Em mais de 50 anos, os modelos eleitos como o Carro do Ano na Europa, em sua maioria, são desconhecidos no Brasil. Mas desde a reabertura das importações em 1990, aumentou o número de vencedores que foram vendidos aqui como importados, como o recém-chegado Volkswagen Passat, campeão no ano passado. Alguns foram fabricados em nosso país mesmo antes dos anos 1990, como o Fiat 127 (aqui conhecido como 147), o Ford Escort, o Fiat Uno e os Opels Kadett e Omega.
O vencedor deste ano é a quinta geração do Opel Astra. Embora tenha sido importado na primeira versão entre 1995 e 1997 e fabricado aqui de 1998 (na segunda geração) a 2011 (terceira, chamada de Vectra), passa a entrar na lista dos desconhecidos.
Para os europeus e a própria Opel, o título de Carro do Ano para o Astra representa uma nova era. É a consagração de um modelo que já foi apontado como o Carro Mais Seguro da Europa em 2015 e ganhou cinco estrelas no crash-test da Euro NCAP.
Também pudera. Além do estilo moderno e o conforto, o novo Astra tem o sistema IntelliLux, que engloba um LED adaptativo, que detecta objetos e faróis de outros carros viajando a 80 km/h entre 30 e 40 m antes do que lâmpadas halogenas ou de xênon, alterando assim o facho. Ele também possui sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, alerta de mudança involuntária de faixa de rolamento, detector de veículos em ângulo morto dos retrovisores, câmera no retrovisor interno, piloto automático adaptativo, alerta de colisão e frenagem automática, assistente de estacionamento semi-automático, suspensão adaptativa, sistema multimídia espelhável com o smartphone e sistema de atendimento automático On Star. O novo Astra é 200 kg mais leve, tem motores mais eficientes como um 1.0 turbo de três cilindros e um 1.6 biturbo de 195 cavalos.
Cada um dos 58 jurados de 22 países que participaram da premiação organizada por um pool de revistas europeias tinha que dar 25 pontos distribuídos entre sete finalistas. Nenhum carro poderia receber mais de dez pontos e os pontos tiveram de ser distribuídos entre, pelo menos, cinco carros. É um sistema semelhante ao que a revista Autoesporte fazia nos anos 90.
O Astra totalizou 309 pontos, deixando para trás modelos de prestígio como o Carro Premium do Ano da Autoesporte no Brasil, o Volvo XC90, que somou 294 pontos e ficou em segundo, o roadster Mazda MX5, base do novo Fiat 124, em terceiro, com 202 pontos, o novo Audi A4 com 189, o Jaguar XE (163), o tcheco Skoda Superb (147) e o BMW Série 7 (143).
2º lugar: Volvo XC90 - 294 pontos |
Entre os finalistas derrotados só a Audi já teve um Carro do Ano. Ou melhor, dois. Foram o 80 (antecessor do próprio A4 e base do primeiro Passat, fabricado aqui) em 1973 e o 100 (antecessor do A6) em 1983. BMW, Jaguar e Volvo, mais tradicionais na Europa que a Mazda, continuam na seca.
5º Lugar: Jaguar XE - 163 pontos |
6º Lugar: Skoda Superb - 147 pontos |
7º Lugar: BMW Série 7 - 143 pontos |
Para a Opel, foi o quinto título, empatando com a Ford em terceiro lugar. Também ganharam o Kadett, o Omega, o Insignia e o híbrido Ampera. A Renault, que não vence desde 2006, é a segunda maior vencedora, com seis títulos. A que mais foi laureada, a Fiat (nove), não vence desde 2008, com o 500.
Já o Astra enfim se tornou o melhor carro da Europa, igualando o feito do seu antecessor, o Kadett, em 1985. A primeira geração foi vice em 1992 (perdendo para o Golf), a segunda novamente vice em 1999 (perdeu para o Ford Focus), a terceira só ficou em quarto em 2005 (o vencedor daquele ano foi o Toyota Prius) e a geração passada ficou em terceiro, atrás do vencedor VW Polo e do Toyota iQ, em 2010.
Opel Kadett - Carro do Ano 1985 |
Opel Astra 1991 - Segundo lugar em 1992 |
Opel Astra 1998 - Segundo lugar em 1999 |
Opel Astra 2004 - Quarto lugar em 2005 |
Opel Astra 2009 - Terceiro lugar em 2010 |
Para os brasileiros, o Astra se tornou apenas uma lembrança das três primeiras gerações.
Todos os campeões:
1964 - Rover 2000 / 1965 - Austin 1800 / 1966 - Renault 16 / 1967 - Fiat 124 (deu origem ao Lada Laika, um dos primeiros importados populares no Brasil) / 1968 - NSU Ro 80 (primeiro carro com motor rotativo Wankel) / 1969 - Peugeot 504 (sua versão picape fez sucesso por aqui nos anos 90) / 1970 - Fiat 128 / 1971 - Citroën GS / 1972 - Fiat 127 (o nosso 147) / 1973 - Audi 80 I (deu origem ao Passat. É antecessor do atual A4) / 1974 - Mercedes 450S (I) / 1975 - Citroën CX / 1976 - Simca 1307-1308 / 1977 - Rover 3500 / 1978 - Porsche 928 (único cupê esportivo a levar o título) / 1979 - Simca Horizon / 1980 - Lancia Delta / 1981 - Ford Escort (BR) /1982 - Renault 9 / 1983 - Audi 100 (sua versão reestilizada foi o primeiro Audi importado por Ayrton Senna dez anos depois) / 1984 - Fiat Uno (BR) / 1985 - Opel Kadett (BR) / 1986 - Ford Scorpio (um sedã luxuoso do porte do Fusion) / 1987 - Opel Omega (BR) / 1988 - Peugeot 405 (I) / 1989 - Fiat Tipo (BR) / 1990 - Citroën XM (I) / 1991 - Renault Clio 1 (I) / 1992 - VW Golf III (I)/ 1993 - Nissan Micra (duas gerações antes do March) / 1994 - Ford Mondeo 1 (I) / 1995 - Fiat Punto (primeira geração. O nosso é a terceira) / 1996 - Fiat Bravo/Brava (O Bravo era a versão duas portas do Brava, que foi fabricado aqui. Ambos antecederam o Stilo e o atual Bravo) / 1997 - Renault Scénic I (BR) / 1998 - Alfa Romeo 156 (I) / 1999 - Ford Focus 1 (I) / 2000 - Toyota Yaris / 2001 - Alfa Romeo 147 (I) / 2002 - Peugeot 307 (I) / 2003 - Renault Mégane II (BR na versão sedã) / 2004 - Fiat Panda / 2005 - Toyota Prius (que chegou somente na terceira geração) / 2006 - Renault Clio II / 2007 - Ford S-Max / 2008 - Fiat 500 (I) / 2009 - Opel Insignia / 2010 - VW Polo / 2011 - Nissan Leaf (usado no Rio como táxi de forma experimental) / 2012 - Opel Ampera/Chevrolet Volt / 2013 - Volkswagen Golf (BR) / 2014 - Peugeot 308 / 2015 - Volkswagen Passat (I) / 2016 - Opel Astra
(BR) - Fabricado no Brasil
(I) - Importado para o Brasil
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