A Série F da Ford é a linha de picapes mais vendida da história e do mercado norte-americano, onde lidera a categoria desde 1977. Lançada em 1948, além das picapes, também envolve caminhonetes sobre chassi e caminhões leves.
Na primeira geração, os utilitários se chamavam F1, F2, F3... até F8. Na segunda, de 1953, passou a ser a F-100, F-110, F-250, F-260, F-350, F-360, F-500 e F-900. A designação F-150 estreou na sexta geração, de 1973. E a linha ainda teve as versões da Mercury e da Lincoln, divisões de luxo da Ford, como as M100, Blackwood e Mark LT. Priorizando a picape "mais leve" (mesmo já sendo full-size), mas mostrando alguns caminhões, vou contar a sua história em fotos.
Em 2020, foi lançada a décima-quarta geração, começando pela F-150, podendo surgir os modelos maiores nos próximos anos.
Em 14 gerações, carroceria, mecânica e equipamentos evoluíram muito ao longo destes 72 anos. A cabine dupla surgiu em 1969 (aqui no Brasil até antes, em 1963) e a estendida em 1973. Os motores V8 já eram usados antes mesmo da Série F, no V8 de 1932. Mas surgiram motores menores (V6) e mais eficientes, com injeção eletrônica e turbo (inclusive nos V8), até chegar a propulsão híbrida da nova geração. As versões mais pesadas chegaram a ter motores V10. E ainda tivemos as versões esportivas como a SVT Lightning e Raptor.
Do câmbio manual de 3 marchas ao automático de dez marchas na nova geração. Dos freios a disco (a partir da sexta geração) com ABS (na oitava geração 1987), além de equipamentos como ar condicionado e rádio AM (1969, na quinta), vidros, travas e retrovisores elétricos (sétima, de 1980), airbags dianteiros (1994), laterais, de cortina, tocadores de CD e sistema multimídia com espelhamento, até chegar aos recursos semi-autônomos (piloto automático adaptativo e detecção de pedestres na atual geração e direção sem botar a mão no volante nesta nova) das duas últimas gerações, muitos itens de conforto e segurança evoluíram na Série F.
A série F chegou ao Brasil já na primeira geração, totalmente importada, e a partir da segunda (1957) começou a ser fabricada em São Paulo, no bairro do Ipiranga, inicialmente com apenas 40% de nacionalização. Não tivemos a quarta (1961), a sexta (1973), a sétima (1980) e as três últimas gerações (2004, 2009 e 2015). Mas foram produzidas, além da segunda, a terceira (aqui de 1962 a 1971), a quinta (1971 a 1992), a oitava (1992 a 1997), a nona (1997 e 1998) e a décima (mas só a partir da F-250 de 1998 a 2012).
Sem contar os caminhões, como o F-600, primeiro Ford fabricado no Brasil, a picape mais leve da linha F se chamou, exclusivamente, F-100 de 1957 até 1979, quando recebeu motor a diesel, que adotou o nome F-1000 (Picape do Ano da revista Autoesporte em 1994), ainda com a carroceria de quinta geração. A designação F-100, no entanto, foi mantida até 1985. com motor a gasolina de quatro cilindros e o V8. O nome F1000 foi usado até 1998, quando deu lugar à F-250, que era mais pesada que a F-150 e exigia carteira de habilitação categoria C. Há a esperança de que a nova F-150 venha importada.
Como são 14 gerações, vou seguir a proposta original desta seção, que é mostrar apenas a evolução em fotos, pois uma história completa com as devidas fotos levaria semanas e até meses para ser publicada no ritmo que eu escrevo. Se a nova F-150 vier para cá, contarei a história da Série F no Brasil com mais detalhes.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO E INTERNET
Primeira geração (1948-1952)
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Ford F1. Demais versões se chamavam F2, F3, F4, F5, F6, F7 e F8. Fotos: internet
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Mercury M100 - divisão de luxo da Ford |
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Caminhão F8 |
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Ford F1 1951 |
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Ford F8 1952 |
Segunda geração (1953-1956)
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Ford F100 1953. Versões passaram a se chamar F100, F110, F250, F260, F350, F360, F500 e F900. |
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Caminhão Ford F900 |
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Mercury M100 |
No Brasil de 1957 a 1962
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Ford F100 no Brasil |
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Ford F600 |
Terceira geração (1957-1960)
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F100 1960 Styleside |
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Mercury M100 |
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Mercury M100 |
No Brasil de 1962 a 1971
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Ford F600 1963 |
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F100 Passeio 1965 |
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F100 Rancheiro 1965 |
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Ford F600 1965. Foto da internet |
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Ford F100 1968. Este face-lift estreou no Brasil a nova suspensão dianteira independente Twin-I-Bean, composta por semi-eixos oscilantes e molas helicoidais, adotada desde 1965 na F100 norte-americana da quarta geração, que não tivemos por aqui. Foto da internet, sem identificação de autoria.
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Quarta geração (1961-1966)
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Nesta geração o nome Ranger, que hoje é uma linha mais compacta, apareceu pela primeira vez em uma das versões de topo. Fotos: Mecum Auctions |
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Ford F600. Foto: internet |
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Mercury M100 1965. Foto: internet |
Quinta geração (1967-1972)
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Ford F100 nos Estados Unidos. Fotos: internet |
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Ford F100 norte-americana 1972, com estilo frontal semelhante ao que foi adotado no Brasil um ano antes. Foto: internet |
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Mais acima, Mercury M100 1967. Logo acima, Mercury M250. Fotos: internet |
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Ford F600. Foto: internet |
No Brasil de 1971 a 1992
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No Brasil, a F100 manteve exclusivamente esse nome até receber o motor a diesel em 1979, quando mudou para F1000. A nomenclatura F100 continuou com motor de quatro cilindros a gasolina e o V8 até 1985, quando passou a se chamar definitivamente F1000. |
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Foto: revista Quatro Rodas |
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Ford F4000, lançada em 1975 |
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F1000 com face-lift de 1986 |
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F4000 com face-lift de 1986 |
Os derivados independentes no Brasil
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Sulam Monaco |
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Sulam |
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Walk |
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Brasilvan |
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Furglaine início dos anos 1980 |
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Furglaine final dos anos 1980 |
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Furglaine início dos anos 1990 |
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SR XK em versões perua e picape |
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SR Ibiza e SR Ibiza Express |
Sexta geração (1973-1979)
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Ford F100 Ranger XLT Supercab 1974. Motor V8 chegava a 7.5 (460 polegadas cúbicas) de cilindrada |
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Ford F250 1978. Foto: internet |
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Face-lift do F150 1978 |
Sétima geração (1980-1986)
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Ford F150 Ranger 1981, último ano que o sobrenome foi usado na picape grande. A partir de 1982, mudou-se para a picape compacta. Foi a primeira linha a oferecer trio (vidros, travas e retrovisores) elétrico, comodidade não presente no modelo da foto abaixo. |
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Duas últimas fotos: internet |
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Ford F600 1992. A linha de caminhões semi-pesados da Série F só foi renovada nos Estados Unidos em 1980. Até então, ainda estava com a aparência da sexta geração, de 1967. Ainda assim, esse visual de 1980 durou até 2000, quando deu lugar ao modelo de estilo igual à nossa F12000. |
Oitava geração (1987-1991)
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Motores V8 ganharam injeção eletrônica nesta geração. |
No Brasil de 1992 a 1997
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A linha F12000 e 14000 ficou conhecida no Brasil como Ford Sapão. |
Nona geração (1992-1997)
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Esta geração tinha de volta a opção da carroceria Flareside (com para-lamas traseiros salientes, como na primeira foto de cima pra baixo) |
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Versão esportiva SVT Lightning, lançada em 1993, tinha motor V8 5.8 de 240 cavalos e suspensão rebaixada |
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Ford F350 nos Estados Unidos. Foto: internet |
No Brasil em 1997 e 1998
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Curiosamente, aqui no Brasil, a Ford lançou, em 1998, a série especial Lightning, com motor 4.9 a gasolina de 148 cavalos, bem mais comportada que a norte-americana. Caminhonete de chassi F4000 também teve esta frente em nosso mercado. |
Décima geração (1997-2004)
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Décima geração ganhou airbags frontais e freios ABS nas quatro rodas. Mas abandonou a suspensão dianteira Twin-I-Bean.
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Modelo 1999 da SVT Lightning adotava motor V8 5.4 turbinado com 360 cv (aumentados posteriormente para 380 cv) |
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A Ford F250 norte-americana com a frente igual a nossa foi vendida nos Estados Unidos como F250 e F350 SuperDuty a partir de 1999. De 1998 até então, a F250 ainda tinha o estilo da F150. E a F350 ainda usava a geração anterior. |
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Lincoln Blackwood, picape de luxo baseada na décima geração da F150, lançada em 2002. |
No Brasil de 1998 a 2012, como F-250 e desde 2014 como apenas F-4000
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Ford F4000 1999 |
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F4000 |
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F12000/14000 |
Décima-primeira geração (2004-2008)
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Ford F150 Lariat |
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Lincoln Mark LT. Equivalente da F150 na divisão luxuosa da Ford, vendida de 2005 a 2008 |
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Ford F250, renovada só a partir de 2008 |
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Ford F750 2007. Foto: internet |
Décima-segunda geração (2009-2014)
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Ford F150 SVT Raptor, nova versão esportiva substituiu a Lightning. Primeiro com motor V8 5.4 de 324 cv e depois com um V8 6.2 de 416 cv. |
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Ford F250 2015 Super Duty |
Décima-terceira geração (2015-2020)
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A grade diferenciada para cada versão já era adotada desde a quinta geração, de 1967. Nesta, apenas alguns exemplos. Entrou em cena o motor Ecoboost nas versões V6 2.7 e 3.5. O V8 passou a ter apenas 5 litros, tirando o 6.2 de cena. |
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Segunda geração da superesportiva F150 Raptor trocou o motor V8 por um V6 Ecoboost biturbo 3.5 de 450 cavalos. |
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Face-lift da agora anterior geração trouxe os primeiros recursos de condução semi-autônoma como assistência pré-colisão, detecção de pedestres e controle de cruzeiro adaptativo com Stop and Go . |
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Ford F250 |
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Ford F750 2019 |
Décima-quarta geração (2021)
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Frente da versão mais acima é da versão Lariat Chrome, uma das 11 versões de frente na linha 2021, que agora traz 10 sistemas de condução sem botar as mãos no volante. Um dos destaques internos é a alavanca de câmbio eletricamente retrátil para transformar todo o console em mesa, além da tela multimídia de 12 polegadas e o quadro de instrumentos totalmente eletrônico. Na mecânica, a grande novidade é a motorização híbrida, que combina o motor V6 Ecoboost 3.5 de 380 cv com um elétrico de 47 cv. Versão Raptor, ainda não apresentada, deve ter a volta do motor V8 5.2 com 715 cavalos de potência. Futuramente, também será lançada a F250. |
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