TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
Lançado em 1994 para substituir o modelo 80 e concorrer com o hoje quarentão BMW Série 3, o Audi A4 pode bater no peito e dizer que tem personalidade. Em 21 anos de mercado, teve três mudanças de estilo. Algumas profundas na frente, traseira, plataforma e interior. Outras discretas. Mas em todas a lateral do sedã manteve-se praticamente inalterada, como a quarta geração, que será apresentada no próximo Salão de Frankfurt.
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Parece que foi um leve face-lift. A grade hexagonal continua indo até o para-choque, os faróis são espichados com refletores em LED e as lanternas traseiras horizontais com um relevo na tampa do porta-malas. Mas basta prestar mais atenção para reparar que a grade ficou mais larga e coberta de frisos horizontais cinzas, lembrando o cupê esportivo TT; os faróis ficaram mais "zangados", pontudos na base e as luzes de LED acompanham os seus traços, enquanto os refletores ficaram retangulares e as lanternas traseiras mais finas e inclinadas, também decoradas por diodos emissores de luz. Já a lateral continua praticamente a mesma. Opinião que também vale para a perua Avant, revelada simultaneamente.
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Quando vi as fotos do novo A4 pela primeira vez só me convenci de que se tratava de uma nova geração ao conferir a foto do interior. O painel abandona a parte central unida ao quadro de instrumentos para assumir um estilo moderno, minimalista e horizontal, com a tela multimídia de 8,3 polegadas pregada no centro - como na Mercedes e na BMW - e as saídas de ar se estendendo até o lado do carona. Abaixo surge o prático comando da climatização. Descendo mais tem outros comandos funcionais e depois o console renovado. A grande atração, claro, é o quadro de instrumentos virtual de 12,3 polegadas, já conhecido do TT e do Volkswagen Passat. Fica difícil descrever, mas o revestimento das portas e os bancos também são novos.
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Outra garantia de que o Audi A4 mudou totalmente está no aumento da distância entre-eixos de 2,80 para 2,82m. Comprimento e largura também cresceram. O primeiro passou de 4,70 para 4,73m e a outra de 1,82 para 1,84m. Só a altura se manteve em 1,43m. Além de se afastar do compacto A3 Sedan, a Audi quis aumentar o espaço interno para quem vai atrás nas duas carrocerias, pois o porta-malas do sedã continua em 480 litros. O da perua, entretanto, subiu de 490 para 505 litros. Em ambos a tampa pode ser aberta passando o pé por baixo do para-choque, um recurso muito comum na Europa mas que no Brasil só o top A8 tem.
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E para encerrar a conversa de que é, sim, uma nova geração, a plataforma MLB Evo também é nova e deixou o A4 120 kg mais leve que o anterior, mesmo com o aumento das dimensões.
Finalizada a discussão sobre a mudança do A4, é hora de falar dos recursos tecnológicos além do novo quadro de instrumentos virtual. Entre os de conforto e conveniência destaque para o hotspot para conexão Wi-Fi, multimídia MMI com Car Play, Android Auto e 4G LTE, comandos de voz, telas de 10,1 polegadas nos encostos dos bancos dianteiros e sistema de som Bang and Olufsen, alguns deles opcionais.
O novo A4 dá os seus primeiros passos na direção autônoma. Seu piloto automático adaptativo tem assistente de congestionamento, que dirige o carro automaticamente, sem intervenção do motorista a até 64 km/h e com 12,5 km/h o motorista não precisa nem prestar atenção na via, pois o veículo se mantém na faixa de rolamento e ainda faz curvas leves. A tecnologia também usa o GPS para aumentar ou diminuir a velocidade, de forma a diminuir o consumo de combustível. Além disso, os freios automáticos podem evitar colisões a velocidades de até 45 km/h (ou reduzir o impacto a até 85 km/h). Sensores também detectam a presença de pedestres próximos à pista.
O A4 terá sete variedades de motor, sendo quatro movidos a diesel e três a gasolina. No entanto, basicamente, são dois blocos para cada combustível. Serão duas versões do 2.0 TDI de quatro cilindros: uma com 150 cavalos (32,6 kgfm de torque) e outra com 190 cv (40,6 kgfm) e duas 3.0 TDI de seis cilindros, com 218 cv (40,6 kgfm) e 272 cv (61 kgfm). Alguns deles possuem o aditivo AdClean que reduz a emissão de óxido de nitrogênio. Já os de gasolina são um 1.4 TFSI de 150 cv (25,5 kgfm) e dois 2.0 TFSI de 190 (32,6 kgfm) e 252 (37,6 kgfm) cv. Todos têm turbo, injeção direta e indireta e o sistema Start-Stop.
No final do ano a Avant terá uma versão g-tron com gás natural de cilindro pressurizado e motor 2.0 TFSI de 170 cavalos e 27,4 kgfm de torque. Já o sedã ganhará a híbrida e-tron, como no A3, que tem motor elétrico e motor 1.4.
Em relação ao câmbio, serão três opções. A manual de seis marchas ficou 16 kg mais leve. A segunda opção é o S-Tronic automatizado de dupla embreagem e sete velocidades. Para o motor 3.0 TFSI o automático Tiptronic (ZF 8HP) de oito velocidades. O modelo terá opções de tração dianteira ou integral Quattro.
Apesar de não ter mudado radicalmente no estilo, o Audi A4 ganhou tecnologias para deixá-lo atual frente aos principais concorrentes BMW Série 3 e Mercedes Classe C, que será fabricado no Brasil. O BMW já é. Pena que ainda não há planos para a produção do A4 (só do A3 Sedan) para completar o trio de sedãs médios alemães tropicalizados e caros. Mas a sua importação é uma certeza a partir do ano que vem.
A história do Audi 80 e A4 em fotos
Todas as gerações anteriores do A4 |
Audi 80 1a Geração (1972-1978)
Face-lift de 1976
Audi 80 2a Geração (1978-1986)
Audi 80 3a Geração (1986-1994)
Face-lift de 1991
Audi A4 1a Geração (1994-2000)
Audi A4 2a Geração (2001-2008)
Audi A4 3a Geração (2008-2015)
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