Animada com o sucesso do novo 3008 e com o próprio mercado de utilitários esportivos no Brasil, a Peugeot decidiu trazer também o 5008, cuja primeira geração também era um monovolume, como o irmão menor.
Se o antigo 5008, que não foi vendido em nosso país, tinha um estilo diferenciado, o novo crossover está mais para uma versão longa e alta do 3008. E ainda tem sete lugares, como os principais concorrentes Hyundai Santa Fe e Kia Sorento, e acima da Chevrolet Equinox, que tem o mesmo porte, mas apenas cinco.
Peugeot 5008 de primeira geração, inexistente no Brasil, produzido entre 2010 e 2016. Na foto, já com o face-lift de 2014.
A plataforma EMP2 do 5008 é a mesma do 3008, mas, como é modular, foi alongada. O comprimento passou de 4,45 para 4,64m e a distância entre-eixos de 2,68 para 2,84m. A altura cresceu um pouco, de 1,63 para 1,65m. Só a largura foi mantida em 1,91m.
O estilo repete a frente de faróis rasgados e grade tracejada com cromados. Mas o porte maior torna o perfil do 5008 mais quadradão. A traseira, embora com as mesmas lanternas horizontais com três luzes de LED verticais e centro em preto brilhante, é mais reta por causa do vidro. O arco prateado do teto vai até a base das janelas e não flutua na coluna e o terceiro vidro não é totalmente escuro para dar impressão de aplique preto como no 3008.
O interior com jeito de cabine de avião (atrás, tem até mesinha retrátil), console elevado no lado direito que cerca o motorista, quadro de instrumentos eletrônico configurável acima do volante hexagonal e tela multimídia de 8 polegadas é idêntico ao do utilitário médio. Até o acabamento bem revestido e emborrachado repete o 3008.
Com o alongamento da plataforma, o espaço interno aumentou, tanto para passageiros, quanto para as bagagens: de 520 para 700 litros, com cinco lugares. Também é possível empurrar para a frente os três bancos individuais da segunda fileira, ampliando a capacidade para 780 litros. Ainda foi possível adicionar mais dois lugares, nos quais vão mais confortáveis crianças e adultos baixinhos. Com todos os sete bancos em uso a capacidade do porta-malas cai para 237 litros.
Mas há três falhas. A primeira é que, em tempos conectados, só há uma entrada USB na frente e uma tomada de 12 volts para cada fileira num carro que se propõe a transportar sete pessoas. Segunda: rebatimento e montagem são manuais. Faltou aquele botão na parede do porta-malas que solta os bancos. Alavanca até tem. Por fim, a tampa do bagageiro não tem sensor para o pé, comando interno e nem controle remoto. Existem na Europa, mas não vieram para o Brasil.
O conjunto mecânico do 5008 é a versão importada do motor 1.6 THP, com turbo e injeção direta: movida a gasolina e com 165 cavalos. A versão "nacional" é flex e rende 173 cv com álcool. É um motor aceitável para o 3008, mas fraco para o 5008, que é mais pesado. O câmbio automático também é de seis marchas, como no irmão menor. Merece um com mais velocidades, como o do Equinox, que tem nove. Também não tem tração integral, como no Chevrolet.
Segundo a revista Carro, o 5008 acelera de 0 a 100 km/h em 10,20, com retomada entre 80 e 120 km/h em 7,26. O consumo é de 9,2 km/litro na cidade e 14,3 km/l na estrada. A frenagem a 80 km/h é feita em 24,20 metros e o ruído a mesma velocidade é de 62,8 decibéis. Mesmo mais leve, anda menos que o Equinox e os modelos sul-coreanos, mas é mais econômico e freia melhor. Já o ruído só é mais silencioso que o do Santa Fe.
O 5008 está sendo vendido no Brasil em duas versões de equipamento. A Griffe custa R$ 157.490 e, apesar dos deslizes citados há três parágrafos, traz de série os sete lugares, ar condicionado digital de duas zonas, apoio de braço central com interior refrigerado, luzes ambientes em LED, bancos em couro, bancos dianteiros com massagem e ajuste elétrico, teto solar panorâmico, rodas de 19 polegadas, controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, ISOFIX, freio de estacionamento elétrico, câmera de ré com visão 180 graus, sensores de chuva e faróis, sistema multimídia com Android, Apple, mas sem navegador, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), carregador de celulares modernos por indução magnética, acesso sem chave e partida por botão, piloto automático e retrovisores elétricos e rebatíveis.
A Griffe Pack sobe para R$ 166.490 e adiciona piloto automático adaptativo, monitor e alerta de fadiga para o motorista, frenagem automática de emergência, leitor de placas de sinalização, monitor de pontos cegos e o assistente de manutenção em faixas.
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