho (opcional livre no Highline), navegador com 8 polegadas e HD e som premium. E ainda tem o único opcional independente do GTI, que é o teto solar panorâmico, por mais 4.500 reais. O piloto automático adaptativo (ACC), que mantém a distância para o veículo da frente, só chega no ano que vem.

As opções de cores são as mesmas do Highline (as metálicas Azul Night, Cinza Limestone, Pratas Sargas e Tungstenio por 948 reais; a perolizada Preto Mystic por R$ 1.422 e as sólidas sem custo Branco Puro, Preto Ninja e Vermelho Tornado), com a adição da metálica Cinza Carbono.

Na versão básica, o Golf GTI concorre com o Citroën DS4, que custa R$ 99.970 e tem quase os mesmos equipamentos do Golf. Só deve os airbags para o joelho do motorista. Completo, o Volkswagen já invade do terreno do DS5 (R$ 132.970) e do Volvo V40 (R$ 130.950 completo, que tem o airbag externo).

Em desempenho, o Golf é bem superior: acelera de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos, retoma entre 80 e 120 km/h em 3,8 segundos e alcança velocidade máxima de 244 km/h. O consumo é de 10,5 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada. E a frenagem e nível de ruído a 120 km/h são de 53,6 metros e 67,5 decibéis, estes piores que o do Highline. Os números de desempenho foram obtidos pelo colaborador Mário Coutinho Leão, na pista da TRW, em Limeira-SP.  Já os de consumo e ruído são da revista Quatro Rodas. 

A sigla GTI é sagrada para a Volkswagen porque surgiu em 1976, na Europa, para batizar a primeira versão esportiva do então recente hatch médio Golf. Tinha motor 1.6 de "apenas" 110 cavalos, spoilers nos para-choques, aerofólio discreto no vidro traseiro e interior com bancos em tecido xadrez e manopla do câmbio imitando bola de golfe.

Aqui no Brasil ficou marcada por introduzir a injeção eletrônica no motor de um carro fabricado em nosso país, no caso o Gol GTi (com o i minúsculo) 2.0 e criou um visual esportivo com aerofólio traseiro e faróis de neblina nada discretos.

Foi um modelo GTI também o primeiro Golf a desembarcar no Brasil, em 1994, importado do México na terceira geração, com apenas duas portas e motor 2.0 de oito válvulas. A quarta também trouxe o GTI da Alemanha, mas com quatro portas (que viraram regra em nossos esportivos) e motor 1.8 Turbo, com 150 cv.

Quando a quarta geração começou a ser fabricada no Paraná, o GTI também entrou na linha de produção. A potência subiu para 180 cv e, com o face-lift tupiniquim, chegou aos 193 cv, se tornando o carro nacional mais potente da história (em relação a potência líquida, porque a bruta era de 197 cv).

Para compensar dez anos de desatualização do Golf no Brasil, a Volkswagen trouxe um esportivo que, se também for fabricado por aqui em 2015, vai voltar a ser o nacional mais potente do mercado, com o dobro da potência do primeiro Golf GTI dos anos 70. O Golf esportivo também entrou no século XXI.

Leia também: O teste duplo (versões Highline e GTI) de desempenho, feito por Mário Coutinho Leão.


Pontos Fortes

+ Acabamento
+ Motor
+ Desempenho
+ Consumo
+ Frenagem

Pontos Fracos

- Nível de ruído
- Podia ter mais equipamentos de de série
- Preço completo

FICHA TÉCNICA

Motores: Quatro cilindros, transversal, turbo, injeção direta de gasolina, 1.984 cm³, 16 válvulas
Potência: 220 cv
Câmbio: Automatizado sequencial de seis marchas e dupla embreagem  
Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,5 segundos 
Velocidade máxima: 244 km/h (VW)
Consumo: 10,5 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada (revista Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,27 / 2,03 / 1,45 /2,63m
Porta-malas: 338 litros
Tanque: 50 litros
Preços: R$ 94.990 (Standard) / R$ 110.990 (Exclusive) / R$ 125.990 (Premium)