Como o Kia Rio, o Ford Escape (ou Kuga, como é chamado na Europa) é um daqueles modelos prometidos há anos para o mercado brasileiro, mas que nunca vêm. Era assim, também, o Toyota Yaris, mas este finalmente pousou em nossas ruas (como no comercial de TV) no ano passado, mas na versão asiática, de construção mais simples.


Veículos de comunicação, como o jornal O Globo, garantem que o Escape vai, sim, chegar ao Brasil para brigar com o Jeep Compass. Até especula que ele será produzido nos Estados Unidos, México ou Argentina, mas só virá por volta de 2020 ou 2021, ainda depois do Territory, um modelo maior baseado no chinês Yusheng S330 da Jiangling Motors Corporation.

O novo Ford Escape, em sua quarta geração, lembra o novo Focus, com quem compartilha a plataforma modular.

Com 4,58m de comprimento, 1,88m de largura, 1,68m de altura e 2,71m de distância entre-eixos, que o coloca entre o Compass e o Volkswagen Tiguan Allspace, é mais leve que a geração anterior pelo uso de aço alta resistência.

Visualmente chama atenção pela grade trapezoidal no para-choque (que varia de textura de acordo com a versão) sem o emblema, que está posicionado na ponta do capô. A traseira tem lanternas horizontais e um vinco profundo acima da placa. 


O interior repete o que já foi adotado no Focus e no Fiesta: painel horizontal, com as saídas de ar e botões de comando formando um hexágono no centro e a tela multimídia destacada acima. O acabamento vai melhorando de acordo com a versão (S, SE, SE Sport, SEL e Titanium), podendo ter mais material duro (S) ou emborrachado (Titanium). O quadro de instrumentos é eletrônico e ainda tem head up display projetado no para-brisa. Abandonado pela nova geração do Land Rover Evoque, o botão giratório substitui a alavanca de câmbio, por sua vez adotada no utilitário inglês. O espaço interno atrás aparenta ser muito bom e o banco traseiro pode ser avançado e reclinado, além de rebatido. 


O Escape Titanium, por exemplo, será equipado com ar condicionado digital dual zone, piloto automático adaptativo, detectores de pontos cegos e de tráfego traseiro, alerta de mudança de faixa, estacionamento autônomo, som Bang & Olufsen, sistema multimídia Sync 3, teto solar elétrico, abertura elétrica da tampa do porta-malas com sensor ativado pelo pé, internet 4G e hotspot wifi para até 10 dispositivos e cinco modos de direção (normal, econômica, esportiva e neve, para pisos escorregadio).



No mercado norte-americano, o Escape terá motores Ecoboost 1.5 (183 cv) e 2.0 (253 cv) e versões híbridas, combinando um 2.5 e um motor elétrico (potência combinada de 225 cv), convencional ou plug in (recarregável na tomada). As versões com motores Ecoboost usam câmbio automático de oito marchas, já as híbridas, a mesma transmissão de 10 marchas do Mustang. A tração pode ser dianteira ou integral. 


Na Europa, o Kuga ainda terá um motor Ecoboost 1.5 de 120 cv e dois diesel 2.0 de 150 cv e 190 cv, além de outra versão híbrida combinando o motor  diesel de 150 cv com um elétrico. As versões híbridas ainda têm os modos EV Auto, EV Now, EV Later y EV Charge. Os níveis de acabamento lá se chamarão Titanium, ST-Line (de aparência esportiva) e Vignale (luxuosa). 

Considerando que a Ford agora só produzirá utilitários esportivos no continente americano (já encerrou o Fiesta de produção para vender a fábrica de São Bernardo do Campo), é difícil acreditar que o Escape (gosto mais deste nome) não cumpra, enfim, a promessa de ser vendido no Brasil. 


TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO