A Suzuki não inventou os crossovers, aqueles modelos com estilo de SUV que não são muito chegados à terra e preferem um shopping, mas os tornou mais acessíveis com modelos menores.
Primeiro lançou o compacto Ignis, que ainda existe com outro estilo de carroceria. Depois, em 2006, veio o SX4, substituído pelo S-Cross em 2013 (em alguns mercados, ele ainda é chamado de SX4). Agora, o S-Cross chega à sua segunda geração. Ou terceira, se contarmos o SX4.
Suzuki S-Cross 2017 |
O estilo mudou com mais força na frente e atrás. O recorte das janelas laterais traseiras também é novo. Mas a silhueta é a mesma. Assim como a plataforma. Tanto que o S-Cross manteve os 4,30 metros de comprimento e os 2,60 m de entre-eixos. Especialistas garantem que foi apenas um face-lift mais profundo.
Honda HR-V |
Mitsubishi Outlander 2010 |
Porém, o novo S-Cross peca pela falta de originalidade. Embora tenha ficado mais imponente com traços mais retos e verticais na grade hexagonal tramada em preto brilhante e o duplo friso cromado, a dianteira lembra muito a do novo Honda HR-V. Pelo menos o Suzuki tem faróis com luzes de LED em dois níveis. Já a traseira com lanternas de lentes brancas remete à primeira geração do Mitsubishi Outlander. Só que entre elas há uma faixa em preto brilhante, como na grade.
Ford Fiesta atual |
Painel do S-Cross antigo |
Por dentro, o painel com área central hexagonal se parece muito com o do atual Ford Fiesta e também com o Ford Puma, um dos seus principais concorrentes. Principalmente com a nova tela multimídia flutuante de 7 ou 9 polegadas, dependendo da versão de equipamento escolhida. O acabamento continua dominado pelos plásticos duros, com uma pequena faixa de material macio na parte superior e na área do carona do painel e couro nas portas na versão mais cara.
Mas a semelhança com o Fiesta acaba no quadro de instrumentos. Enquanto no Ford já é totalmente virtual desde o face-lift, no Suzuki os mostradores ainda são analógicos e físicos. Não tem sequer uma tela grande de TFT entre eles. Ainda é minúscula, disfarçada por uma moldura que faz parecer ter 7 polegadas, mas são apenas 4,2".
O espaço para as pernas ainda é bom, mas a cabeça dos mais altos roça no teto, principalmente nas versões equipadas com teto panorâmico de cristal. A capacidade do porta-malas foi reduzida de 440 para 430 litros.
O Suzuki S-Cross continua sendo fabricado na Hungria e tem apenas uma opção de motor: o 1.4 turbo que já equipava a geração anterior desde o face-lift, mas com a potência reduzida de 146 para 129 cavalos. O torque foi mantido em 23,5 kgfm. Ele tem o apoio de um motor elétrico leve de 48 volts, 13,6 cavalos e 5,3 kgfm, que apenas ajuda na aceleração e regenera a energia nas frenagens, contribuindo para a economia de combustível. Somente no segundo semestre de 2022 será lançada uma versão híbrida mais completa, com carregamento na tomada.
O câmbio pode ser manual ou automático de seis marchas e a tração dianteira ou integral, com sistema All Grip, que seleciona a divisão de torque entre os pisos no modo Automático, Esportivo, Neve e Bloqueio do diferencial.
O S-Cross acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos na versão 4x2 e 10,2 segundos na 4x4, com todas as versões chegando ao máximo a 195 km/h. O seu consumo é excelente, com 18,9 km/litro em percurso combinado na tração 4x2 manual e 16,9 km/l na versão 4x4 manual. Na automática 4x2 é de 17,2 km/l e 16,4 na automática 4x4. Os números de desempenho e consumo são da Suzuki.
Além do estilo, o S-Cross foi atualizado na lista de equipamentos, mesmo que não tenha recebido o quadro de instrumentos eletrônico e ainda use freio de mão convencional, de alavanca. Em Portugal, o crossover já está sendo oferecido em três versões de equipamento, chamadas S1, S2 e S3, mesma nomenclatura que recebe na Espanha. No Reino Unido são apenas duas versões chamadas Motion e Ultra, custando basicamente e respectivamente 24.999 e 29.799 libras. Na França as versões se chamam Avantage, Privilège e Style e na Itália, Top+ e Starview.
A básica S1, vendida apenas com câmbio manual e tração 4x2, custa 29.234 euros, já com todos os impostos. Já é equipada com itens de segurança como seis airbags, frenagem autônoma de emergência, assistente de mudança de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente de partida em rampa, monitoramento da pressão dos pneus, assistência de frenagem, câmera de ré e piloto automático adaptativo. Em relação a itens de conforto e conveniência tem abertura elétrica do porta-malas e retrovisores elétricos e aquecidos. Os faróis são full-LED e as rodas são de liga-leve de 17 polegadas. Há, no entanto, algumas limitações como o ar condicionado manual, a tela multimídia de 7 polegadas sem navegador nativo e o para-sol sem iluminação.
A top S3 tem as duas opções de câmbio e tração. Com câmbio manual e tração 4x2 custa 33.491 €. O manual 4x4 sai por 34.077 €. O automático 4x2 custa 33.786 euros. O automático 4x4 dá o preço máximo de 35.513 € ao S-Cross no mercado português.
A lista de equipamentos do crossover nipo-húngaro fica completa com câmera 360º, rodas de liga-leve de 17 polegadas diamantadas, teto solar panorâmico, aletas no volante para mudanças de marcha, viva-voz central do sistema de áudio, sistema multimídia com tela de 9 polegadas e navegador nativo, aplique de couro sintético nas portas e revestimento em couro natural e sintético nos bancos.
Os concorrentes em Portugal do S-Cross são o Ford Puma (custa entre 26.483 e 28.817 €), Jeep Renegade (25.350 a 36.850 €), Opel Grandland (33.680 a 37.180 €), Volkswagen T-Cross (25.126,90 a 32.524,58 €), Peugeot 2008 (21.070 a 31.420 €), Renault Captur (22.340 a 31.800 €), Citroën C5 Aircross (31.162 a 48.347 €), Seat Ateca (29.789 a 33.792,30 €), o novo Honda HR-V (34.500 a 41.000 €), Toyota C-HR (28.480 a 39.380 €), Nissan Qashqai (29.550 a 40.850 €), Hyundai Bayon (21.577 a 23.566 €) e Kia Niro HEV (30.550 a 32.550 €).
O lançamento no Brasil está praticamente confirmado, a não ser que haja algum imprevisto ou mudança de estratégia. Mas ainda não há informações sobre as versões a serem oferecidas. A versão atual custa R$ 178.990.
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