Desde outubro do ano passado, a Ford comercializa no Brasil, importada do Uruguai, a quarta geração da van grande Transit, que já tinha sido vendida aqui entre 2009 e 2014, fabricada na Turquia. Por vir de um país sem acordo comercial com o nosso, a Transit chegava cara e, por isso, não pegou em nosso mercado, deixando o caminho livre para a Mercedes Sprinter, Fiat Ducato/Peugeot Boxer/Citroën Jumper e Renault Master continuarem dominando o segmento.

Se na primeira tentativa no Brasil, a Transit não vingou, na Europa ela é uma referência de praticidade, inovação e conforto desde 1965. É o ano em que começa a história oficial da Transit, mesmo o nome tendo surgido em 1961, batizando uma alteração leve da FK1000/1250, uma antiga van muito parecida com a nossa Kombi lançada nos anos 1950 e baseada na plataforma do sedã Taunus. E mesmo a Transit tendo uma dezena de frentes diferentes (vamos contar com mais calma neste texto), foram apenas quatro gerações lançadas. Tantas faces é resultado de vários face-lifts profundos ao longo de 57 anos. Ou 61 anos se contarmos a geração zero. Com as informações históricas contraditórias na internet, esta matéria vai priorizar as fotos, relembrando os tempos da antiga seção História em Fotos.


Geração 0 (FK 1000 e FK 1250, depois Taunus Transit) - 1953-1966

A geração prévia da primeira Transit foi lançada em 1953, com o nome de FK nas versões 1000 e 1250. As letras significavam Ford Köln (Colônia, cidade alemã onde era produzido) e os números a capacidade de carga: 1 tonelada e 1,25 tonelada.


O estilo pão de forma com quinas arredondadas, faróis redondos dentro de uma moldura e largas janelas laterais lembrava demais a Kombi T2. A diferença era a grade entre eles. Pois a FK já tinha motor refrigerado a água, vindo do sedã Taunus e era um 1.2 de quatro cilindros a gasolina de 38 cavalos. O câmbio manual tinha três marchas. 


Foto: internet

A versão para passageiros acomodava oito pessoas. A versão furgão tinha espaço para 5 metros cúbicos. Também foi oferecido na versão picape de cabine simples e dupla. O painel se resumia a uma bancada horizontal com um único instrumento (o velocímetro) instalado numa mesa acoplada ao volante, também de posição horizontal. Ao lado, entre o motorista e o passageiro, estava o capô do motor. 

Em 1954, o câmbio passou a ter quatro marchas e sincronizado. E a partir de 1955, o 1.2 foi trocado por um 1.5 de 55 cavalos. 


Em 1961, foi adotado o nome que seria usado nos próximos 61 anos, mas acompanhado do nome do sedã que serviu de base para o modelo comercial, assumindo de vez o parentesco: Taunus Transit, que passou a ser vendido também na Inglaterra, onde iria assumir a liderança do mercado de vans por 40 anos, contando, claro, com as futuras gerações do Transit. 

Mesmo com o lançamento do primeiro Transit oficial, o Taunus Transit durou até 1966, fabricado em Azambuja, Portugal.  


Primeira Geração - 1965-1986

O primeiro Transit oficial abandonou o estilo pão de forma da Kombi por um com capô e grade pronunciados, dando-lhe um aspecto bicudo. Os faróis, redondos, ficavam elevados nos cantos do capô, no final do para-lamas, dentro de uma estrutura retangular, acima da grade, que também era saliente. E esses para-lamas ainda suportavam os espelhos retrovisores externos, lembrando os carros japoneses da época. As entradas de ar, na verdade, eram quatro grupos verticais de ranhuras. Os cantos eram mais vivos. A traseira passou a ter portas inclinadas, duplas de abertura vertical ou únicas de abertura horizontal. As linhas (e também a plataforma) eram inspiradas na van Thames 400E e na americana Econoline. Algumas versões tinham portas dianteiras corrediças, com abertura para trás. Havia também portas laterais corrediças no lado do passageiro ou nos dois lados. Outras apenas portas de abertura convencional, mesmo as laterais.


Foto: internet 

O interior foi renovado, mas manteve o estilo da bancada horizontal com o único instrumento, agora em posição vertical e separado do volante. Lembrava o painel dos últimos Fusca vendidos na Alemanha. A capacidade de carga já era de 1.750 kg. 


O Transit deixou de ser fabricado em Colônia. A sua produção começou em Berkshire, Inglaterra, em uma antiga fábrica de aviões da época da Segunda Guerra Mundial. Com a alta demanda, a produção foi transferida para Southampton nos anos 1970. O sucesso entre policiais, bombeiros, militares, médicos e até ladrões fez a produção se estender por vários países europeus, como Bélgica (Genk), Turquia (Istambul), Holanda (Amsterdã) e até em outros continentes, como Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul e África do Sul. 


A primeira geração já tinha uma grande variedade de carrocerias: furgão de carga com entre-eixos curto ou longo, picape com ou sem caçamba, furgão com vidro, entre outras. 

Os primeiros motores do Transit Mark I eram os V4 (quatro cilindros em V mesmo) do antigo Taunus nas versões 1.2 e 1.5 e um 1.7 do mesmo modelo, este com 65, 70 ou 75 cavalos. Posteriormente, foram lançados os novos Essex V4 a gasolina, nas cilindradas 1.7 de 73 cv, 2.0 de 92 cv e 3.0 V6 de 128 cv. Também teve motores a diesel, como o Perkins de quatro cilindros em linha 1.8 de 43 cavalos e o York 2.5, o qual não consegui apurar a potência. 

Face-lift 1971



Transit a diesel

Essas mudanças de motores foram acompanhadas de um face-lift na grade, que a deixou com mais aberturas e com moldura destacada. A versão com motor a diesel tinha as entradas de ar ainda mais horizontais. Em 1975 ganha freios a disco na dianteira. 


Face-lift 1977


Furglaine

O que parece ser a segunda geração, tanto que recebeu o nome de Mark II, foi apenas um face-lift bem profundo, que deu uma nova frente e interior. 


Foto: internet 

A grade passou a ser de plástico escuro, incorporando os faróis que se tornaram quadrados e recuados, cercados pelas luzes de direção verticais e laranjas. O conjunto lembrava a frente da nossa van independente Furglaine. As portas traseiras passaram a ter abertura horizontal. O interior passou a ter painel de plástico, ainda horizontal, com um quadro de instrumentos verdadeiro, com mais instrumentos além do velocímetro. 


A novidade na motorização foi o 1.6 e o 2.0 de quatro cilindros cruzados vindo do compacto Ford Pinto. O V6 3.0 da Essex foi mantido para atender à polícia e às ambulâncias, mas havia outra opção de V6, o 2.8 fabricado em Colônia, terra do antigo FK. Os 2.5 York diesel também continuaram na linha.


A família ainda era composta por furgões de carga de entre-eixos curto ou longo, picape de cabine simples, picape sobre chassi, micro-ônibus e furgão vidrado. 

A tração integral chegou em 1982. No mesmo ano foi lançado o luxuoso Transit Ghia, com nove bancos aveludados, carpete completo, vidros verdes e teto solar. 

Em 1984, o motor diesel passou a ter injeção direta e a frente sofreu um ligeiro face-lift. 


Segunda Geração - 1986-2000

A segunda geração de fato mudou radicalmente o estilo, deixando a Transit maior e com carroceria do tipo box. Conhecida pelo código VE6, a van europeia da Ford estava mais próxima das concorrentes Renault Trafic, Mercedes MB e Peugeot Boxer/Fiat Ducato/Citroën Jumper. A frente assumiu formas mais arredondadas. Os faróis ficaram ligeiramente trapezoidais. O capô terminava quase no meio deles e a grade ficou mais filetada. Os para-choques ficaram mais envolventes. O teto ficou mais alto e em algumas versões, ainda mais. 


A traseira ficou mais plana, voltando a ter portas duplas de abertura vertical. O novo estilo foi assinado pelo alemão Uwe Bahnsen (que também desenhou o primeiro Fiesta de 1976 e o Sierra 1982).

Da motorização anterior só restaram o 2.5 diesel DI e o 3.0 V6 Essex, substituído logo pelo 2.9 V6 Cologne EFI, com injeção eletrônica de único ponto por causa da nova política de redução de emissões. 

 
Face-lift 1992


Foto: internet

Em 1992, a segunda geração ganhou o seu primeiro face-lift, no qual os faróis ficaram mais recortados, aparentando ter ficado mais arredondado, e com menos filetes na grade. Na mecânica, destaque para a suspensão dianteira independente. O assoalho também foi redesenhado e ficou mais plano. O interior ganhou um novo painel. 


Face-lift 1995


O segundo face-lift da Transit II foi bem visível, embora mais simples de ser adotado. Bastou trocar a grade filetada por uma estrutura com abertura oval, seguindo o conceito estético de todos os modelos da Ford naquela época, como o Fiesta, por exemplo. Tanto que os faróis mantiveram o mesmo formato. Por dentro, o painel mudou novamente, ficando mais arredondado. 

Na motorização, a novidade foi o 2.0 com duplo comando de válvulas no cabeçote de oito válvulas, de 114 cavalos vindo do Scorpio, sedã de luxo vendido na Europa na época. Ele também ganhou novos motores turbodiesel com 85, 100 e 115 cavalos de potência. 


Foto: internet

Entre os equipamentos foram incluídos como opcionais ar condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos e airbags frontais. 


Terceira Geração - 2000-2013. No Brasil de 2009 a 2014

A real terceira geração foi lançada em meados de 2000. Com ampla área envidraçada (principalmente no para-brisa e com o vidro lateral dianteiro com ponta que ia até metade da porta), foi projetada pela matriz dos Estados Unidos (mas os americanos só a teriam na geração seguinte, a atual). Mesmo tendo apenas faróis com máscara escura trapezoidais e uma grade bem aberta, protegida apenas por uma tela, e a moldura de largos contornos na cor da carroceria, foi integrante do conceito New Edge (usado no Ka e no Focus). O capô ficou ainda mais arredondado, mas os cantos da traseira eram bem vivos. 

O painel interno foi reformulado mais uma vez. Foto: internet

Na mecânica, muitas novidades. Começando pelo motor 2.3 16v a gasolina e os Duratorq diesel em três cilindradas 2.2, 2.4 e 3.2, este de cinco cilindros, o mesmo da Ranger vendida atualmente no Brasil. O câmbio manual passou a ter cinco marchas e seis a partir de 2004 e opção de um automatizado de cinco velocidades Durashift EST.


A terceira novidade estava na opção de tração dianteira ou traseira, identificadas pelo código V185 e V184, respectivamente. E era a tração traseira que tinha a opção do câmbio Durashift. 

Em 2005, a Transit atingiu a marca de 5 milhões de unidades produzidas. 


Face-lift 2006

Em 2006, a terceira geração da Transit ganhou um face-lift que mudou o estilo para o conceito Kinetic.  Os faróis se tornaram trapezoidais verticais, mais pontudos na altura do capô e a grade, antes reduzida e bem aberta, ficou bem maior, mas ganhou dois largos filetes e ficou mais pronunciada. A lateral se manteve, mas a assinatura Transit passou de baixo do quebra-vento para a janela principal. A traseira ficou com quinas mais suavizadas. Por dentro, o estilo do painel mudou mais uma vez, ficando mais retangular e incorporando a alavanca de câmbio. 






E foi esta versão que chegou ao Brasil pela primeira vez, na virada de 2008 para 2009, importada da Turquia. Veio em três versões de carroceria: furgão curto com teto médio, furgão longo com teto alto e de passageiros. As versões de carga possuíam 7,5 m² de área e 1.400 kg de capacidade de carga na curta e 11,3 m² e 1.440 kg na longa. A de passageiros levava 13 pessoas além do motorista. 


A Transit vendida aqui tinha somente o motor Duratorq turbodiesel 2.4 TDCI de 115 cavalos e o câmbio era manual de seis marchas, que passou a ser o único em todo o mundo. E vinha equipada com ar-condicionado, travas, vidros e retrovisores elétricos, travamento automático das portas, freios a disco nas quatro rodas com ABS, controle de tração, controle eletrônico de estabilidade, assistência para arrancadas em aclives e assistência para frenagens de emergência, alguns inéditos em veículos comerciais vendidos no Brasil. Também tinha controle do rádio AM/FM na direção e cinto de segurança de três pontos para todos os treze passageiros. O preço de 84 mil reais cobrados pela versão curta de carga, indo a R$ 104 mil na de passageiros, já era caro naquela época, quando as vans concorrentes custavam abaixo de 90 mil reais. 



No exterior, a Transit também ainda tinha o 3.2 turbodiesel de 200 cv, o 2.2 com potências de 86 a 140 cavalos (o 2.2 de 125 cv chegou a vir para o Brasil em 2012), o 2.4 com 101 e 140 cavalos e o 2.3 a gasolina de 145 cv, todos com common-rail (exceto o de gasolina). Além das versões com tração dianteira e traseira, o Transit voltou a ter uma tração integral. 


Quarta geração - desde 2013. No Brasil desde 2021

A quarta geração foi a primeira a ser vendida nos Estados Unidos, substituindo os tradicionais furgões Econoline. Foi apresentada no Salão de Detroit de 2013, mas só chegou ao mercado de lá no ano seguinte. Foi um projeto da própria matriz norte-americana em conjunto com a filial europeia.  

A frente ganhou grade hexagonal e ligeiramente pronunciada, com os faróis assumindo formato trapezoidal amendoado. As lanternas continuaram bem verticais, mas com quinas arredondadas. Os vidros e relevos das chapas ganharam novo recorte. Não há mais a assinatura nas janelas laterais dianteiras.


O interior ganhou painel que lembrava o Fiesta de última geração vendido no Brasil, com as saídas de ar que pareciam asas e acabamento cinza no centro. 


Boa parte da motorização foi aproveitada da geração anterior, mas houve novidades, como o motor 2.0 Ecoboost. Para o mercado norte-americano foram adotados o V6 3.7 de 275 cavalos, um 3.5 V6 biturbo Ecoboost de 310 cv e o antigo Duratorq 3.2 turbodiesel, que mudou de nome para Power Stroke, agora com 185 cv. O câmbio automático de seis marchas voltou para atender aos Estados Unidos. 


As carrocerias continuaram sendo a furgão de carga com duas opções de entre-eixos, carga parcialmente vidrada e passageiros. Já um chassi com cabine dupla com espaço para sete passageiros e 10,6 m³ de volume de carga substituiu a picape. 

As opções de tração passaram a ser duas (traseira e integral), pois a dianteira passou a ser exclusiva da versão Custom, uma Transit menor, lançada em 2012, para concorrer com Renault Trafic, Opel Vivaro e os nossos conhecidos Mercedes Vito, Citroën Jumpy. Peugeot Expert e Fiat Scudo. 


Face-lift 2019 - versão atual 


Com uma leve alteração na grade, que ganhou novos filetes, e nos faróis, agora com máscara escura, em 2019, é a versão atual da Transit, e a que voltou ao Brasil no ano passado, importada da Uruguai (lá é montada em CKD, na fábrica da Nordex), primeiro na versão de passageiros. O interior foi reformulado novamente, agora com painel mais reto e tela multimídia destacada. 

Chegou em versão curta (com 5,98 metros de comprimento) com duas opções de capacidade: 14+1 (o motorista) e 15+1. Também veio em versão longa (6,70 m), também com duas opções (17+1 ou 18+1) e vidrada curta (só com janelas e o banco do motorista). Em ambas a distância entre-eixos é de 3,75 m. 


Este ano começou a ser trazida a versão de carga, também com duas opções de comprimento, menores que a versão de passageiros: curta (5,53 m e 3,30 m de entre-eixos) e longa (5,98 m e 3,75 m). A longa, obviamente, tem volume de carga maior (12,4 contra 10,7 m³), mas a capacidade de carga é menor (1.181 contra 1.222 kg). Ao contrário da versão de passageiros, que precisa de carteira de habilitação do tipo C, a versão de carga pode ser dirigida com a carteira B. 

Todas têm o motor 2.0 turbodiesel de quatro cilindros, da família Eco Blue, que substituiu mundialmente a 3.2 Duratorq/Power Stroke, com 170 cavalos de potência e 39,7 kgfm de torque, aliado a um câmbio manual de seis marchas. 

Como é tradição na linha Transit, a nova geração do modelo veio para o Brasil bem equipada, com sistema multimídia Sync de 8 polegadas com Android e Apple, câmera de ré, aplicativo Ford Pass (que permite acesso a funções do carro via celular), chave programável, sensor de estacionamento traseiro, Start & Stop, assistente de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa, controle adaptativo de carga, controle eletrônico anti-capotamento, controle eletrônico de estabilidade, estabilização de vento lateral, airbags frontais, alerta de limite de velocidade, luz de condução diurna, trava elétrica e travamento automático das portas. 

A versão de passageiros traz mais equipamentos, principalmente de condução autônoma, como assistente de manutenção em faixa, piloto automático adaptativo, assistente de frenagem com detecção de pedestres e alerta de fadiga. 

A versão de carga curta já está custando R$ 240 mil (ou R$ 239.900) e a longa R$ 245.900. A de passageiros com 15 lugares está sendo vendida por R$ 264.980. Ainda não tem previsão da vinda da chassi-cabine, que chegou a ser vendida aqui na geração passada. 


A que está mais perto de chegar, no ano que vem, é a E-Transit, versão elétrica que tem motor de 269 cavalos e 43,9 kgfm de torque, com bateria de 67 kW instaladas no assoalho que garantem uma autonomia de 350 km. A E-Transit tem mais recursos tecnológicos que a Transit a combustão oferecida no Brasil: leitor de placa de trânsito, câmera 360º e assistente de ponto cego.


Na Europa, o motor 2.0 turbodiesel se tornou único, mas é oferecido em outras opções de potência como 105, 130 e 185 cavalos. Há também uma versão híbrida leve com 130 cavalos combinados. E lá os faróis são de LED. 

Nos Estados Unidos o motor 3.5 V6 biturbo foi mantido, mas o 3.7 V6 foi substituído pelo 3.5 V6 aspirado. E o câmbio automático passou a ter 10 marchas. 

A Transit vendeu mais de 8 milhões de unidades em todo o mundo em quase 70 anos. Além da geração prévia derivada do Taunus, dos anos 1950, a linha Transit também inclui os compactos Connect e Courier e a média Custom. 


Transit Connect - Primeira Geração (2002 -2012)


O Transit Connect era um furgão compacto, construído sobre a plataforma do primeiro Ford Focus, especialmente para o segmento comercial e para substituir a versão furgão do Escort e do Fiesta Courier (foi deste furgão que saiu o nome da nossa picape Courier). Assim, a primeira geração do Focus e a quarta do Fiesta não tiveram um furgão derivado. 


Para batizar o potencial concorrente do Fiat Doblò, Opel Combo, Peugeot Partner e Citroën Berlingo, hoje todos integrantes do grupo Stellantis, e o Volkswagen Caddy, a Ford foi buscar um prenome já consagrado na época: a van grande Transit associado a um nome jovem, ligado à internet, já dominante na época: Connect. As versões mais luxuosas de passageiros eram chamadas de Tourneo Connect.


O estilo frontal de faróis retangulares verticais lembrava o Fusion, um utilitário que serviu de base para o nosso Ecosport, vendido na Europa no início do século. E se repararmos na grade de duas lâminas escuras bem próximas lembrava vagamente o nosso Fusion sedã médio-grande também. 


A carroceria tinha duas opções de entre-eixos. O Transit tinha motores Endura e Duratorq 1.8 turbodiesel e 2.0 Duratec a gasolina. O câmbio podia ser manual de cinco marchas ou automático de quatro. 

Enquanto as antigas vans do Escort e do Fiesta eram fabricadas na Inglaterra, o Transit Connect era produzido em Gölkük, Turquia, e de lá exportado para vários países europeus e até para os Estados Unidos.


Passou por dois face-lift: um em 2006, outro em 2009, quando também mudou o painel, que adotou saídas circulares de ar, até ganhar nova geração em 2012. 


Transit Connect - Segunda Geração (2014-2021)


A segunda geração deixou o furgãozinho compacto da Ford mais arredondado e com faróis espichados. O emblema da marca ficou no capô, dentro de uma pequena abertura. A produção mudou da Turquia para Valência, na Espanha. 


Continuou sendo vendido nos Estados Unidos com motor 2.5 Duratec e 1.6 Ecoboost, com câmbio automático de seis marchas. Na Europa, usava um 1.0 Ecoboost e 1.5 Duratorq TDCi turbodiesel e opção de câmbio manual de cinco ou seis marchas. 


Foi lançada uma versão de passageiros mais luxuosa, com o nome de Tourneo Connect e tinha versões de cinco e sete lugares e duas opções de entre-eixos. 


Face-lift 2018


Em 2018, o Transit Connect ganhou um face-lift que uniformizou o estilo com os demais carros da Ford, incluindo os Transit maiores: a grade se tornou hexagonal. Junto com a reestilização um novo painel interno. No lugar do 2.5, foi adotado um 2.0 de injeção direta e entrou em cena o 1.5 EcoBlue. O câmbio automático passou a ter oito marchas. Este ano, o Connect deixou de ser vendido nos Estados Unidos, porque os americanos preferem as picapes mais pesadas, mesmo, como a F-150. 
 

Transit Connect - Terceira geração (2021)



Nada mais é que a quarta geração do Volkswagen Caddy com frente de Ford. Nem deveria estar nesta matéria, já que as versões luxuosas de passageiros Connect são chamadas de Tourneo. Em breve, deve ser lançada a versão de carga, chamada Transit, assim como as versões híbridas plug-in. Por enquanto, ele tem apenas motores a gasolina 1.5 TSI de 112 cv e dois diesel 2.0, um deles de 120 cv. 


Transit Courier - desde 2014




É um furgão menor que o Connect, baseado na plataforma do Fiesta e do B-Max. A carroceria mede 4,16 metros de comprimento, 1.98 m de largura, 1,75 m de altura e 2,49 m de entre-eixos. Diferente do irmão maior, suas vendas se concentram na Europa. Aproveitou o espaço deixado pelo Connect na planta da Otosan, na Turquia. Também tem versões de carga, passageiros e passageiros de luxo, também chamada de Tourneo. Seu principal concorrente é o Fiat Fiorino (o europeu, claro, não o nosso derivado do extinto Uno).  Já nasceu com a grade hexagonal e os faróis espichados. Tinha motores 1.0 Ecoboost a gasolina de 100 cavalos e dois turbodiesel Duratorq: um 1.5 de 75 cv e um 1.6 de 95 cv, todos com sistema Start-Stop. Passou por um face-lift em 2017, que não mudou muito a aparência. 


Transit Custom - desde 2012


A demanda do dia-a-dia fez com que os consumidores da Transit original e outros concorrentes exigissem maior capacidade e volume de carga, o que fez com que o modelo crescesse muito. Mas ainda há aqueles consumidores que precisam de um furgão menor. Para estes, surgiram vans de porte médio como o Fiat Scudo, Peugeot Expert, Citroën Jumpy, Renault Trafic, Opel Vivaro e Mercedes Vito. 

E foi para brigar neste novo segmento que a Ford criou uma derivada menor da Transit, mantendo o nome consagrado, mas acrescentando um sobrenome: Transit Custom, fabricada na Turquia e no Vietnã. Na verdade, resgatou uma designação usada na primeira geração lá nos anos 1960. 


A Transit Custom atual mede 4,97 metros de comprimento, 1,99 m de largura, 1,92 m de altura (com teto baixo) e 2,93 m de entre-eixos. Isso na versão mais curta, porque também tem a longa, com 5,34 m de comprimento e 3,30 de entre-eixos. Com teto alto, a altura é de 2,29 m. 


Os faróis eram bem diferentes da versão original vigente na época do lançamento da Custom, em 2012. Amendoados. A grade era pequena, com uma grande entrada de ar no para-choque. O emblema Ford ficava dentro da grade menor, envolvida por um friso cromado. Lembrava a primeira frente da geração anterior do Focus. O interior tinha o painel que lembrava o Fiesta e seria aplicada na primeira versão da quarta geração do Transit grande. 

Há versões furgão, furgão com um único vidro lateral e passageiros, além da versão luxuosa para passageiros chamada Tourneo Custom. 

Chegou ao mercado com apenas um tipo de motor: o 2.2 Duratorq turbodiesel, mas com três opções de potência: 101, 125 e 154 cavalos. O câmbio podia ser manual ou automático de seis marchas. 

 Posteriormente, foram lançadas versões híbridas leves e plug-in. No primeiro caso, o motor era um 2.0 turbodiesel Ecoblue TDCi de 105 cavalos com motor elétrico de 48v. Foi lançada em 2016. Em 2019 foi lançada a híbrida recarregável na tomada, com um 1.0 Ecoboost a gasolina e uma bateria de 13,6 kWh. A autonomia somente no modo elétrico era de apenas 50 km, mas com o auxílio do motor a combustão chegava a 500 km. 


Face-lift 2018



Entre a versão híbrida leve e a recarregável, a Transit Custom ganhou o face-lift que a uniformizou com a linha Ford atual ao adotar a grade hexagonal bicuda e faróis mais largos, muito semelhantes ao da Transit grande. O painel interno também foi atualizado, ficando com saídas de ar verticais mais retas e tela multimídia flutuante, também igual ao do Transit grande. 


Este ano foi apresentada a versão elétrica E-Custom, que promete ser concorrente da Volkswagen ID.Buzz, com duas opções de potência: 137 e 220 cavalos. A bateria tem 74 kWh e a autonomia no ciclo WLTP é de 380 km. Leva 40 minutos para ser recarregada em 80% em estações de 125 kW. 

Por fora tem estilo ligeiramente diferente, com grade falsa tridimensional formada por losangos, filete acima da grade iluminado, que se une às luzes diurnas de LED nos faróis que são mais finos e inteiramente iluminados por LED. As lanternas traseiras verticais também são de LED. 


O espaço para carga varia entre 5,8 e 9 m³, mas a capacidade de carga é de apenas 1.100 kg, posicionando-se entre as duas variações da antiga FK, mas a capacidade de reboque é de 2 toneladas. 


O interior mudou de painel mais uma vez, assumindo o conceito "duplo tablet sobre bancada", com quadro de instrumentos totalmente eletrônico e sistema multimídia horizontais e voltados para o motorista. Lembra o do Golf e do Astra atuais, por exemplo. Por ter um motor elétrico e sem necessidade de câmbio, não há alavanca no painel. O volante é retrátil para servir de mesa e suporte para notebook. O Transit E-Custom será mais um modelo que o Brasil não terá. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO E INTERNET
FONTE DE CONSULTA: WIKIPEDIA