No processo de renovação da sua linha de veículos, como HB20, i20, Creta, Elantra, Sonata, Azera e Santa Fe, a Hyundai foi além e lançou uma nova linguagem estética para o seu utilitário médio Tucson: o design progressivo Sensuous Sportiness, ou dinâmica paramétrica. 


A quarta geração do utilitário - que foi vendido na primeira geração no Brasil durante treze anos (oito com fabricação nacional) - ficou com linhas mais pontudas, a melhor definição que eu encontrei para descrever o seu novo estilo. As pontas se repetem nas lanternas traseiras verticais com ligação horizontal, na coluna traseira, nos vincos da carroceria de 4,50m de comprimento e nos faróis que se misturam à grade. Neste caso são cinco luzes diurnas de LED, dispostas em um par nas pontas e outros quatro em posição vertical, alinhados às aletas das entradas de ar. Quando apagadas, fica a impressão de que o carro, de 1,87m de largura, não tem faróis. Na verdade, estes estão no para-choque, confundindo-se com as luzes de neblina. As rodas podem ter 17, 18 ou 19 polegadas e o teto pode ter pintura diferenciada. 



Hyundai Tucson anterior com face-lift (2020), vendido somente no exterior

Hyundai Tucson anterior sem face-lift (2019) vendido no Brasil



Hyundai Tucson 2020


Hyundai Tucson 2019


O interior, chamado InterSpace, não ficou pontudo como o exterior, mas é bem moderno e limpo, sem minimalismos. Toda a parte superior do painel, com materiais acolchoados, é flutuante, assim como o gabinete central. A tela multimídia de 10,25 polegadas está embutida neste gabinete, entre as saídas centrais de ar e os botões funcionais, todos virtuais, como os da climatização (de três zonas), modos de direção, freio de estacionamento eletrônico e ajuste elétrico dos bancos com refrigeração. Os difusores da extremidade estão incorporados na parte superior e também atrás do quadro de instrumentos virtual e em formato de tablet, como o Elantra. O console central também é flutuante e não há alavanca de câmbio automático, controlado apenas por botões. O volante tem braços inferiores horizontais, recorrentes nos últimos modelos da Hyundai. Traz também iluminação ambiente com 64 cores diferentes e 10 níveis de intensidade, enquanto o acabamento pode ser em couro ou tecido preto, couro branco, tecido em dois tons ou azul Teal.




Hyundai Tucson 2020 - não chegou ao Brasil


Hyundai Tucson 2019 - ainda vendido no Brasil

O sistema multimídia tem paridade com Apple e Android e conexão com a internet, permitindo realizar o cálculo de rotas de acordo com o tráfego. O aplicativo Bluelink, presente também no Elantra, permite verificar diversas informações sobre o carro pelo celular, como nível de combustível, travar e destravar as portas e encontrá-lo em um estacionamento. Só ficou faltando o head up display.


Entre os recursos de segurança e autonomia estão assistência para dirigir na estrada (HDA), assistência para evitar colisões dianteiras (FCA) com detecção de pedestres, assistência para manter a pista (LKA), assistência para seguir na pista (LFA), monitor de visão de ponto cego, aviso de colisão (BCW), monitor de visão envolvente, assistência para evitar colisões de estacionamento reverso (RPCA), assistência de estacionamento inteligente remoto (RSPA), aviso de atenção ao motorista (DAW), assistência para evitar colisões de pontos cegos (BCA) com assistência para evitar colisões de tráfego cruzado traseiro (RCCA), Advanced Smart Cruise Control (SCC) com Stop and Go e aviso de saída segura, airbags entre os bancos dianteiros, controle de velocidade de acordo com os sinais de trânsito e frenagem automática durante a conversão de via.



A capacidade do porta-malas subiu (o Tucson anterior tinha 488 litros), mas varia de acordo com a motorização. Nas versões a gasolina simples agora é de 620 litros (1.799 litros com os bancos traseiros rebatidos) e nas diesel tem 598 litros (é menor porque este combustível tem um reservatório de um composto químico para diminuir as emissões de óxido de nitrogênio. São 1.777 litros com os bancos rebatidos). Com o motor elétrico leve de 48 volts, cai para entre 577 e 1.756 litros com gasolina e 546 e 1.725 litros com diesel. O híbrido completo, que, por enquanto, não é plug in, tem entre 616 e 1.795 litros. Não foram divulgadas fotos do habitáculo, mas o espaço interno foi ampliado em 2,6 cm com o aumento da distância entre-eixos para 2,68m. 



Como já foi dito, o novo Tucson terá versões a gasolina e diesel, com ou sem hibridização leve e outra híbrida de verdade, com motor a gasolina. Para a Europa, todos os motores a combustível são 1.6 turbo de quatro cilindros. Com gasolina, ele é chamado de T-GDi e rende 150 cavalos na versão simples. O motor elétrico de 48 v, que ajuda a arrancar o carro, dar mais velocidade nas estradas e acumular energia de frenagem, não aumenta a potência, mas há a opção de outra versão com 180 cv. Com diesel, o nome é CRDi e rende 116 cv sem e 136 cv com a hibridização ligeira. A bateria de íons de lítio tem apenas 0,44 kWh de capacidade e vai sob o porta-malas (por isso, o volume cai). A versão híbrida autêntica já oferece 60 cv a mais e a bateria tem 1,49 kWh, instalada embaixo dos bancos traseiros. A potência combinada é de 230 cavalos. No ano que vem chegará o híbrido carregável na tomada, que será mais potente, com 265 cavalos, e a versão esportiva N. Para os mercados asiáticos e norte-americanos terá a opção de um 2.5. 



Os Tucson a combustão (gasolina ou diesel) simples só terão o câmbio manual comum, de seis marchas. Já os com motor elétrico leve terão o câmbio manual inteligente, que desconecta a transmissão e desliga o motor quando o carro está andando em velocidade constante, movendo-o pela inércia. O trem de força volta a funcionar quando se pisa no freio. O recurso já é usado no hatch compacto i20. Os híbridos leves a gasolina terão a opção do automatizado de sete marchas e dupla embreagem. O híbrido mais forte não recarregável terá somente um automático convencional de seis marchas. Já o híbrido plug-in, provavelmente, terá apenas o câmbio de uma marcha, como o Toyota Corolla Hybrid. Em relação a tração, o gasolina puro, o gasolina híbrido leve de 180 cv e o diesel híbrido leve terão a opção de tração integral, sendo dianteira quando não tiver. 




Os Tucson 4x4 híbridos leves terão seletor de modo do funcionamento do motor em diferentes pisos (barro, areia e neve). E a suspensão pode ser voltada para o conforto ou para a esportividade e pode ter amortecedores de dureza variável, com modos de condução Normal, Ecológica ou Esportiva.

O novo Tucson destinado ao mercado europeu será fabricado em Nosovice, República Tcheca e chega ao mercado ainda este ano. No Brasil, deve chegar em meados ou final do ano que vem, talvez já nacionalizado como a atual geração, que chegou aqui em 2016, fabricada em Catalão, Goiás, um ano depois do lançamento mundial.


O Tucson costuma ter vida longa em nosso país.  A primeira geração, já mencionada, durou treze anos. E a segunda, conhecida como ix35, está (ainda) no mercado desde 2010!


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO