Quando começou a ser fabricado em Indaiatuba, no estado de São Paulo, em 1998, o Toyota Corolla já estava na oitava geração, com 32 anos de história. Desde então, o Brasil passou a fazer parte da história de 55 anos de produção deste modelo, que já foi compacto no Japão, brigou palmo a palmo com o Honda Civic e hoje está ameaçado de extinção por causa da moda dos veículos utilitários esportivos (SUV na sigla em inglês) e veículos elétricos.

Seu nome, escolhido em pesquisas de mercado, significa coroa de flores em latim. Essa coroa representaria triunfo e vitória, que o Corolla conseguiu em 1997, quando se tornou o carro mais vendido do mundo, então com mais de 32 milhões de unidades e hoje com mais de 50 milhões até agosto. E o nosso país tem uma boa participação nesse número.  

Para tentar perpetuar o nome histórico no segmento da moda e evitar, em parte, a sua extinção, a Toyota, precavida, lançou, na Tailândia e no Brasil, o novo utilitário Corolla Cross, que será incluído na atualização da sua história no novo nome da seção História em Fotos, que agora se chama De Geração em Geração. 

1a Geração - 1966

O primeiro Corolla, lançado em outubro de 1966, era um sedã compacto de duas portas e acabamento simples, acreditem! Media apenas 3,85m de comprimento (tamanho de um Nissan March da geração passada) e 2,28m de distância entre-eixos. Sua grade era inteiriça e o par de faróis redondos ficavam recuados. Seu motor era de 1.1 litro montado na posição longitudinal e desenvolvia 60 cavalos de potência, além de 8,5 kgfm de torque.


Por falar na Nissan, a cilindrada, com "acessíveis 100 cm³ a mais", era anunciada pela Toyota para provocar o principal concorrente da época, o Nissan Sunny, uma espécie de tataravô do Versa. O arquirrival Honda Civic só seria lançado em 1972.


Em 1967 surgiram as versões de quatro portas e a perua de duas. No ano seguinte, apareceu o Cupê, chamado de Sprinter. Neste mesmo ano o Corolla começou a ser vendido nos Estados Unidos, onde ganhou motor 1.2.





2a Geração - 1970


A nova cilindrada só chegaria ao Corolla japonês na segunda geração, em 1970. O modelo começava a crescer e flertar com o segmento médio. O comprimento passou para 3,95m e o entre-eixos a 2,33m. O estilo, entretanto, não mudava muito, ganhando apenas colunas laterais mais largas e perdendo o quebra-vento na janela da frente. Os filetes da grade ficaram quadriculados. Na época, a Toyota já era a quarta maior fabricante do mundo, atrás apenas das três grandes americanas - General Motors, Ford e Chrysler.


Antes da terceira geração, o cupê Sprinter ganhava quatro portas e se tornava um fastback. A versão duas portas deste se desdobraria em duas esportivas, chamadas Levin e Trueno, com motor 1.6, de duplo comando de válvulas e 73 cavalos de potência, e grade de filetes verticais.






3a Geração - 1974


No momento em que o Corolla já era o segundo carro mais vendido do mundo, atrás apenas do Fusca, surgia a terceira geração, em 1974. A grade, com moldura cromada e elevada, ficou destacada na frente.



A distância entre-eixos subia para 2,37m. A linha também já estava bem completa: sedã de duas e quatro portas, perua de duas e quatro portas, cupê sem coluna, fastback e até furgão de duas portas. Os motores também já eram variados: 1.2 de 55 cv, 1.4 de 82 cv e 1.6 de 75, 83 ou 108 cv.



4a Geração - 1979


A quarta geração, de 1979, consolidou o novo posicionamento do Corolla ao medir 4,05m de comprimento e 2,40m de entre-eixos. Além disso, seu antigo posto de compacto foi ocupado pelo Tercel.

No visual, o Corolla era outro carro. A carroceria se tornou inteiramente retilínea, com volumes bem definidos. Os faróis, pela primeira vez, passaram a ser retangulares. Os piscas invadiam um pouco a lateral. Mas em algumas versões ainda eram redondos duplos e até simples.


A motorização ficava entre 1.3 (69 cv), 1.5 (75 cv) e 1.6 (75 e 108 cv). Nos Estados Unidos havia o 1.8, de 75 cv. O câmbio automático ainda tinha três velocidades, mas logo aumentaria para quatro. Outra versão de destaque era o cupê hardtop, que parecia um conversível targa.



Foi o sedã desta geração que o ex-jogador Nunes, do Flamengo, ganhou como prêmio no Japão por ter feito dois gols na conquista do título mundial do clube carioca por 3x0 contra o Liverpool, da Inglaterra. Ele só receberia o carro quase dois anos depois. Mais um pouco ele teria que receber a nova edição. Zico, como melhor em campo, ganhou um cupê Celica.



5a Geração - 1983


A quinta geração, lançada em 1983, ficou ainda mais reta e também adotou faróis alinhados com a grade e definitivamente retangulares. Na mecânica radicalizou. A montagem do motor passou a ser transversal, a tração dianteira e a suspensão traseira independente. Mas só para o sedã e o novo hatch de duas e quatro portas. As demais carrocerias, como a perua de quatro portas e o fastback de três (Levin) e cinco portas (Sprinter Trueno) continuavam com a tração traseira e a posição longitudinal.




A linha Corolla 1983 adotou motores 1.3 (65 cv) e os novos 1.6. O mais simples tinha 84 cavalos. Já o outro, lançado apenas no ano seguinte, tinha duplo comando das válvulas e rendia 124 cv. Foi usado na GT-S, versão esportiva do hatch de três portas, do fastback e do cupê. Outra novidade era o diesel 1.8 de 58cv para o mercado europeu.



6a Geração - 1987


A sexta carroceria do Toyota Corolla continuava reta, mas seus contornos foram suavizados. O interior já transmitia conforto pelo estofamento dos bancos e apoios de cabeça na frente e atrás. A distância entre-eixos de 2,43 era a mesma da geração anterior, mas a largura aumentou.


O sedã, o fastback e a perua, ambos de quatro portas, o cupê de duas e o hatchback, de duas e quatro portas, continuavam como versões de carroceria. Desta vez, todas passaram a ter tração dianteira e motor transversal. A linha de motores era formada pelo 1.3 com 10 cavalos a mais, o 1.6 com carburador de 90 cv, e com injeção eletrônica de duplo comando de válvulas, de 100 e 124 cv, além do 1.8 diesel de 64 cv.



A perua e o sedã ganharam tração integral, mas na segunda só durou um ano e era oferecido apenas nos Estados Unidos. Em 1990, toda a linha já tinha injeção eletrônica. O GT-S alcançou os 130 cavalos de potência.




7a Geração - 1991 (1992 no Brasil)


Em 1991 era apresentada uma das três gerações mais bonitas do Corolla (a segunda e a de 2002 são as outras). E não é porque foi a primeira a ser vendida no Brasil. Ele mesclava muito bem linhas retas (no capô e no porta-malas) com arredondadas (no teto).




Na Europa, continuavam as versões sedã e perua de quatro portas, hatch de duas e quatro portas e fastback de quatro portas, que em alguns mercados ainda se chamava Sprinter. No Japão, o Levin ainda existia e passou a ter visual mais esportivo.




Versões hatch e liftback na Europa, inexistentes no Brasil

Aqui no Brasil, o Corolla chegou no final de 1992, no início da reabertura das importações, somente na versão sedã de quatro portas LE, com motor 1.8 16v de 115 cavalos. Nascido como um carro compacto e popular, já era para nós um carro de luxo, que custava pouco mais de 40 mil dólares e concorreu com o já rival Honda Civic, também importado no mesmo ano, e com nacionais top da época, como o Volkswagen Santana e o Chevrolet Monza, depois o Vectra. Em 1994 chegaram as versões DX do sedã, mais barata, e a perua, chamada de SW.




8a Geração - 1995 (1997 no Brasil)


A oitava geração, de 1995, seguiu o caminho inverso e retomou as linhas retas em plena década de 90. Foi a mais feia de todas. No Japão e nos Estados Unidos, até que não era tão desastroso, pois tinha faróis horizontais e grade pequena que só deixaram o carro conservador demais.


Mas a versão europeia que foi importada pra cá era um horror: tinha faróis redondos, piscas do mesmo formato, só que menores, e um grade cromada, isolada e cheia de furos, que parecia um ralador de queijo. Teve gente que o apelidou de Corolla de óculos.

A perua, que também veio para o Brasil, conseguia ser pior. Além de totalmente reta, ainda tinha lanternas na coluna e recorte arredondado da terceira janela. Quem salvava o estilo da linha eram as versões fastback e hatch, inexistentes aqui. Essa frente, estranha para os familiares sedã e perua, combinava melhor com os esportivos.



Até o motor que chegou para nós teve um retrocesso. No lugar do 1.8 mandaram um 1.6 de apenas 106 cavalos.

Apesar de não agradar no estilo, esta geração do Corolla fez história. No exterior, pela despadronização mundial.


Corolla norte-americano

Como já vimos, tinha visual diferente no Japão, nos Estados Unidos e na Europa. No mundo, superou o recorde de vendas do Fusca em 1997. Para os brasileiros, foi a primeira a ser fabricada em nosso país, em Indaiatuba, SP, no final do ano seguinte.

Corolla brasileiro

O primeiro Corolla nacional ficou só no sedã. Trocou a frente "de óculos" por um conjunto normal de faróis retangulares e grade convencional, recuperou o motor 1.8 16v de 116 cavalos e ganhou novas versões de acabamento: a XL (que manteve o motor 1.6), a XEi e a SE-G, com o 1.8. A primeira tinha airbags frontais de série, a segunda ar condicionado e a top, bancos em couro. Outro lado bom desta geração era a distância entre-eixos, de 2,60m. 

Corolla brasileiro


9a Geração - 2001 (2002 no Brasil)

Corolla SE-G nacional

Amadurecida, esta geração foi a responsável por acirrar a rivalidade com o Honda Civic em nosso mercado. Com ela, o Corolla assumiu a liderança de vendas no segmento de sedãs médios. Aqui foi lançada em 2002, baseada no modelo tailandês, também adotado nos Estados Unidos. Tinha faróis tremulantes, grade arredondada e lanternas traseiras horizontais em formato de gota.



As três versões de acabamento continuaram, mas o motor 1.8 de 16v era inteiramente novo. Com variador do comando das válvulas de admissão (VVT-i), rendia 136 cavalos. Por dentro, um painel de linhas modernas, horizontais e com um atraente quadro de instrumentos que só era visível quando ligado (Optitron) na versão SE-G, a mais completa.


No Japão, onde surgiu um ano antes, tinha capô e baú do porta-malas mais curtos. Os faróis e a grade eram mais simples, de formato retangular. Restaram o sedã, o hatchback e a perua, chamada de Fielder.



Os europeus ganharam uma minivan chamada Verso. Foi em 2004, mesmo ano em que a perua Fielder iniciou a sua produção no Brasil em versão única e sem nome, baseada na XEi do sedã, com o motor 1.8. Era a versão japonesa com a frente tailandesa, formato inédito no mundo.

Corolla Verso - Europa

Pouco antes de ser reestilizado, em 2007, o Corolla ganhou o motor Flex. Manteve a potência tanto com álcool quanto com gasolina. A Fielder assumiu a versão XEi e também ganhou a top SE-G. O motor 1.8 também chegou ao básico XLi. Foi uma pequena tentativa para recuperar a liderança do segmento, perdida para o eterno rival Civic, que chegara totalmente reestilizado no ano anterior, com direito a painel digital. Só restou à Toyota antecipar a vinda da décima geração. 



10a Geração - 2006 (2008 no Brasil)


Se o novíssimo e crescido Honda Civic só chegou a décima geração em 2015, o Corolla já alcançou essa contagem em 2006, sendo lançada aqui em março de 2008. Mudou bastante na aparência, mas não inovou. Seus volumes ganharam músculos, as lanternas traseiras mais relevo, os faróis ficaram mais lisos e a grade mais imponente. No interior, o painel foi renovado, com destaque para o console que parecia vazado, mas tinha dois porta-objetos ao seu redor.


Continuou com o motor 1.8 VVT-i Flex, mas em 2010 ganhou o 2.0 Dual-VVTi (agora com variador de fases também da válvula de escape), com potência de 142 cv para gasolina e 153 cv para álcool, nas versões XEi e a renomeada Altis (ex-SE-G). O XLi continuou com o 1.8 e um 1.6 de 110 cavalos e câmbio automático exclusivamente para pessoas com deficiência (PcD). Uma nova versão, chamada GLi, foi acrescentada à linha, com motor 1.8.


A perua Fielder desapareceu do nosso catálogo. No Japão, ela ainda continuou existindo. Por lá, aliás, o sedã ganhou o sobrenome Axio e uma frente diferente. O hatch foi também chamado de Auris e vendido na Europa somente com este nome. Em alguns países, como a Espanha, o sedã foi oferecido com a mesma frente do nosso, tanto na original quanto no face-lift. Nos Estados Unidos também, mas o deles não tinha filete na grade na primeira versão e o face-lift só tinha um.

Axio - O Corolla genuinamente japonês

Corolla Fielder no Japão. Fonte: Wikipedia


Toyota Auris na Europa

Corolla europeu 2007

Corolla norte-americano

Corolla norte-americano pós-face-lift

De volta ao Brasil, em abril de 2011, o Corolla ganhou uma leve reestilização frontal, que o deixou mais sorridente, como se tivessem lhe aplicado botox, e faróis novamente rasgados. A novidade mecânica foi um novo motor 1.8 (com 1.798 cm3, 4 cm3 a mais), com a tecnologia Dual-VVTi, que rende 139 e 144 cv, com gasolina e álcool, respectivamente. Já o 2.0 foi estendido ao GLi e o câmbio manual passou a ter seis marchas.


Em 2012, foi lançada a nova versão esportiva XRS, apenas com aerofólio baixo sobre a tampa do porta-malas, rodas e máscara dos faróis escuras e para-choques, mas com o mesmo motor 2.0 VVTi. 


Corolla XRS brasileiro

Com a décima geração, o Corolla retomou a liderança do segmento em 2009, mas voltou a perdê-la para o arquirrival Civic em 2013. Antes de dar o troco com a nova geração, apresentada no ano seguinte, disponibilizou um sistema multimídia embutido no painel, com GPS e câmera de ré.



11a Geração - 2013 (2014 no Brasil)


Um ano antes da 11a geração do Toyota Corolla chegar ao Brasil, eu levei um susto. A imprensa apresentou, primeiro, as fotos da versão japonesa do modelo mais vendido do mundo: tinha linhas retas que lembravam a geração de 1992. A perua Fielder, pelo menos, era menos estranha. Felizmente, a segunda geração do Axio ficou só para o Japão. Em junho de 2013 foi apresentada a versão global, que chegaria aqui em março do ano seguinte.



Corolla Axio e Fielder japoneses

Embora as linhas sejam mais modernas que no japonês, houve um traço de conservadorismo na parte lateral (com um pouco da base da janela lateral abruptamente levantada em direção a traseira) e nas lanternas horizontais.



O toque de modernidade da atual geração está na grade curvada, cujos frisos cromados se estendem até dentro dos faróis espichados. Logo depois, foi apresentada a versão norte-americana, mais esportiva, com grade desenhada pelo vão entre o capô e o para-choque dianteiro. Os europeus continuaram apenas com o hatch e perua Auris, que são mais estilosos.


Corolla norte-americano


Auris Hatch e Touring europeus

Mas o alívio não foi completo. O painel interno tem linhas horizontais, mas com montagem bem vertical, atrapalhando a ergonomia. E com direito a um relógio digital de fundo azul que lembra muito aqueles do Del Rey dos anos 80. É praticamente o mesmo do americano (que tem o relógio no centro) e dos Auris (que tem saídas de ar circulares nos cantos e vai ser estendido ao sedã em breve), mas um pouco diferente do japonês. O acabamento do Corolla também abusa do plástico duro num carro que já custava mais de R$ 90 mil em 2014.


Em compensação, o Corolla ganhou câmbio automático CVT, TV digital, sistema de entrada e partida sem chave e sete airbags, mas ainda não trouxe controles de tração e estabilidade. Chegou nas mesmas versões da geração anterior: GLi, XEi e Altis. Mas no ano seguinte, a versão básica perdeu equipamentos como rodas de liga-leve e som. No entanto, ganhou a série especial GLi Upper Black, exclusivamente preta, aparentemente voltada para motoristas do aplicativo Uber. Este ano foi lançada mais uma série especial: a de aparência esportiva Dynamic, de rodas escuras, lembrando o antigo XRS. Seu motor é 2.0.



Em 2016, foi apresentado mundialmente o face-lift que chegaria no ano seguinte ao Brasil. Faróis e grade ficaram mais finos e o para-choque foi redesenhado. O conjunto ótico perdeu os refletores redondos para ficar baseado no LED. As lanternas traseiras ganharam um novo arranjo das luzes.




Por dentro, o painel manteve o desenho básico, mas as saídas de ar das extremidades passaram a ser redondas e o anacrônico reloginho digital dos anos 80 mudou de lugar. Controle de estabilidade e tração finalmente passaram a fazer parte da lista de equipamentos, assim como os sete airbags. A versão "esportiva"  XRS, usada na geração anterior, voltou a fazer parte da linha. Foi um aquecimento para a nova geração que chegaria dois anos depois. 


12a Geração - 2018 (2019 no Brasil)


Visando as novas fontes de energia, a décima-segunda geração do Toyota Corolla priorizou a motorização híbrida, inclusive no Brasil, onde os motores elétricos operam em conjunto com um inédito 1.8 Flex de ciclo Atkinson de 98 cv com gasolina e 101 cv com álcool, se tornando o primeiro híbrido bicombustível do mundo. O motor elétrico é recarregado apenas com o motor a combustão e, infelizmente, ainda não é ligado na tomada, como muitos concorrentes mundo afora. 


A tecnologia híbrida, o motor 1.8 e a plataforma modular TNGA (Toyota New Global Architeture) vieram da quarta geração do Prius, o primeiro veículo genuinamente com esse sistema no mundo que, por causa do seu estilo futurista, acabou sucumbindo à maior saída mercadológica do Corolla e não é mais importado. 


O Corolla sedã de décima-segunda geração manteve a silhueta básica da versão anterior, mas mudou bastante no recorte das janelas laterais, que ficaram menos ascendentes, ganhando uma ponta cega como no Chevrolet Cruze, nas lanternas traseiras, que ficaram mais finas e no conjunto frontal mais futurista, com faróis iluminados e cada vez mais delineados por luzes diurnas de LED (ou espelhos nas versões mais básicas) e a grade entre eles, cada vez mais selada. 


Corolla na Europa

Corolla norte-americano

Corolla japonês

Essa frente do atual Corolla vendido no Brasil é apenas uma das quatro versões vendidas no mundo. No mercado norte-americano há outra, em que o símbolo da Toyota vai sobre o capô e os faróis têm um dente nas laterais. Em alguns mercados, o símbolo da Toyota fica dentro da abertura e no Japão há um emblema exclusivo. Há também as versões hatch e perua, chamada Touring Sports, para o mercado europeu.


O Corolla sedã vendido no Brasil mede 4,63 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,46 m de altura e 2,70 metros de distância entre-eixos. O hatch europeu tem 4,39 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,44 m de altura e 2,64 m de entre-eixos. Já a perua mede 4,65 m, 1,79 m, 1,44 m e 2,70 m, respectivamente. Esta ainda ganhou, no ano passado, uma versão de visual "aventureiro" chamada Trek, com motorização híbrida.




O interior é comum a todas as versões: o painel continua horizontal, mas a tela multimídia agora é destacada no alto do tablier, cuja parte central passou a ser revestida de material macio. O modelo brasileiro, porém, tinha um suporte atrás da tela que fazia parecer uma televisão de tubo, mas esse incômodo foi solucionado na linha 2021. O quadro de instrumentos da versão Hybrid é eletrônico. O encosto de cabeça do banco traseiro é fixo. 


Além da versão Hybrid, o Corolla é equipado aqui com o novo 2.0 Dynamic Force Flex, de ciclo Atkinson e injeção mista (direta e indireta) e comando das válvulas de admissão com motor elétrico, rendendo 169 e 177 cavalos de potência com gasolina e álcool, respectivamente. O câmbio automático CVT desta motorização, que equipa desde a versão básica GLi, tem dez marchas. O da Hybrid é de marcha única. Em outros mercados mundo afora, o Corolla é equipado com motores 1.8 e 1.2 turbo. 

O Corolla atual trouxe novos recursos de segurança como o pacote Safety Sense, que inclui piloto automático adaptativo, farol alto automático, alerta de desvio de faixa e frenagem autônoma de emergência, de série na versão top Altis com motor 2.0, mas opcional na Altis Hybrid. 

Corolla GR-S no Brasil

E por falar nas versões, o atual Corolla chegou ao mercado brasileiro nos níveis GLi, que já trazia o sistema multimídia compatível com Apple Car Play e Android Auto, sete airbags e controles de estabilidade e tração, XEi e Altis Premium, todas com motor 2.0, e Altis e Altis Premium Hybrid. Em fevereiro deste ano foi incluída a GR-S, com aparência esportiva, limitada às rodas escurecidas e máscara negra na grade e no para-choque, pois tem o mesmo motor 2.0. A sigla vem de Gazoo Racing, divisão de competições da Toyota. 


Corolla Cross - 2020 (2021 no Brasil)


Além do futuro das fontes renováveis de energia, a Toyota se preocupou com o domínio dos utilitários esportivos no mercado e tratou de colocar sua marca, digo, o nome Corolla em um modelo do gênero, mas acrescentou uma abreviatura da palavra crossover como sobrenome.


Inicialmente, o Corolla Cross era voltado para mercados emergentes. Foi lançado mundialmente na Tailândia e chegou ao mercado brasileiro, fabricado em Sorocaba, em março deste ano. Mas já está sendo vendido nos Estados Unidos (sem versão híbrida, mas com tração 4x4) e Japão, terra natal da Toyota. Só não chegou à Europa, que prefere carros mais compactos e sofisticados.

Corolla Cross japonês

Tem um estilo antiquado, quadrado demais, com uma grade enorme e desproporcional (no Japão, ela foi mais suavizada com uma falsa grade e emblema próprio entre os faróis) e lanternas horizontais. Mas isso é culpa da própria Toyota que adotou esse estilo reto em seus recentes SUVs, como o veterano RAV4, os compactos Raize e Yaris Cross (este voltado para a Europa) e o moderníssimo elétrico Bz4X.


Já o interior mostra que ele realmente é um Corolla preparado para o amanhã. É praticamente o mesmo do sedã, mudando apenas alguns detalhes. Exatamente a mesma é plataforma GA-C. Apesar disso, o Corolla Cross é menor que o semi-homônimo. Mede 4,46 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,62 m de altura e 2,64 m de entre-eixos. Seu porta-malas é de apenas 440 litros, trinta a menos que o três volumes. Mas tem dimensões e capacidade de bagagem maior que o seu maior concorrente no mercado brasileiro: o Jeep Compass. 


Aqui, o Corolla Cross é oferecido nas mesmas motorizações do sedã: 2.0 e Hybrid, mas o esquema de versões é diferente. A XR e XRE usam o 2.0 e XRV, XRX e Special Edition usam o sistema híbrido. Já o nível dos equipamentos é o mesmo, com direito aos sete airbags e o Toyota Safety Sense. 


O Corolla ainda vende mais que a sua versão crossover e também lidera o segmento de sedãs médios, sendo o segundo sedã mais vendido no geral no acumulado até o dia 20 de novembro (perdendo apenas para o Chevrolet Onix Plus), segundo o ranking de emplacamentos da Fenabrave. Mas é questão de tempo para haver uma ultrapassagem. Durante o segundo decênio de novembro, o Corolla sedã vendeu 2.214 unidades e o Cross, 2.057. No acumulado, o Cross está com 28.271 (17º) e o Corolla com 35.680 (14º). 

O Civic já vai embora e não é mais uma ameaça. Se a nova geração do Honda vier importada, o volume será baixo. Se o Corolla sedã sucumbir ao Cross, pelo menos o nome de 55 anos vai continuar em voga por mais algum tempo, exatamente como a Toyota queria. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
FONTE DE CONSULTA: BESTCARS WEBSITE