TEXTO: GUSTAVO DO CARMO | FOTOS: DIVULGAÇÃO


Por vinte anos o Classe C foi o menor sedã da Mercedes. Desde o ano passado na Europa e a partir deste no Brasil, passou o título para o cupê de quatro portas CLA, derivado do Classe A. Mas o agora sedã médio-compacto da marca alemã não ficou muito abalado. Entrando em uma nova fase, como uma pessoa que acaba de ser promovida no trabalho, ganhou benefícios para o seu novo cargo: novo visual, novo tamanho e novos equipamentos tecnológicos de conforto e segurança.



A nova carroceria ficou mais próxima do sedã grandão Classe S do que do caçula CLA, principalmente na tampa do porta-malas mais robusta, nas lanternas traseiras em formato de gota e no teto mais alto, pois o Classe C é mais sedã do que cupê. Como na geração anterior e no Classe E, continua com dois tipos de grade dianteira. A versão Exclusive o deixa ainda mais parecido com S: grade com moldura e finos filetes cromados em forma de cruz e a estrela de três pontos no capô, como é tradição na linha luxuosa da Mercedes. A Avantgarde é o lado esportivo do novo Classe C: o símbolo da marca é maior e está dentro da grade aberta, com duas barras atravessadas, seguindo o perfil do CLA, Classe A, CLS, SLK e utilitários esportivos. E o AMG é sempre a versão mais apimentada.


O comprimento aumentou dez centímetros, passando para 4,69m, seis cm a mais que o maior rival, o BMW Série 3. A distância entre-eixos cresceu 8cm, sendo agora de 2,84m (três a mais que no BMW). Com isso, o novo Classe C ficou mais espaçoso, principalmente em comparação com o CLA. Sua plataforma é modular, chamada MRA (sigla em inglês de Arquitetura Modular de Tração Traseira). A tração do CLA é dianteira.


O interior segue o estilo do sedã-coupé compacto por causa das três saídas centrais redondas e a tela do sistema multimídia improvisada no painel. Só que há muito mais sofisticação nos materiais de acabamento. O console central é mais largo e mais inclinado e também não tem alavanca do câmbio, só os controles do sistema multimídia. O porta-malas agora é de 480 litros, cinco a mais que o irmão caçula e também o modelo antigo.




Entre os equipamentos, o novo Classe C ganhou os sistemas que desliga o motor após parada longa (Start-Stop), de auxílio à condução, que mantém uma distância segura para o veículo da frente, detecção de perigo iminente de colisão com outro carro ou pedestre, incluindo na lateral, alerta de mudança de faixa, além de amortecimento dinâmico da suspensão, projeção colorida de informações no para-brisa, sistema multimídia com internet, teto solar panorâmico, câmera externa que cobre 360º do carro e airbags para o quadril dos passageiros.


O Classe C será oferecido na Europa inicialmente com o tradicional motor 1.6 turbo da linha Classe A (incluindo o CLA), de 156 cv, com o nome de C180; o 2.0 turbo de 184 cv (C200) e um turbodiesel 2.2 de 170 cv (C220 CDi BlueTEC). Em breve surgirão o C300, com um V6 3.0 biturbo de 330 cv e o C300 híbrido de 231 cv com câmbio de 9 marchas. Os demais têm o automatizado 7G-Tronic de dupla embreagem, que é opcional. Ainda teremos a apimentada AMG com um V8 4.0 biturbo, fora mais opções a diesel. Também virão versões perua, conversível e cupê, sendo as duas últimas podendo ressuscitar o nome CLK. 

O novo Classe C será fabricado no Brasil, em Iracemápolis, interior de São Paulo, em 2016. Terá o motor 1.6 Turbo convertido para ser flex e concorrer com o BMW 320i Active Flex. Como importado, seu preço de R$ 110 mil, que ainda faz dele o sedã mais acessível da Mercedes por aqui, vai ultrapassar o do CLA e chegar aos 160 mil reais, corrigindo a rota para torná-lo um médio-luxuoso também por aqui. O novo executivo vai ter muito trabalho pela frente.