TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS
É com estilo e tecnologia que o novo Chevrolet Cruze vai buscar a liderança de vendas no segmento de sedãs médios, que está nas mãos de Honda e Toyota há cerca de uma década. A nova geração, agora fabricada na Argentina, já está à venda no Brasil com motor turbo 1.4 e em duas versões: LT e LTZ.
Felizmente, o nosso Cruze seguiu o fluido estilo do modelo norte-americano lançado no ano passado e não aquele insosso chinês apresentado em 2013. Ambos já mostrados aqui no Guscar. A frente, já usada em outros modelos da marca nos Estados Unidos, como o Malibu e o Impala, é bicuda e tem três grades: a primeira entre os faróis, com a gravata dourada Chevrolet no meio de um friso cromado. A segunda, maior e hexagonal, no para-choque e uma terceira, horizontal, na base do mesmo, entre os faróis de neblina. Os faróis têm desenho anguloso, entre o hexagonal e o formato de bumerangue. e possuem luzes diurnas de LED.
O perfil da carroceria se rende ao conceito cupê de quatro portas por causa da caída contínua do teto e da traseira curta. A linha de cintura é alta. Para dar continuidade à fluidez pontuda da área envidraçada, a Chevrolet repetiu o falso vigia da primeira geração, que na verdade é um aplique preto depois da coluna da porta. Só que desta vez é menor e mais brilhante. A traseira é o ponto mais parecido com o Cruze chinês, com lanternas elípticas horizontais. A novidade é o friso cromado entre elas, uma "criação" brasileira. A tampa do porta-malas tem o já manjado vinco que simula um aerofólio. O para-choque traseiro vai até o chão e tem um par de vincos nas extremidades e duas luzes de neblina horizontais nas pontas, só que um pouco elevadas. As rodas das duas versões são de 17 polegadas, mas no LTZ são escurecidas. O Cruze ganhou 6cm no comprimento e agora tem 4,66m. A largura aumentou em quase 2cm, passando para 1,81m. Já a altura praticamente se manteve em 2,48m.
O interior mantém o conceito de "duplo cockpit" que caracteriza os modelos da Chevrolet desde a década passada, mas foi atualizado, claro. A área acima do porta-luvas ficou mais arredondada. No LTZ o painel é mais claro e bicolor. No LT é todo preto. O quadro de instrumentos ficou menos individual e ganhou uma tela TFT horizontal de 4,2 polegadas.
O acabamento melhorou nos encaixes, mas continua com muito plástico duro. Parte macia só no inferior do painel e nas portas e é em couro. Os botões do volante de três braços (o inferior não é mais vazado) são emborrachados. No centro do painel chama atenção a tela do sistema multimídia MyLink de 7 (LT) ou 8 (LTZ) polegadas cercada pelas saídas de ar verticais. Já vem com espelhamento com Apple Car Play e Android Auto nas duas versões. Abaixo da tela estão os comandos do rádio, o pisca alerta e os de ventilação e climatização. O display digital (monozone) de temperatura do ar condicionado fica dentro do botão giratório, como nos Audi. A distância entre-eixos aumentou em apenas 1 cm (tem agora 2,70m). Apesar do ganho, o espaço interno é razoável e piora para os passageiros mais altos no banco traseiro, que também não dispõem de saídas de ar condicionado. Mesmo com essa economia, a capacidade do porta-malas não melhorou. Pior. Ainda foi reduzida em dez litros, por culpa da traseira curta do novo estilo, e agora tem 440 litros.
O segundo principal atrativo do novo Cruze são os equipamentos de tecnologia autônoma e de segurança, alguns estreando no modelo. Pena que os alertas sonoro e visual de risco de colisão frontal, indicador de tempo restante até a chegada no veículo à frente, alerta visual de presença de veículos em ponto cego e sistema de aviso e manutenção na faixa de rolamento são opcionais da versão LTZ, que chega a custar R$ 107.450 com o pacote que também inclui farol alto adaptativo, carregador de celular sem fio, sistema de estacionamento automático, partida sem chave e banco do motorista com regulagem elétrica de altura.
O LTZ básico custa R$ 96.990 e traz de série airbags de cortina, faróis com projetor e LEDs, sensores de estacionamento dianteiro, faróis e chuva, computador de bordo com cinco modos, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, GPS, partida do motor à distância, tapetes de carpete e sistema MyLink com tela de 8 polegadas.
A versão mais barata LT custa R$ 89.990 e vem muito bem equipada com airbags laterais, controles de tração e estabilidade, faróis e lanternas de neblina, luzes diurnas de LED, sensor de estacionamento traseiro, ganchos ISOFIX, abertura do porta-malas por controle remoto, rodas de alumínio de 17 polegadas, assistente de partida em rampa, câmera de ré, medidor de pressão dos pneus e vida útil do óleo, computador de bordo com três funções, piloto automático, direção elétrica progressiva, retrovisores elétricos e aquecíveis, navegação por setas e comando de voz, Chevrolet MyLink com tela de 7 polegadas e espelhamento com Apple Car Play e Android Auto, rádio AM/FM, Bluetooth, volante multifuncional e sistema de assistência remota OnStar, que já equipava o antigo Cruze.
Por fim, o terceiro chamariz do novo Cruze é o novo motor 1.4 Turbo, que substitui o fraco, lento e beberrão 1.8 Ecotec. Flex como o antecessor, rende 150 cavalos com gasolina e 153 cv com álcool, representando um ganho de dez e nove cavalos, respectivamente. O câmbio, entretanto, continua sendo o automático de seis marchas, com conversor de torque. Mesmo com a transmissão antiga, o moderno propulsor, ajudado pelo sistema Start/Stop, melhorou bastante o desempenho e o consumo do Cruze. A aceleração de 0 a 100 km/h da revista Quatro Rodas, baixou de 11,6 para 9 segundos, a retomada entre 80 e 120 km/h de 8,6 para 6 segundos. A velocidade (do fabricante) subiu de 194 para 214 km/h. O consumo de gasolina na cidade não baixou muito. Passou de 11,1 para 11,8 km/litro, mas na estrada a melhora foi mais sensível: 13,3 para 15,9 km/l. O ruído também melhorou, baixando de 64,3 para 62,3 decibéis a 80 km/h. Só a frenagem piorou. Se o antigo parava a 80 km/h em 24,4 metros, o novo anda mais 2,4 metros, totalizando 26,8 metros.
Estilo e tecnologia o novo Chevrolet Cruze tem. Mas se depender do preço da versão LTZ completa, ele terá um desafio a mais para conquistar a tão sonhada liderança. Resta torcer para a nova geração do Honda Civic chegar mais caro do que ele.
Honda Civic LXS 1.8 Automático - R$ 78.900
Honda Civic EXR 2.0 - R$ 94.100
Toyota Corolla XEI 2.0 - R$ 91.690
Toyota Corolla Altis 2.0 - R$ 104.900
Nissan Sentra S 2.0 - R$ 74.990
Nissan Sentra SL 2.0 - R$ 95.990
Ford Focus Fastback SE 2.0 - R$ 80.390
Ford Focus Fastback Titanium 2.0 - R$ 104.590
Volkswagen Jetta Comfortline 1.4 TSI - R$ 93.990
Volkswagen Jetta Highline 2.0 TSI - R$ 109.050
Citroën C4 Lounge Origine 2.0 Flex - R$ 69.990
Citroën C4 Lounge Exclusive 1.6 THP - R$ 89.990
Pontos Fortes
+ Estilo
+ Motor
+ Desempenho
+ Consumo
Ponto Fraco
- Redução do porta-malas
FICHA TÉCNICA
Origem: Argentina
Motor: Quatro cilindros em linha, transversal, flex, turbo, injeção direta, 1.399 cm³, 16 válvulas
Potência: 150 cv (gasolina) e 153 cv (álcool)
Torque: 24 kgfm (G) a 2.100 rpm e 24,5 kgfm (A) a 2.000 rpm
Câmbio: automático de seis marchas
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 9 segundos (revista Quatro Rodas, com gasolina)
Retomada de 80 a 120 km/h: 6 segundos (Quatro Rodas, com gasolina)
Velocidade máxima: 214 km/h (fabricante)
Consumo: 11,8 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada (Quatro Rodas, com gasolina)
Frenagem 80-0 km/h: 26,8 metros (Quatro Rodas)
Nível de ruído a 80 km/h: 62,3 decibéis (Quatro Rodas)
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,66/1,81/1,48/2,70m
Porta-malas: 440 litros
Tanque: 52 litros
Preços: R$ 89.990 (LT) / R$ 96.990 (LTZ básico) / R$ 107.450 (LTZ completo)
Cores: Branco Summit (sólida, R$ 650) / Vermelho Edible Berries (metálica, sem custo) / Cinza Satin Steel, Prata Switchblade e Preto Ouro Negro (metálicas, R$ 1.500) / Branco Abalone (perolizada, R$ 1.550)
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