Texto e fotos: Gustavo do Carmo


O cupê esportivo japonês Mazda RX-7 foi lançado em 1978. Ficou famoso por usar o motor rotativo Wankel, com um sistema de combustão interna que dispensa o pistão e a biela. O propulsor inventado pelo engenheiro alemão Felix Wankel (1902-1988) em 1924 e patenteado em 1933, usa um rotor em formato triangular, que trabalha com menos atrito, mais suavidade e silêncio e economiza peças. No entanto, gasta mais combustível, o que impediu o seu uso em larga escala. O RX-7 foi o segundo modelo mais famoso a usar este tipo de motor. O primeiro foi o NSU RO80, da extinta marca alemã que deu origem a Audi e que foi Carro do Ano europeu em 1968.

O motor Wankel do primeiro RX-7 tinha 1.1 litro de cilindrada (juntava dois rotores de 573cm³, somando 1.146cm³ e mesmo assim era a metade do volume de um motor comum), ainda usava carburador e rendia 105 cavalos de potência. A Mazda adotou o motor exclusivo para criar um esportivo leve, um dos menos pesados da história no segmento.

A carroceria tinha linhas retas e comportava 2+2 passageiros (dois na frente e dois atrás) no Japão. Nos Estados Unidos só tinha dois lugares porque a Mazda foi obrigada a instalar uma barra de segurança no meio da carroceria. O capô era baixo e os faróis escamoteáveis (escondidos). Concorreu com o Toyota Supra e o Nissan 280SX.

No final de 1985, após vários face-lifts da carroceria original, surgiu a segunda geração, que já tinha o Wankel 1.3 com injeção eletrônica de combustível, podendo ser aspirado (potências de 145 e 160 cv) e turbo (182 e 202cv). O estilo ficou mais arredondado e foi inspirado no alemão Porsche 944. Detalhe que o novo RX-7 foi concebido para agradar aos norte-americanos, que ganhavam mais dois lugares atrás. O interior colorido foi trocado por um cinza escuro mais discreto. O RX-7 ganhou ainda uma versão conversível em 1987.



Em 1991 foi lançada a terceira geração, que é o modelo da miniatura das fotos. Continuou com os faróis escamoteáveis das outras duas anteriores. As lanternas traseiras agora eram fumê. As linhas gerais eram bem mais arredondadas. Ficou com estilo mais japonês. Porém, diferente dos anteriores, o novo RX-7 agora só tinha dois lugares, inclusive no Japão. Também não tinha mais o conversível. Seus concorrentes já evoluíram para o novo Toyota Supra, o Nissan 300ZX e agora também tinha o Mitsubishi 3000GT.

Sua identidade, o motor Wankel, ainda era 1.3, mas já tinha dois turbocompressores e rendia 255 cavalos de potência. Em agosto de 1992 a revista Quatro Rodas testou o modelo no Brasil e registrou aceleração de 0 a 100 km/h em 6,12 segundos, velocidade máxima de 239,6 km/h, frenagem a 120 km/h de 52,2 metros, nível de ruído médio de 66,1 decibéis e consumo de 8,9 km/l, que não era tão ruim.

O Mazda RX-7 chegou a ter uma série especial de 273cv e foi levemente reestilizado em 1997, ganhando uma frente mais ondulada. Deixou de ser produzido em 2002, quando foi substituído pelo RX-8, que ainda existe e chama atenção por ter quatro portas que se abrem para lados opostos, além de ter voltado a ter quatro lugares.