O novo Toyota RAV4 traz novos tempos para o disputadíssimo segmento de SUVs ao chegar no Brasil somente com motorização híbrida. Tempos de se preocupar com o meio ambiente e diminuir a emissão de gases poluentes.
Em sua quinta geração, o RAV4, que tem um motor 2.5 de quatro cilindros do ciclo Atkinson junto com outros três elétricos, vai concorrer com modelos ainda de propulsão integral a gasolina ou flex, como é o caso do Jeep Compass. Para este comparativo selecionei quatro adversários para o RAV4. O próprio Compass, na versão Limited 2.0 Flex, Honda CR-V Touring, Chevrolet Equinox Premier e Volkswagen Tiguan R-Line 350 TSI. Quatro deles têm tração integral.
Menor modelo em comprimento dos cinco comparados, o Compass mostrou-se frágil contra modelos de mais de 4,60. Com 4,41m, acabou ficando em último lugar no comparativo. Além de ser o único sem tração integral (disponível somente na versão a diesel), os itens mais prejudicados foram o espaço interno para os passageiros no banco de trás e o porta-malas. Levando em consideração a folga para os joelhos do passageiro medida pela revista Carro, são apenas 24 centímetros. O porta-malas tem capacidade para 410 litros.
Mas o Compass também ficou para trás por culpa do motor, dos freios e da assistência. O 2.0 Flex Tigershark tem apenas 166 cavalos com álcool. Com gasolina é ainda menos: 159 cv. O câmbio é automático de apenas seis marchas, enquanto os rivais têm transmissão de sete e até nove marchas. O desempenho, claro, não agrada. Demora 12,3 segundos para chegar aos 100 km/h e 8,2 segundos para passar de 80 a 120 km/h. Na frenagem a partir de 120 km/h foi o único que passou dos 60 metros, mais precisamente 60,6. A rede de concessionárias da Jeep tem apenas 190 postos.
No nível de ruído também ficou para trás, mas empatado com o RAV4, com 65,8 decibéis a 120 km/h. O consumo foi razoável: os 7,8 km/litro na cidade e 13,2 km/l na estrada, com soma de 21 km/l, ficaram em terceiro lugar, atrás apenas do CR-V e do Toyota.
O estilo, o acabamento e o custo-benefício são os pontos fortes do Compass. O acabamento emborrachado em todo o painel só perde para o Tiguan. E é a melhor de lista de equipamentos pelo menor preço que está fazendo do Jeep o SUV médio mais vendido do mercado.
Mesmo com o teto solar panorâmico e o pacote HighTech inclusos, este formado por controle de cruzeiro adaptativo, aviso de mudança de faixa, comutação automática de faróis, abertura eletrônica do porta-malas, aviso de colisão com frenagem automática e sistema de som premium Beats, o Compass Limited ainda é o mais barato, custando R$ 165.940.
O Compass traz de série airbags de joelho para o motorista, cortina, laterais e os obrigatórios frontais, sistema de estacionamento semi-autônomo, monitoramento de ponto cego, assistente de partida em rampa, ar condicionado digital dual zone, sistema multimídia com Android e Apple, banco do motorista elétrico, sistema start-stop, entrada e partida sem chave, sensor de chuva, entre outros.
O custo-benefício do Honda CR-V é o oposto do Compass. É o mais caro (R$ 194.900) e não traz recursos semi-autônomos como piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa e sistema de estacionamento automático, que fariam parte do pacote Honda Sensing.
Ele até traz redução de pontos cegos e frenagem de emergência, além de ar condicionado digital, bancos dianteiros com ajuste elétrico, seis airbags, entrada e partida sem chave, partida por botão e sistema multimídia com Android e Apple, mas também fica devendo airbag para joelhos do motorista.
Foram os únicos últimos lugares do CR-V, que também não é dos mais potentes, mas os 190 cavalos do seu motor 1.5 Turbo ficaram acima do Compass.
A partir daí, o CR-V conquistou uma série de resultados medianos no desempenho (aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e retomada entre 80 e 120 km/h em 5,7 segundos), frenagem (59,4 metros a 120 km/h), porta-malas (522 litros), estilo, acabamento (com painel parcialmente revestido de couro) e assistência (219 concessionárias).
Câmbio (CVT de sete velocidades), consumo (8,8 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada) e espaço interno (29 cm de distância para os joelhos até o banco da frente) foram os bons resultados do Honda, que só venceu no nível de ruído medido pela revista Carro: 62,3 decibéis a 120 km/h. O CR-V tem tração 4x4 em tempo real.
O utilitário híbrido ficou em terceiro se destacando no consumo, exatamente por ter três motores elétricos (dois no eixo dianteiro - um em cada roda - e um no traseiro), que age na cidade, proporcionando uma média 21 km/litro, bem melhor que na estrada, onde funciona mais o motor 2.5 quatro cilindros de ciclo Atkinson, de 222 cavalos (combinados com o elétrico): 17,1 km/l.
Motor híbrido e câmbio CVT ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para o Chevrolet Equinox, que tem 232 cavalos e uma transmissão automática de nove marchas. A frenagem (55,69 metros a 120 km/h) e o porta-malas (580 litros) também só perdem para um modelo, o Volkswagen Tiguan.
O RAV4 já traz recursos semi-autônomos como controle de cruzeiro adaptativo, sistema de pré-colisão frontal (com assistente de frenagem, avisos sonoros e visuais), assistente de manutenção em faixa e faróis altos automáticos. Estes itens só vêm na versão SX, que aumentou e custa R$ 191.290. O preço só é mais caro que o Compass e o Equinox. A lista de equipamentos só perde em qualidade para o modelo da Jeep porque não tem estacionamento automático.
A versão básica do RAV4 é a S, que custa R$ 171.850 e já traz tração integral, sete airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de frenagem de emergência, assistente de arranque em subida, controle de reboque e oscilação, faróis em LED, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, freio de estacionamento eletromecânico, engates ISOFIX, ar condicionado digital dual zone, com saída para os bancos traseiros, bancos dianteiros com ventilação, banco do motorista com regulagem elétrica e memória, entre outros.
O acabamento mistura materiais duros com couro no painel e está no mesmo nível do Honda CR-V. O nível de ruído decepciona para um carro híbrido: 65.8 decibéis a 120 km/h, o mesmo do Jeep Compass. O espaço interno (25 cm para os joelhos) só é melhor que o do Jeep Compass. O último lugar vai para o estilo, quadrado demais.
Único com sete lugares e tração integral (os rivais só têm tração nas quatro rodas), o Volkswagen Tiguan ficou em segundo lugar no comparativo vencendo no desempenho (dividido com o Equinox), frenagem, porta-malas (686 litros) e acabamento.
O Tiguan é melhor na aceleração (6,8 segundos), enquanto o Equinox se destaca na retomada (4,7 segundos). Entre 80 e 120 km/h, o Volks demora 5 segundos. A 120 km/h o Tiguan para em 51,1 metros. O painel é todo revestido com material macio e fica um nível acima do Compass.
No ruído (64,6 decibéis a 120 km/h) e na assistência (540 concessionárias da Volkswagen), o Tiguan só perde para um modelo (Honda CR-V e Chevrolet Equinox). No motor 2.0 turbo (220 cv e 350 Nm de torque), equipamentos e no espaço interno (27 cm para os joelhos) a colocação foi intermediária.
O Tiguan AllSpace R-Line traz de série controles de tração e estabilidade, seis airbags, abertura e fechamento do porta-malas por sensor, ar condicionado digital de três zonas, banco do motorista com regulagem elétrica, aquecimento dos bancos dianteiros, controle adaptativo de velocidade e distância, frenagem de emergência, câmera de ré, detector de fadiga do motorista, direção elétrica, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores rebatíveis eletricamente, faróis de LED, ISOFIX, quadro de instrumentos eletrônico (Active Info Display), sensor de chuva, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, reconhecimento de pedestre e sistema multimídia. O teto solar panorâmico é opcional. Fica mais atrás, empatado com o Equinox, porque não tem airbags para joelho e sistema de estacionamento automático. Já com o teto solar custa R$ 192.980, preço que só é mais barato que o Honda CR-V.
As piores colocações do Tiguan foram no câmbio automatizado de sete marchas, no estilo discreto, no consumo (8 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada) e no custo-benefício. Em todos esses itens ele ficou à frente de apenas um rival.
O Equinox é o melhor SUV médio ganhando cinco itens: motor 2.0 turbo (de 262 cavalos), câmbio de nove marchas, desempenho (é mais rápido na retomada de 80 a 120 km/h em 4,7 segundos, mas fica atrás do Tiguan na aceleração de 0 a 100 km/h, com 7,5 segundos, dividindo, portanto, a vitória no item), assistência (600 concessionárias da Chevrolet) e espaço interno (31 cm de espaço para os joelhos no banco de trás).
O Chevrolet também foi bem (com segundo lugar) no preço de R$ 172.090, no ruído (64,9 decibéis a 120 km/h, novamente empatado tecnicamente com o Tiguan) e no estilo.
A frenagem (59,3 metros a 120 km/h) e a lista de equipamentos são medianos. De série, a versão Premier traz seis airbags (por isso ficou atrás de Compass e RAV4), alarme, alerta de pressão dos pneus, controles de estabilidade e tração, faróis em LED, luz diurna de LED, lanternas em LED, farol alto adaptativo, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, Isofix, acendimento automático dos faróis, assistente de partida em aclive, câmera de ré, abertura das portas e alarme através de sensor de aproximação na chave, computador de bordo, piloto automático, direção elétrica progressiva, retrovisor elétrico eletrocrômico, banco do motorista com regulagem elétrica de altura e distância do assento, de inclinação e lombar e duas memórias, ar condicionado digital dual zone, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, retrovisores externos elétricos, aquecidos e com rebatimento elétrico, start-stop, vidros elétricos, sistema multimídia My Link com integração com Android e Apple, sistema On-Star, alerta de colisão frontal com frenagem automática, detecção de pedestre frontal com auxílio de frenagem, alerta de movimentação traseira, alerta de mudança de faixa, alerta de ponto cego, alerta vibratório de segurança no banco do motorista, indicador de distância para o veículo da frente, controle de velocidade em declive, carregador sem fio, abertura e fechamento elétrico da tampa do porta-malas com acionamento interno, pela chave ou sensor de movimento, sistema de estacionamento semi-automático, sensor de chuva, sistema de partida do motor por controle remoto, com acionamento do ar condicionado, sistema de som premium Bose com 5 alto-falantes, rodas de alumínio de 19 polegadas, teto solar elétrico panorâmico e tração integral.
Consumo (8,1 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada), porta-malas (468 litros) e acabamento com aparência de plástico barato são os pontos fracos do Equinox, que apesar deles, vence o comparativo.
TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
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