A marca brasileira de chuveiros e a de cerveja mexicana são as Coronas mais famosas a terem a imagem prejudicada pelo vírus que começou "coincidentemente" na China comunista, se espalhou, também por "coincidência", no ano da possível reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, matou mais de três centenas de milhares de pessoas no planeta e está sendo usada para tentar derrubar o nosso presidente Jair Bolsonaro, além de provocar a falência de diversos estabelecimentos comerciais, inclusive concessionárias de veículos, proibidos de abrir por muito tempo para não "espalharem" o vírus, o que vai gerar muita falência e desemprego. (Nota do editor: não estou dizendo que a pandemia não existe, mas que ela está sendo usada para derrubar o capitalismo mundial e os presidentes, além de implantar o comunismo no mundo, isto é fato!)

Mas houve um carro também chamado Corona, fabricado pela Toyota e vendido no Japão e em alguns mercados do mundo, inclusive no Brasil. Por aqui, ninguém se lembraria do sedã médio-grande, vendido em duas gerações na década de 1990, se não fosse o vírus chinês.



No Japão, o Toyota Corona, cujo nome, tanto para o carro, a cerveja e o chuveiro, quanto para o vírus, significa coroa em espanhol (ou em latim), foi lançado em 1957 e teve cerca de dez gerações de muito sucesso. Além desta primeira, foi reestilizado em 1960, 1964 (teve uma versão maior em 1968, chamada Mark II), 1970, 1974, 1978, 1981 (com face-lift bem profundo em 1983), 1987, 1992 e 1996 (com o sobrenome Premio no Japão). 

A primeira importada pelo Brasil chegou em 1996, fabricada na Inglaterra, onde era chamada de Carina E, e já era um face-lift da penúltima de 1992. A segunda, por sua vez, era a primeira geração do Avensis lançado na Europa e trazido para cá, dois anos depois, ainda com o nome de Corona.


Toyota Corona de 1a Geração (1957)
Toyota Corona de 8a Geração (1987)

Frente original do Toyota Corona de 9a Geração (1992)

O primeiro Corona vendido no Brasil tinha capô longo e baixo e volume traseiro um pouco longo, mas alto. A caída das janelas laterais, a junção do vidro traseiro com a tampa do porta-malas, assim como a traseira, eram arredondadas, o que criava a impressão de que o carro era todo arredondado. A coluna era larga, as lanternas horizontais e a placa de licença ficava entre elas. Na frente, os faróis eram trapezoidais horizontais e a grade tinha moldura que a deixava bipartida, com o emblema Toyota na ponta do capô. Seu comprimento era de 4,53m, a largura 1,70m, a altura 1,41m e a distância entre-eixos de 2,58m.



O interior era espaçoso e o acabamento das portas tinha revestimento de tecido aveludado azul, presente também nos bancos (o couro ainda era muito caro), e painel de plástico com gabinete central bem próximo ao quadro de instrumentos, ambos "cobertos" por um arco. Tudo era manual: ar condicionado, câmbio (o automático era opcional) e freio de mão. A partida era na chave mesmo (nada de botão de partida ou entrada por aproximação) e o quadro de instrumentos analógico e físico (a geração anterior tinha painel digital de fundo azul no Japão). O espaço interno para as pernas era excelente, mas baixo para a cabeça. O porta-malas tinha capacidade para 440 litros.


Foto: Pedro Bicudo (revista Quatro Rodas)
O Toyota Corona era vendido em versão única chamada GLi, que custava cerca de R$ 42 mil e vinha equipada com freios ABS, airbag duplo (estes dois itens ainda não eram obrigatórios aqui na época), barras de proteção nas portas, vidros, travas e retrovisores elétricos, abertura interna do porta-malas e da tampa do combustível, ar condicionado manual, banco traseiro bipartido, cintos de segurança dianteiros reguláveis em altura, coluna de direção regulável, desembaçador elétrico traseiro, direção hidráulica, rodas de liga-leve, vidros climatizados, rádio e toca-fitas com 4 alto-falantes e regulagem interna de altura do facho dos faróis. Eram tempos em que o dólar valia apenas 1 real, mas, mesmo assim, o carro custava caro. Concorria, em pé de igualdade, com o nacional Chevrolet Vectra CD e os importados Ford Mondeo GLX, Renault Laguna, Citroën Xantia e até o Alfa Romeo 155.


Seu motor era um 2.0 16v de 126 cavalos, somente a gasolina (nada de flex) e tinha câmbio manual de cinco marchas, com o automático de quatro sendo opcional. Acelerava de 0 a 100 km/h, segundo a revista Quatro Rodas, em 10,75 segundos, retomava entre 40 e 100 km/h (na época, não havia o padrão de 80 a 120 km/h) em 21,84 e alcançava os 198,3 km/h de velocidade máxima (testados pela revista e não divulgados pela fábrica). O consumo era de 10,42 km/litro na cidade e 13,73 km/l vazio. Parava em 28,8 metros a 80 km/h e tinha ruído de 61,6 decibéis a mesma velocidade.


Foto: Pedro Bicudo (revista Quatro Rodas)

Havia a promessa de um motor 1.6 ou uma versão esportiva, mas nada disso veio. Apenas dois anos depois, o Corona ganhava uma espécie de segunda geração no Brasil. Na verdade, era a primeira do Avensis, criado especialmente para a Europa para substituir o Carina E. A designação Corona foi mantida no mercado brasileiro. 


Também importado da Inglaterra, o Avensis, digo, o segundo Corona tinha estilo mais arredondado, principalmente no teto, na grade em meio oval com dois filetes, nos faróis com máscara escura e dois refletores redondos (três com as luzes do pisca na lateral) e nas lanternas, que adotaram o mesmo formato nos faróis, invadindo apenas um pouco a tampa do porta-malas. O comprimento baixou para 4,49m, mas a largura subiu para 1,71m, a altura para 1,43m e a distância entre-eixos para 2,63m.

Por dentro, o painel ficou com a moldura do gabinete central integrada ao quadro de instrumentos, que continuava analógico. Havia um acabamento em imitação de madeira. O revestimento das portas e dos bancos passou a ser em tecido cinza. O espaço interno melhorou e a capacidade do porta-malas passou para 496 litros.


Painel do Avensis europeu. O nosso não tinha esse display digital no console e nem CD Player

Ele ganhou airbags laterais, dois apoios de cabeça e cinto de segurança de três pontos para os dois passageiros de trás. O motor 2.0 de 16v foi mantido, mas ele ganhou mais dois cavalos de potência, indo a 128 cv. e o câmbio automático continuava como opcional. Ainda com o dólar a 1 real, ele aumentou um pouco de preço, passando a custar cerca de R$ 44,6 mil. 

Mas, como o seu antecessor, também só durou dois anos no mercado brasileiro, deixando de ser importado no ano 2000, porque o dólar já se aproximava dos 2 reais e o Corolla, ainda naquela geração quadrada, já começava a fazer sucesso como nacional, concorrer com o Chevrolet Vectra e Fiat Marea e, assim, recebeu as atenções da Toyota como sedã médio. Quem quisesse um sedã maior e mais caro ficaria com o Camry. O Corona foi esquecido até no mercado de usados e, por causa do vírus chinês, deve ficar ainda mais. Injustamente (o carro). 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO 

FOTOS: DIVULGAÇÃO (CARINA E E AVENSIS EUROPEUS) E REVISTA QUATRO RODAS