TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO
DADOS DE TESTE: REVISTA QUATRO RODAS
Último dos três SUVs compactos nacionais aguardados para 2015 a chegar ao mercado, o Peugeot 2008, fabricado em Porto Real, aqui no estado do Rio de Janeiro, é o que tem o estilo mais discreto, voltado para as famílias. Parece mais uma versão perua do hatch 208 do que um crossover esportivo, mesmo sendo o menor o da categoria (tem comprimento de apenas 4,16m).
Suas linhas são retas e altas. A frente tem faróis (com luzes diurnas de LED) recortados e afilados até o capô. A grade entre eles tem moldura e filetes cromados, com a inscrição Peugeot no topo. O leão vem cravado em baixo relevo no capô. Os para-choques são pretos na parte interior e na cor do carro um pouco acima. No espaço dos faróis de neblina, mais uma moldura cromada. O protetor central é pintado na cor prata. Acima das amplas e planas janelas laterais há um friso cromado, junto com uma elevação no arco do teto, na área do bagageiro. As lanternas traseiras são verticais, com extremidade em formato de garra de leão (como se o bicho estivesse pegando a saliência na lateral) e extensão curvada na tampa do porta-malas, A iluminação (também em LED) é semelhante ao arranhão do felino.
O interior entrega o parentesco com o 208 pelo formato horizontal do painel e a parte central em V, com a tela multimídia flutuante e o quadro de instrumentos (com velocímetro digital) acima do volante (pequeno). A alavanca do freio de mão tem formato de manche de avião. O acabamento é bom, apesar do excesso de plásticos. Agrada mais pelas texturas. O espaço interno é razoável. O porta-malas de 355 litros, entretanto, só é maior que o do Jeep Renegade e do Chevrolet Tracker.
O 2008 está no mercado com dois motores 1.6: o aspirado dezesseis válvulas FlexStart de 115 e 122 cavalos e o THP Flex, com turbo e injeção direta, de 165 e 173 cavalos, estreado no Citroën C4 Lounge.
Uma falha de projeto, porém, impediu o 2008 THP de oferecer câmbio automático, ainda mais com seis velocidades. É que o conversor de torque e o cofre do motor THP não couberam juntos na plataforma, que é a mesma do 208. O hatch também não tem esse conjunto de força. O esportivo GTi deve ser lançado com transmissão manual. Na Europa, foi possível a combinação porque o motor é 1.2.
O automático escolhido pela Peugeot para o novo SUV compacto foi o velho quatro marchas, exclusivo do 1.6 aspirado. Em compensação tem borboletas atrás do volante e função ECO. Com ele, o 2008 acelera de 0 a 100 km/h, segundo a Quatro Rodas, em 14,3 segundos, recupera entre 80 e 120 km/h em 9,9 segundos e alcança 171 km/h. Contra os rivais HR-V, Renegade, Ecosport, Duster e Tracker, só supera o Jeep. Já o consumo de 10,4 km/litro na cidade e 13,5 km/l na estrada é similar ao de alguns concorrentes. Assim como o nível de ruído de 63,2 decibéis a 80 km/h. O problema foi a frenagem em 31 metros a mesma velocidade, que ficou muito longe.
Já com o motor 1.6 THP, que tem câmbio manual de seis marchas, melhoram o desempenho (aceleração de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos, retomada entre 80 e 120 km/h em 8,8 segundos e a velocidade chega aos 206 km/h), o consumo na estrada (14,3 km/l. Na cidade subiu para 10,6 km/l), frenagem (para 29,7 metros) e nível de ruído (62,1 decibéis). Só o desempenho e o consumo ultrapassaram os rivais.
O 2008 é vendido nas versões Allure e Griffe. A Allure só tem o 1.6 16v aspirado e opção de câmbio manual de cinco marchas e automático de quatro. Custa R$ 67.190 e R$ 70.890, respectivamente. Traz de série barras longitudinais no teto, setas nos retrovisores, ar condicionado digital de duas zonas, direção elétrica, trio elétrico, chave canivete com alarme, porta-luvas refrigerado, computador de bordo, sistema multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque com GPS (que ajuda a localizar o carro no seu smartphone), MP3 e Bluetooth, seis alto-falantes, piloto automático, volante multifuncional com regulagem de altura e distância, banco do motorista com regulagem de altura, sensores de estacionamento traseiros, cinto de segurança de 3 pontos no meio do banco de trás, airbags laterais dianteiros, freios a disco nas quatro rodas, faróis e lanternas de neblina e rodas de liga-leve de 16 polegadas.
A Griffe tem as duas opções de motor e de câmbio com o motor aspirado. A Griffe 1.6 16v manual custa R$ 71.290 e a automática R$ 74.990. Adiciona rodas de liga-leve diamantadas, airbags de cortina, acendimento automático dos faróis, acionamento automático dos limpadores de para-brisa, faróis de neblina direcionais, sensores de estacionamento dianteiros, terceiro apoio de cabeça traseiro, banco traseiro bipartido, bancos parcialmente em couro e teto solar panorâmico.
A Griffe 1.6 THP, como já foi dito, tem apenas o câmbio manual de seis marchas e custa R$ 79.590. Ele só adiciona os pedais de alumínio, assistentes de partida em rampa, controles de estabilidade e tração, esta com seletor Grip Control, que ajusta o modo de condução em Normal (asfalto seco), Neve (piso escorregadio até 50 km/h, depois entra o Normal), Barro (lama e grama molhada, sendo ativo até 80 km/h), Areia (solo arenoso até 120 km/h) e desligado.
Hotspot Wi-Fi, câmera de ré, espelhamento Miracast (Android) e Airplay (iOS), TV digital e conexão para telas de LCD traseiras (kit Multimídia), rack´s especiais, suporte para bicicletas e engate para reboque removível (kit Mobilidade) e função One Touch para todos os vidros e fechamento automático no travamento das portas (kit Automação) são vendidos como acessórios para todas as versões.
As cores disponíveis são a Vermelho rubi (sem custo), branco banquise (R$ 590), cinza Aluminium, Marrom Dark Carmin, Preto Perla Nero (R$ 1.190) e Branco Nacré (R$ 1.590). A garantia é de três anos.
O Peugeot 2008 é visivelmente mais equipado na versão básica e relativamente mais barato que os rivais. No entanto, além da estranha sensação de ter um carro completo com câmbio manual por causa da falha de projeto (que a Peugeot promete corrigir para lançar nos próximos meses), tropeça ao não oferecer retrovisor interno eletrocrômico, gancho Isofix e nem freio de mão elétrico. Apesar do deslize, deve incomodar bastante a concorrência, especialmente o desbravador Ecosport, principalmente no custo-benefício.
Pontos Fortes
+ Preço
+ Equipamentos da versão básica
+ Acabamento
+ Potência do motor 1.6 THP
+ Desempenho (1.6 THP)
+ Consumo
Pontos Fracos
- Desempenho com motor 1.6 aspirado
- Falha no projeto que impediu o câmbio automático com motor 1.6 THP
- Frenagem
FICHA TÉCNICA
Motores: Flex, quatro cilindros em linha, transversal,1.598 cm³, 16 válvulas
Flex, turbo, injeção direta, quatro cilindros em linha, transversal, 1.598 cm³, 16 válvulas
Potência 16v: 115 (gasolina) e 122 cavalos (álcool)
Potência THP: 165 (gasolina) e 173 cv (álcool)
Torque 16v: 15,5 kgfm (gasolina) e 16,4 kgfm (álcool) a 4.000 rpm
Torque THP: 24,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: manual de cinco (1.6 16v) ou seis marchas (1.6 THP) e automático de quatro (1.6 16v)
Tração: dianteira
Aceleração de 0 a 100 km/h: 14,3 segundos (16v, com gasolina) e 9,1 segundos (THP, com gasolina)
Velocidade máxima: 171 km/h (16v) e 206 km/h (THP - fabricante)
Consumo 16v: 10,4 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada
Consumo THP: 10,6 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada
Comprimento/largura/altura/entre-eixos: 4,16/1,74/1,56/2,54m
Porta-malas: 355 litros
Tanque: 55 litros
Preços básicos: R$ 67.190 (Allure 1.6 16v manual) / R$ 70.890 (Allure automática de cinco marchas) / R$ 71.290 (Griffe 1.6 16v manual) / R$ 74.990 (Griffe 1.6 16v automática) e
R$ 79.590 (Griffe 1.6 THP manual)
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